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31/03/2019 às 09h30min - Atualizada em 31/03/2019 às 09h30min

'Saúde a distância' funciona?

ANGELA SENA PRIULI
Mais de 7.600.000.000 de pessoas nesse mundão! Imagine o tamanho do desafio em cuidar da saúde de toda essa gente. A conta não fecharia se todos fossem atendidos apenas em clínicas e hospitais existentes.

Para solucionar essa façanha, teríamos que ter médicos onipresentes, capazes de estar em vários lugares ao mesmo tempo, um milagre. Para tentar solucionar esse desafio, a Telemedicina tem ganhado cada vez mais espaço com a tecnologia avançada dos tempos cibernéticos e tornando real o atendimento virtual de um número maior pacientes, mesmo aqueles que vivem nos "fins de mundo".

Para esclarecer mais, o termo que denomina essa área médica, que já tem sido estudada e praticada há alguns anos, tem origem na palavra grega “tele”, que significa distância. Assim, a Telemedicina abrange toda prática médica realizada a distância, independentemente do instrumento utilizado.

Uma grande vantagem é a economia de tempo no atendimento e no investimento que as pessoas fazem para se locomover até grandes centros médicos. Ainda mais importante que essas vantagens práticas, essa comunicação paciente-médico a distância, que teve início via telefone ou mensagens por SMS, atualmente possibilita a realização de exames para diagnósticos em tempo real e até mesmo cirurgias online com auxílio de robôs, trazendo muitos outros pontos positivos para o cuidado das pessoas.

Para que você conheça alguns dos benefícios na prevenção, diagnósticos e nos cuidados de diversas doenças, listei alguns estudos capazes de validar a prática da Telemedicina, com foco em doenças crônicas que atingem grande parte da população:

- Obesidade: em um estudo clínico recente que analisou vários indicadores no controle da obesidade em pessoas atendidas constantemente em uma plataforma de telemedicina ou que eram acompanhadas presencialmente, foi visto que o atendimento a distância funciona tão bem quanto o presencial, levando igualmente à perda de peso e baixando até mais significativamente o triglicérides daqueles que participavam da plataforma.

- Diabetes: uma metanálise que avaliou o acompanhamento durante 3 meses de diabéticos via telemedicina, comparando ao atendimento tradicional, mostrou um maior controle dos níveis da Hemoglobina glicada (moléculas do sangue ligadas à glicose), efeito positivo equivalente ao uso de alguns medicamentos antidiabéticos.

- Hipertensão: uma ampla revisão científica feita a partir de vários estudos, envolvendo mais de 20 mil participantes com hipertensão, mostrou que o acompanhamento via telefone ou internet por 6 meses ou mais reduziu os níveis da pressão arterial, prevenindo sérias complicações associadas a essa doença.

Fazer o melhor uso de todas as ferramentas de telecomunicação que temos hoje, como internet, celular, redes sociais, sistemas de teleconferência, e aliar tudo isso aos centros médicos, pode auxiliar e muito no desafio que é cuidar de inúmeras pessoas vivendo em lugares distantes ou com dificuldade de se transportar, como os idosos (grupo crescente na população). Então acho que a questão inicial está respondida, desde que essa prática venha para somar ao atendimento convencional.

Parece que a ciência avançou tão rápido que distância virou coisa do passado até para a saúde! 
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