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15/02/2020 às 08h00min - Atualizada em 15/02/2020 às 08h00min

Vamos falar sobre maternidade?

IARA BERNARDES

Ano novo, coluna nova, rotina nova e aquela ansiedade para falar tudo o que está guardado dentro de mim em um único texto. Mas calma, vamos uma semana por vez, porque nossa conversa vai ser longa. Sou Iara, mãe de três (4 na verdade, mas depois falamos sobre isso), esposa, professora, pedagoga e apaixonada pela maternidade.

Quando recebi o convite para essa coluna, fiquei sem palavras, fui pega de surpresa, apesar de já ter sonhado com isso. Fiquei tão feliz que as palavras me faltaram. Foi como se abrisse meu último teste de gravidez: sabia da possibilidade, mas a surpresa e a felicidade foram maiores a ponto de me fazer perder o ar. Desde então minha cabeça só gira em torno desse novo projeto e fico me perguntando como será e as “borboletas no estômago” me fazem sentir um pequeno enjoo de ansiedade e alegria, exatamente como quando estamos a gestar um filho. Por isso, não consigo pensar em analogia melhor para essa fase que uma gravidez.

Coincidentemente, é sobre isso também que vamos conversar aqui, pois a maternidade começa exatamente nesse ponto para absolutamente todas as mães, aquelas de ventre e de coração. Portanto, para começar vamos refletir sobre o que é a maternidade?
Maternidade é TRABALHO. Trabalho? Como assim? Exatamente isso. A maternidade é basicamente um trabalho que deve ser feito com muito comprometimento. Pense num emprego novo, aquele que você tem uma responsabilidade gigantesca e sofre uma pressão enorme, pessoal e social, para que dê certo. Por mais que tenha medo da novidade e das mudanças que isso pode causar na sua vida você vai se empenhar para que dê certo. Fará planejamentos, consultorias, estudará, irá se preparar para evitar possíveis intercorrências, ou seja, se dedicará para que tudo seja impecável nesse novo desafio.

Na maternidade é a mesma coisa. Assim que a gestação é confirmada, começam as expectativas de como lidar com as pressões. Primeiro respira e pensa que é necessário viver um dia de cada vez e se preparar para o que vem por aí. Antes do nascimento o planejamento começa: já marcou uma consulta com seu médico? Exames, pré-natal, onde irá nascer, tipo de parto, enxoval, quarto do bebê, enjoos (ahhhh os enjoos, nem me lembre), nome, quem irá acompanhar, a logística durante a licença maternidade, como será após o fim da licença paternidade e por aí vai. Enquanto isso você está literalmente fabricando uma pessoa dentro de você, fazendo olhos, boca, orelhas, fígado, intestino, construindo um ser humano dentro do seu ventre. Sem perceber você está trabalhando, do mesmo jeito que seu cérebro não para ao fazer planilhas mentais, planejar aulas em sonhos, ou ter ideias mirabolantes durante um almoço de família, seu corpo trabalha 24 horas por dia na construção desse novo “projeto”.

Mas qual a diferença entre mães que se perdem em meio a tanto trabalho e aquelas que se encontram um pouco mais? Planejamento, rotina e dedicação ao TRABALHO de ser mãe. Significa que vai dar certo sempre? Não! Sempre não, igual no seu emprego: algumas planilhas não batem com os gráficos, algumas vendas não são concretizadas, aquela aula planejada não sai como você quer ou nem todos os resultados são satisfatórios; mas a sua capacidade de retomar e fazer melhor sempre aumenta quando você abraça aquele trabalho com amor e responsabilidade.

É exatamente isso que espero na criação dos meus filhos e desse novo projeto, que sempre faça o meu melhor e se não der certo todas as vezes, que possa aprender a fazer melhor e aprenda a lidar com as críticas, não me acomode diante dos elogios e que me programe para que a rotina seja mantida e com ela a segurança da facilidade de retomar o rumo em momentos difíceis, pois a maternidade é sim feita desses momentos, mas muito mais de momentos maravilhosos ao lado dessas pequenas criaturas que, ainda que grandes, nunca deixam de ser nossos bebês.

Por isso, quero te convidar a descobrir, toda semana, a Maternidade No Stress comigo.

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.











 

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