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03/07/2019 às 08h15min - Atualizada em 03/07/2019 às 08h15min

O que significa se tornar uma Cool Company?

JÚLIO CÉSAR EMMERT | DIRETOR DA ALGAR TECH

Já se tornou pré-requisito para empresas que querem conquistar a confiança de seus funcionários, no importante processo de atrair e reter talentos, ter atenção às mudanças no comportamento, desejos e necessidades das pessoas. A pesquisa "Employer Brand Research", realizada pela consultoria Randstad, constatou que o grande interesse dos brasileiros ainda é ter um emprego estável, salários justos, benefícios, projeção de carreira e um bom ambiente de trabalho, mas principalmente poder equilibrar mais sua vida profissional e pessoal. E isso vale para trabalhadores de todas as idades, ainda que com alguns anseios específicos.

Enquanto a geração Z, que está chegando agora no mercado, almeja mais capacitação e treinamento, os Millenials buscam por locais de fácil acesso. Já a geração X quer mais flexibilidade nas jornadas diárias, e os Baby Boomers, que têm mantido forte presença no mercado de trabalho, ainda querem mais oportunidades de carreira. Desse desafio, originou-se o conceito de cool company, que representa a companhia que investe em políticas e benefícios que estimulam a valorização do profissional e, consequentemente, sua motivação para trabalhar nela.

Não há uma fórmula única para se tornar uma cool company, mas destaco aqui algumas iniciativas que podem direcionar a empresa nesse sentido. O primeiro ponto, apesar de parecer óbvio, é um dos mais relevantes: a importância de que a diretoria considere a área de recursos humanos como estratégica, dando o respaldo para a implantação de projetos de longo prazo e não apenas iniciativas isoladas.

Outra questão fundamental é conhecer a rotina e desafios de seus colaboradores. As empresas podem liderar um movimento que promova a qualidade de vida, concedendo benefícios como home office e jornada de trabalho flexível, e incentivando ativamente hábitos mais saudáveis. Alguns padrões estipulados antigamente também já não se fazem mais, como o dress code. Já no espaço físico, escritórios com divisórias e baias individuais estão sendo substituídos por layouts mais amigáveis e abertos, o que estimula a integração das equipes. Considerar espaços de descanso e descontração também é importante ao se pensar na promoção de um ambiente mais acolhedor.

Diante dos rápidos avanços tecnológicos e nas diversas áreas de conhecimento, oferecer capacitação é crucial, pensando nos cargos e profissões que seus funcionários podem ocupar no futuro. Um capítulo especial do esforço de capacitação deverá ser dedicado ao desenvolvimento do chamado mindset digital, que vai desde a discussão das mudanças comportamentais das novas gerações e o entendimento das barreiras existentes em modelos típicos de negócio que foram quebradas pelas novas tecnologias, até o aprendizado de novas formas de trabalhar, como as metodologias ágeis e a colaboração a distância.

Deverá ter atenção redobrada também a formação (e até mesmo a acomodação) das lideranças para esse novo contexto, pois em muitos arranjos organizacionais ágeis há uma forte discussão em relação ao novo papel das lideranças e, com isso, alguns egos poderão ficar pelo caminho...

Podemos afirmar que o caminho para se tornar uma cool company é de fato complexo, pois exige não apenas mudanças em políticas e ambientes internos da organização, mas uma mudança de mentalidade de todos os envolvidos. O que passa a importar é o resultado em si, independentemente de “quem” e de “onde”. Isso traz muita liberdade e autonomia, mas exige um grau de responsabilidade e maturidade profissional para o qual nem todo mundo está preparado.

A despeito dos desafios, essa mudança é um importante movimento para demonstrar o valor que a empresa dá a seus funcionários, ao contribuir para que estes equilibrem sua vida profissional e pessoal. É inegável que as empresas que liderarem essa causa certamente terão amplo destaque no mercado e irão atrair os melhores talentos.

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 

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