Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
14/05/2018 às 16h49min - Atualizada em 14/05/2018 às 16h49min

Amor que cura!

ANGELA SENA PRIULI | COLUNISTA
 
Sim, o amor é um sentimento nobre e que muitos creem operar milagres.

Como uma das missões da ciência é desvendar mitos e verdades sobre nossas crenças, muitos pesquisadores se dedicaram a investigar as transformações que o amor é capaz de realizar. Para concluir esta missão científica, não poderia haver uma relação melhor que a da maternidade. Afinal, as mães agem com amor e têm verdadeira devoção pelos seus filhos.

Mãezinha, confira aqui algumas descobertas "mágicas" - que você já sabia, mas que agora tem a ciência ao seu lado - e conte para seus filhos como o seu amor pode atuar na saúde deles:

1. Colo de mãe

Bebês prematuros necessitam de atenção redobrada nos hospitais e normalmente permanecem em incubadoras por um bom tempo. No entanto, um estudo mostrou que se esses bebês tivessem contato direto com o corpo da mãe - método chamado de "canguru" - no período neonatal, ainda no hospital, haviam benefícios tanto para as mães, quanto para os filhos. Eles descobriram que, durante o primeiro semestre de vida, as mães que usaram o método canguru expressavam comportamento mais sensível e maternal em relação aos filhos. Além disso, as crianças mostraram melhores habilidades cognitivas/executivas e melhor resposta neuroendócrina ao estresse em testes realizados entre os seis meses e o dez anos de idade.

2. Voz de mãe

Nada como escutar sua mãe na hora do aperto, não é? E isso é fato desde muito cedo. Por exemplo, o estado dos bebês prematuros se torna mais estável quando as mães falam e cantam para eles, com potenciais benefícios clínicos na maturação do sistema nervoso autônomo e menos eventos cardiorrespiratórios. Outra pesquisa também mostrou o poder da voz das mamães sobre bebês nascidos com 34-36 semanas de gestação internados na UTI neonatal. Eles ouviam uma canção de ninar gravada pela mãe todas as vezes que faziam o movimento de sucção adequado em uma chupeta e aprenderam a comer de forma mais eficiente e tiveram seus tubos de alimentação removidos mais cedo do que outros prematuros que não passaram por essa experiência.

3. Carinho de mãe

Crianças em idade escolar, cujas mães sempre lhe trataram com carinho e atenção desde pequeninos, têm cérebros com um hipocampo maior, uma região chave para o aprendizado, a memória e a resposta ao estresse. A pesquisa que teve duração de quase uma década, feita por psiquiatras infantis e neurocientistas, foi a primeira a mostrar que as mudanças nessa região crítica da anatomia cerebral das crianças estão ligadas ao carinho da mãe.

Viva os efeitos mágicos do amor em todos os seres! Viva as mamães!

Fontes:
1. Feldman et al. Maternal-Preterm Skin-to-Skin Contact Enhances Child Physiologic Organization and Cognitive Control Across the First 10 Years of Life. Biological Psychiatry, 2014; 75 (1): 56 DOI: 10.1016/j.biopsych.2013.08.012
2a. Filippa et al. Systematic review of maternal voice interventions demonstrates increased stability in preterm infants. Acta Paediatrica, 2017; DOI: 10.1111/apa.13832
2b. Chorna et al. A Pacifier-Activated Music Player With Mother's Voice Improves Oral Feeding in Preterm Infants. PEDIATRICS, 2014; 133 (3): 462 DOI: 10.1542/peds.2013-2547
3. Luby et al. Maternal support in early childhood predicts larger hippocampal volumes at school age. Proceedings of the National Academy of Sciences, 2012; DOI: 10.1073/pnas.1118003109
Leia Também »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90