“Os fornecedores de produtos de planejamento familiar e saúde reprodutiva já reportaram que o acesso a contraceptivos pode ser limitado nos próximos meses por causa do vírus. Essa constatação é baseada em alguns fatores”
O novo coronavírus causou uma crise de saúde global que está debilitando o mundo. Um dos muitos preocupantes efeitos tem sido o impedimento na saúde reprodutiva e sexual, pois os acessos a métodos contraceptivos estão limitados. Para você entender sem o “mimimi” científico, vou te explicar um “resumão” dessa situação alarmante.
Para início de tudo, os fornecedores de produtos de planejamento familiar e saúde reprodutiva já reportaram que o acesso a contraceptivos pode ser limitado nos próximos meses por causa do vírus. Essa constatação é baseada em alguns fatores.
O primeiro é de que muitas fábricas chinesas que produzem e distribuem anticoncepcionais para quase todo o mundo, fecharam ou não produziram o volume suficiente durante o pico do surto do vírus lá na China. Outro ponto está ligado às restrições de viagens que impactam diretamente a demanda regulatória e a ausência de relacionamento e comunicação entre os profissionais habilitados em assuntos ligados a reprodução humana, como médicos, cientistas, pesquisadores, etc.
Bom! Ainda é difícil classificar quais são as técnicas contraceptivas impactadas por essas rupturas, que ainda não estão claras o suficiente. Entretanto, a certeza nessa “confusão” é que os preservativos e os anticoncepcionais hormonais já são os mais impactados. Além do que o acesso, as técnicas e métodos contraceptivos serão oferecidos quiçá na redução de urgência, observada extrema necessidade.
Já temos clínicas e unidades de saúde remarcando consultas consideradas “não essenciais” ou as encaminhando para a telemedicina, recentemente autorizada pelo governo no dia 15 de abril através da lei n.º 13.989/2020 que dispõe o uso em caráter emergencial, durante a crise causada pelo coronavírus, incluindo consultas e prescrições médicas validadas por certificados digitais no padrão da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Entretanto, o fechamento de universidades tem impactado estudantes que dependem de anticoncepcionais fornecidos por clínicas universitárias. Temos ainda aquele grupo de pessoas sem escolaridade, cidadãos leigos quanto aos seus direitos e as atualizações na legislação. Eles cumprem e acreditam o que é dito a eles - convenhamos que esse dizer, infelizmente não está incluído a atenção, o respeito, a empatia do explicar detalhadamente como o sistema tem funcionado e nem me atrevo falar da falta do ouvir as necessidades dessas pessoas. Infelizmente a falta de humanidade não tem sido apenas em tempos de pandemia. Mas, atenhamo-nos ao impacto dos contraceptivos e a “laia” toda. Noutra hora trocamos uma ideia da dificuldade sobre como é ser um SER humano.
Continuando. Lá pras bandas dos United States, terrinha do mais poderoso e odiado loiro do planeta, um tal de 'Seu' Donald Trump, que a propósito e sem nenhuma brincadeira significa “o mais poderoso do mundo" (Eu hein!). Bom! Lá o acesso a anticoncepcionais está mais ameaçado que nunca, uma justificativa é o aumento do desemprego durante esta crise da Covid-19. Aliás, ficar sem emprego pode acarretar o “déficit” da renda que permitiria a compra de anticoncepcionais, além da possibilidade do cancelamento dos planos de saúde (convênios) único meio de acesso a consultas, etc. Algumas clínicas de tratamento reprodutivo de baixo custo foram forçadas a fechar nos EUA durante essa pandemia. Diversos países da África e da Ásia relataram o fechamento de serviços de planejamento familiar, criando um vácuo no acesso a contraceptivos.
Mas voltando ao Brasil! Como se reabastecer de contraceptivos durante a pandemia da Covid-19? Pois, bem! Se você não tem um fornecedor habitual, algumas dicas são úteis como perguntar numa farmácia quantos refis você pode comprar de uma vez e solicitar o delivery até sua residência. Outra possibilidade já comentada é acessar de um smartphone, tablet ou computador o provedor de telemedicina do governo brasileiro. Concluindo, dentro do viabilizado planeje-se e não deixe de se prevenir. #FiqueEmCasa.
Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.