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07/03/2020 às 08h00min - Atualizada em 07/03/2020 às 08h00min

Transtorno Obsessivo Compulsivo – Sinais, sintomas, tratamentos e respeito

TÚLIO MENDHES

 
O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um transtorno comum, crônico e duradouro. Entretanto o termo “frescura” é a primeira sentença que se passa na mente dos que julgam sem conhecimento da causa e de quem não convive com o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).  Pensamentos que não saem da mente acompanhados de rituais complexos e rígidos comprometem a qualidade de vida de quem tem o TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo. Essa diagnose é descrita no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais – DSM V” da Associação de Psiquiatria Americana como um distúrbio psiquiátrico de ansiedade e sua principal característica é a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões. Cerca de 2% da população mundial sofre de Transtorno Obsessivo Compulsivo, ou TOC, estima-se ainda que cerca de 8 milhões de brasileiros sofram com a doença que está entre as dez maiores causas de incapacitação, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. O Transtorno Obsessivo Compulsivo é considerado uma doença mental grave. Analogicamente falando, uma pessoa com TOC é como um disco riscado, que repete sempre o mesmo ponto daquilo que está gravado.
 
Tenho TOC e ouso escrever com propriedade sobre o assunto, afinal, faz com eu me sinta obcecado em motivos específicos, desordenando minhas afinidades, minha rotina e descentralizando minha razão. É como seu eu fosse uma playlist no modo repetição, na verdade é uma assombração particular que não permite que eu viva o presente em sua integralidade. Um “bárbaro” que me aprisionou no calabouço do sentimento de culpa, medo, angústia, me torturando com pensamentos e reproduções que invadem exaltadamente meu equilíbrio, minha racionalidade bloqueando ou controlando-os.
 
Acredito que se fizermos uma pesquisa sobre os sentimentos das pessoas com Transtorno Obsessivo Compulsivo, veremos que 99% desse público sente muita frustração com o preconceito que persiste em pleno século XXI. Além dos que se incomodam de o senso comum acreditar ser um diagnóstico fácil de ser superado.
 
As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina, o hormônio do sono, humor, apetite etc. Fatores psicológicos e histórico familiar também estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade. Existem dois tipos de TOC. O primeiro é o Transtorno Obsessivo Compulsivo subclínico em que as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa. O segundo é o Transtorno Obsessivo Compulsivo propriamente dito, ou seja, as obsessões persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade.
 
Em geral, a maior parte dos casos é diagnosticada em adultos, embora o transtorno obsessivo compulsivo possa acometer crianças a partir dos 3, 4 anos de idade. Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos. No final da adolescência, porém, pode-se dizer que o número de casos é igual nos dois sexos. O fato é que não há quem não tenha provado em algum momento um comportamento compulsivo, contudo caso tenha se repetido a ponto de afetar o desempenho dos afazeres diários, a pessoa pode ter TOC.
 
Se diagnosticado, é sempre importante que o terapeuta, informe o paciente e sua família sobre as particularidades do transtorno. Quanto mais informação, melhor funcionará o tratamento que pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O medicamentoso utiliza antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. Por outro lado o tratamento não medicamentoso é baseado na terapia cognitivo comportamental. O importante é que todos nós pratiquemos compulsivamente o respeito, o altruísmo a pessoa que tenha Transtorno Obsessivo Compulsivo. Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo caminho. Quanto mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença.
 
Até o próximo o sábado!

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.



















 

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