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04/04/2020 às 08h00min - Atualizada em 04/04/2020 às 08h00min

Construa sua vida diferente – COVID

IARA BERNARDES
Eis que chegou um “bicho” invisível, causou uma mudança, literalmente, no mundo todo, espalhou o desespero, virou nossas vidas do avesso e ainda nem mostrou sua pior face. Porém, ele vem cumprir um papel importante que é te fazer refletir e construir uma vida diferente a partir de agora.

Observe ao redor, sem ir longe, perceba os mínimos detalhes dentro da sua casa, da sua família, dos seus filhos, pais, avós, enfim, OLHE e, o mais importante, ENXERGUE quem está ao seu redor. Perceba a oportunidade que está em suas mãos, de se refazer como pessoa, mudar atitudes, falar do seu amor, se reinventar como profissional e, principalmente, como ser humano. Releve as palavras mal ditas, respire antes de falar, pense 15 vezes antes de soltar aquele veneno destilado na sua língua, reflita e não gaste tanta energia com brigas e intrigas que só te atrasam e provocam o mal que existe em você. Nesse momento, propenso a brigas e discussões, faça diferente, se cale, escute seu coração remoído, controle o ódio, a angústia, seu estômago revirado pelo medo, raiva e desespero e não diga nada, se recolha à reflexão de que brigar só piora uma situação que já é bastante difícil. Mas aí o outro, que está bem ali ao lado, louco por uma briga, te provoca, te instiga, “cutuca a onça com vara curta”, o que fazer com ele? Saia de perto, se tranque no banheiro, respira e não pira. Quando a raiva passar diga: eu não quero brigar e, mais uma vez, se cale. O mundo está te mostrando que precisamos mudar, pegue essa oportunidade e aproveite. É aquela máxima do cavalo selado, que passa na frente e você tem que montar. 

Essa semana, uma pessoa me disse que estava assustada com a quantidade de lixo produzido na sua casa. Olha que situação cotidiana que poucos percebem. O lixo dela, provavelmente, está na mesma quantidade, mas como trabalha fora, come em restaurantes e quase não fica em casa, antes não percebia o impacto que causava na natureza. O lixo dela e dos conviventes domiciliares ficavam espalhados em diversos locais ao longo do dia, então era fácil viver sem perceber que um pouquinho da destruição natural também está nas mãos dela. Essa pessoa poderia simplesmente ignorar o fato e seguir a vida, pensando que tudo bem, todo mundo é responsável. Mas não! Ela exclamou: EU PRECISO DIMINUIR MEU CONSUMO! Ali pude perceber claramente uma atitude positiva frente a esse contexto social imposto por um parasita de DNA e, por dentro, aplaudi aquela pessoa e senti orgulho alheio.

Atitudes simples, porém, constantes são as que nos transformam. Não estou dizendo que é fácil, porque não é. Pensar que você vai simplesmente virar uma chave no comportamento e acordar pleno e transformado é a pior ilusão de todas. Você tem que se esforçar todos os dias e algumas vezes vai sofrer e querer “chutar o balde”, talvez até o faça, faz parte, mas não dá mais para voltar a se comportar como antes, tudo isso tem que servir para te impulsionar a ser melhor para você e para os outros. Além disso, querer que todo mundo mude também não resolve. Faça por você, sem esperar absolutamente nada de ninguém, porque NINGUÉM TE DEVE NADA. Dói ler isso, eu sei, tendemos a achar que se mudamos, fazemos melhor ou diferente, o outro tem que se esforçar e fazer também. Esquece, não é assim que funciona. Faça sua parte e não espere que os outros o façam. Se quiser dar uma indireta, compartilha esse texto, vai que a pessoa se toca e melhora também, mas não espere esse acontecimento, somos livres para escolher e podemos querer ficar iguais, cabe a você suas atitudes e ao outro as dele. Faça sua parte.

Enfim, o que temos no momento é um contexto social e histórico muito complexo, que nos proporciona momentos de autoconhecimento para sermos pessoas melhores, mais amáveis, solidárias e responsáveis com o bem estar comum. Repense suas atitudes, consuma de maneira consciente, não desgaste sua saúde mental com pensamentos negativos e, principalmente, procure ser e fazer melhor.


*Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.








 









 
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