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17/09/2018 às 12h01min - Atualizada em 17/09/2018 às 12h01min

Curta e compartilhe, pois você pode espalhar saúde!

ANGELA SENA PRIULI
Like, hashtag, comente, stories, @irmao mostra pra mãe... todos esses termos são muito comuns na vida virtual de que tem um face ou um insta! A real é que as pessoas têm passado mais tempo navegando nas redes sociais que assistindo a tão amada (e antiga) televisão.

O uso da internet não tem sido útil só para diversão, mas também para educação - haja visto tantos cursos de ensino a distância formais e informais - além de que, há uns anos, os canais eletrônicos vêm crescendo como ferramenta de educação em saúde. Esse fenômeno é tão forte que no mundo paralelo da ciência há quem investigue como a informação em saúde tem sido espalhada nas redes sociais e quais os impactos disso na vida dos profissionais de saúde e da população - e eu amei quando descobri uma revista especializada nesse assunto: o Journal of Medical Internet Research.

Dando uma navegada nessa revista científica (totalmente digital e de livre acesso), encontrei várias evidências sobre como publicar informações de qualidade em saúde nas redes sociais impacta a vida das pessoas:

1. Mais likes, menos cigarro.
Um grupo de pesquisadores norte-americanos investigou o comportamento virtual e real de 4 mil participantes da comunidade de suporte a fumantes no Facebook chamada SmokeFree Women, durante um ano. Foi revelado, com evidências estatisticamente significantes, que quanto mais elas se engajavam, curtiam ou comentavam nas postagens, maior era o número de dias que elas disseram conseguir ficar sem fumar ou mesmo parar de fumar definitivamente.

2. Protetor solar? Compartilhe!
Um estudo realizado na Irlanda usando como ferramenta de educação diversas postagens sobre a prevenção do câncer de pele conseguiu atingir 23% da população de todo o país. A pesquisa mostrou que conteúdos chocantes impressionam o maior número de pessoas, mas que conteúdos informativos são mais compartilhados - o que é essencial para aumentar a confiança na informação. Também foi aplicado um questionário com milhares de pessoas, antes e após lerem os posts da campanha, e foi visto que o nível de conhecimento sobre o desenvolvimento do melanoma e a radiação UV aumentou e que o comportamento relatado com relação a se bronzear e outros hábitos de risco diminuiu.

3. Beber ou não beber? A questão é digital.
Uma recente e extensa revisão científica, com quase 20 mil participantes, mostrou que a aplicação de intervenções digitais (fornecidas por meio da tecnologia de computadores, que inclui aplicativos de smartphones, sites, programas de computador que visam promover mudanças de comportamento) foram eficientes na diminuição do consumo regular de álcool. Estes conteúdos digitais incluíam feedback sobre o comportamento de uma pessoa embriagada, malefícios para saúde, dificuldade de socializar, e tiveram uma série de vantagens sobre as intervenções tradicionais face a face, tais como: ter um baixo custo por usuário, maior alcance, evitar o estigma associado ao recebimento de ajuda pessoalmente, além de poderem ser usadas como e quando o indivíduo quiser.

Vários estudos mostram que os profissionais da saúde e os cientistas, especialmente os mais jovens, estão usando cada vez mais as redes sociais para levar a educação em saúde para o público, mas eles têm dúvidas sobre como fazer isso, especialmente em termos de conteúdo e ética (4). No entanto, é necessário se atualizar, pois há muito tempo sabe-se que a força de uma rede social, na internet ou fora dela, é capaz de muitas mudanças. Então, não dá para ficar de fora do mundo das hashtags e likes!

A dica é alavancar a mídia social eletrônica como uma ferramenta de promoção da saúde, pois é uma estratégia promissora para mudar hábitos e comportamentos modificáveis com o objetivo de manter a saúde e evitar uma série de doenças crônicas, como obesidade e cânceres.

E você, já publicou ou aprendeu algo interessante sobre sua saúde na sua timeline?

Fontes:
Cole-Lewis et al. Social Network Behavior and Engagement Within a Smoking Cessation Facebook Page. J Med Internet Res 2016;18(8):e205.
Gough et al.Tweet for Behavior Change: Using Social Media for the Dissemination of Public Health Messages. JMIR Public Health Surveill 2017;3(1):e14
Kaner et al. Personalised digital interventions for reducing hazardous and harmful alcohol consumption in community‐dwelling populations. Cochrane Database of Systematic Reviews 2017, Issue 9. Art. No.: CD011479.
Lefebvre et al. Social Media in Professional Medicine: New Resident Perceptions and Practices. J Med Internet Res 2016;18(6):e119
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