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18/01/2019 às 08h56min - Atualizada em 18/01/2019 às 08h56min

Para uma autoestima alavancada

FERNANDA VALADÃO | PSICÓLOGA
Segundo Almeida (2011), a terapia cognitivo-comportamental trabalha para modificar as interpretações distorcidas da realidade, que são consequências dos pensamentos e crenças que nos fazem mal. Dessa forma, o método traz para a vida das pessoas pensamentos flexíveis, amplos e criativos.

Segundo Beck (2014), pela terapia, o indivíduo poderá entender que existem crenças internas que influenciam na interpretação das situações, e que pensamentos automáticos afetam seu comportamento. O indivíduo poderá perceber os pensamentos que foram acionados em uma situação ou evento e, dessa forma, irá se autoconhecer. O indivíduo poderá compreender as crenças que fazem com que se sinta mal, que estão por trás do seu comportamento, o motivo pelo qual uma situação tornou-se tão desconfortável. Por meio da terapia cognitivo-comportamental, a pessoa conseguirá, dessa forma, entender onde aprendeu esse mapa psicológico, essa forma de pensar repentina, como que desenvolveu essa crença que lhe causa prejuízos e sofrimentos. Essa crença, por vezes, é adquirida dentro da infância, nos primeiros anos de vida, dentro da educação familiar, onde temos nossos primeiros contatos humanos, que em geral são com nossos cuidadores ou pais.

Existem padrões, pais que foram criados, por exemplo, com violência física e psicológica, que passam a educar seus filhos da mesma forma que foram criados. Dessa maneira, os pais repetem um ciclo, que causa muitas vezes baixa autoestima e transtornos psicológicos que levarão dias, meses, anos para que os filhos consigam superar por meio de psicoterapias, meditações, iogas e várias alternativas. O importante é que o indivíduo pode procurar por uma direção, pois é possível superar o sofrimento para viver de uma maneira mais tranquila, ampla e plena, e assim, mudar o comportamento desse ciclo com nossas crianças do presente.

Entende-se que a autoestima se desenvolve no percurso de toda uma vida. Apenas o indivíduo pode dizer o que sentiu e o que ficou gravado de um determinado momento. A autoestima pode ser trabalhada em tratamento psicoterápico, em grupos de meditação, em grupos de dança, onde é possível liberar esses pensamentos que ficaram de forma tão sutil na memória do indivíduo, que talvez não tenha noção do quanto que isso pode atrapalhar nas relações do presente com ele mesmo.

A partir do momento que a pessoa passa a se conhecer e compreender as crenças que não o ajudam a viver de uma forma mais feliz, esse paciente poderá se descrever e se definir de uma maneira positiva. Quando essa pessoa passa a se conhecer, ela pode se tornar seu próprio terapeuta. Um psicólogo da abordagem terapia cognitivo-comportamental ensina seu paciente a tornar-se seu próprio mestre. Em vista disso, se faz muito relevante a cooperação do paciente, dentro do tratamento psicoterápico, que demanda que algumas atividades sejam realizadas fora da clínica.

A autoestima é como a pessoa se enxerga, se de forma positiva ou negativa, e como a pessoa se diz ser, quem é ela no mundo. Essa pode ser alavancada, de modo positivo, com terapia.
 
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