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08/12/2019 às 10h00min - Atualizada em 08/12/2019 às 10h00min

Relacionamento familiar influencia na sua saúde!

ANGELA SENA PRIULI
Hoje é celebrado o Dia da Família! Tantas coisas para dizer... eles são nossa origem, nosso suporte e nossa alegria, mas todos temos ou conhecemos alguém com alguma "pendenga" de família, o que é natural, pois a convivência é um desafio constante. Quando brigamos com alguém que amamos, acabamos sentindo até uma dorzinha física, mas isso pode ser pior do que imaginamos...

Relacionamentos tensos com pais, irmãos ou outros membros do núcleo familiar podem ser mais prejudiciais à saúde das pessoas do que um relacionamento conturbado com qualquer outra pessoa próxima, de acordo com um estudo publicado pela Associação Americana de Psicologia na revista Journal of Family Psychology.

Foi descoberto que o clima emocional da família, mas não de relacionamentos íntimos - como namoro ou casamento - , teve um grande efeito na saúde física geral, incluindo no desenvolvimento ou no agravamento de condições crônicas, como derrame e dores de cabeça, ao longo da pesquisa realizada durante 20 anos, foi o que esclareceu a Dra. Sarah B. Woods, Professora Assistente de Família e Medicina Comunitária no UT Southwestern Medical Center e principal autora do estudo. "A grande maioria das pessoas no estudo tinha pais ou irmãos vivos e, portanto, é menos provável que o relacionamento deles com um cônjuge ou parceiro íntimo seja tão longo quanto o de seus familiares", disse Dra. Patricia N.E. Roberson, coautora do estudo. 

Os pesquisadores usaram dados de 2.802 participantes da pesquisa Midlife Development, nos EUA, que incluíram uma amostra nacionalmente representativa de adultos entre 1995 e 2014. Três rodadas de dados foram coletadas - em 1995 a 1996, 2004 a 2006 e 2013 a 2014. A idade média dos participantes na primeira rodada era de 45 anos. Na pesquisa foram feitas perguntas sobre tensão familiar (por exemplo, "Excluindo seu cônjuge ou parceiro, com que frequência os membros da sua família o criticam?") e apoio familiar (por exemplo, "Quanto você pode confiar em sua família para obter ajuda se você tem um problema sério?"), bem como a tensão do parceiro íntimo (por exemplo, "Com que frequência seu cônjuge ou parceiro discute com você? ") e apoio do mesmo (por exemplo, "Quanto seu cônjuge ou parceiro aprecia você?"). A saúde foi mensurada usando o número total de condições crônicas dos participantes, como acidente vascular cerebral, dores de cabeça e problemas estomacais, experimentadas nos 12 meses anteriores a cada um dos três momentos de coleta de dados. Os participantes também classificaram sua saúde geral de excelente a ruim a cada rodada.

Os pesquisadores descobriram que uma maior tensão no relacionamento familiar estava associada a um maior número de condições crônicas e a uma pior avaliação da saúde 10 anos depois, durante a segunda e a terceira rodada de coleta de dados. "Comparativamente, descobrimos que um maior apoio familiar durante a segunda rodada de coleta de dados de 2004 a 2006 foi associado a uma melhor avaliação da saúde 10 anos depois", disse Dr. Jacob B. Priest, Professor Assistente de Educação da Universidade de Iowa e coautor do estudo.

Os cientistas disseram que suas descobertas mostram por que os profissionais de saúde física e mental devem considerar as relações familiares ao avaliar e tratar pacientes. "Para adultos que já têm uma condição crônica, um clima emocional negativo da família pode aumentar sua saúde precária e, por outro lado, os membros da família de apoio podem ajudar a melhorar seus resultados de saúde", disse Woods. É importante incentivar os pacientes a levar membros da família de apoio com eles às visitas de seus médicos e a criar um diálogo aberto sobre suas condições e preocupações de saúde. Ter esse apoio definitivamente tem um efeito significativo na qualidade de vida e no bem-estar.

Hoje é um bom dia para dar uma trégua nas diferenças, enxergar a si e ao seu familiar com compaixão, e planejar iniciar um 2020 mais saudável em todos os sentidos! Leveza para nós.
 
Fonte:
Sarah B. Woods, Jacob B. Priest, and Patricia N. E. Roberson. Family Versus Intimate Partners: Estimating Who Matters More for Health in a 20-Year Longitudinal Study. Journal of Family Psychology, 2019.


*Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.







 
 
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