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23/04/2018 às 15h43min - Atualizada em 23/04/2018 às 15h43min

​Quer uma coisa mais POP que gripe nessa época?

ANGELA SENA PRIULI | COLUNISTA

A gente ouve a toda hora um atchim, alguém reclamando de febre, dor no corpo, dor de cabeça, tosse... e por aí vão os sintomas que os vírus Influenza induzem em nosso organismo até nos sentirmos um "bagaço"! Deus nos livre, né?

H1N1 dali, H3N2 de lá, até H2N3 de acolá, mas quem são eles?

Diferente da gente, os vírus não são compostos por um monte de células. Eles são únicos e formados por uma cápsula de proteínas que protege uma molécula central, contendo seu material genético, uma espécie de "CPF viral". Assim, os vírus são seres muuuito pequeninos e completamente dependentes de seus hospedeiros (sim, depende da gente e ainda nos maltrata!), pois só conseguem se multiplicar quando invadem nossas células, usam e abusam de nossos recursos, viram milhões e se espalham. Ah, e mais, ainda fazemos toda a logística para eles: espirramos, coçamos os olhos, damos as mãos, pegamos no corrimão do ônibus, e vírus para frente que atrás vem gente!

E esse H e N são nome e sobrenome?

Quase isso: H é a hemaglutinina e N é a neuraminidase. Ah, tá!?... essas são proteínas que se localizam na superfície da cápsula viral. Os números combinados com as letras variam por que essas moléculas variam um pouco entre si e também por quais células do nosso corpo elas ficam mais a fim na hora da infecção, tornando a doença mais ou menos severa.

Agora que fomos devidamente apresentados, trago umas news sobre as peripécias desses vírus (que não são ameaças somente para os pulmões) e sobre uma arma poderosa contra eles. Confira!

1. Coração
Um estudo canadense, que avaliou 20 mil adultos, mostra que a chance de sofrer um ataque cardíaco é seis vezes maior durante a primeira semana de gripe (casos confirmados para infecção pelo vírus Influenza B). Para proteger o coração, só evitando os vírus! Como? As vacinas disponíveis hoje protegem contra influenza A e B, então corra lá para a fila da vacina!

2. Cérebro
Embora a gripe seja considerada uma doença respiratória, ela também tem sido associada com alguns sintomas neurológicos. Uma pesquisa realizada em cobaias mostrou que o vírus H3N2 causa alterações nos neurônios do hipocampo e leva a um declínio da memória. Ainda foi visto que, após a infecção com esse tipo, as células do sistema imune presentes no cérebro sofreram alterações na expressão de genes relacionados à depressão, esquizofrenia e autismo. Você já ficou esquecido(a) após uma gripe daquelas?

3. Contra gripe? Vacina e bom humor!
Já se sabe que a vacinação é a maneira mais efetiva de proteção contra a gripe, mas o que foi descoberto recentemente é que estar de bom humor no dia de tomar a vacina aumenta a produção de anticorpos (moléculas que "neutralizam" os vírus e impedem a infecção das células). Este estudo foi realizado especialmente em pessoas mais velhas, que normalmente apresenta uma resposta imunológica mais fraca, e avaliou a influência de diversas condições sobre a efetividade da vacina, tais como atividade física, dieta, horas de sono e humor. E esse é o segredo: don't worry, be happy! :)

Fontes:
1. Kwong JC et al. Acute Myocardial Infarction after Laboratory-Confirmed Influenza Infection. New England Journal of Medicine, 2018; 378:345-353.
2. Hosseini et al. Long-term neuroinflammation induced by influenza A virus infection and the impact on hippocampal neuron morphology and function. The Journal of Neuroscience, 2018; 38(12):3060-3080.
3. Ayling et al. Positive mood on the day of influenza vaccination predicts vaccine effectiveness: A prospective observational cohort study. Brain, Behavior, and Immunity, 2017; 67: 314-323.
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