Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
06/12/2023 às 20h53min - Atualizada em 06/12/2023 às 20h53min

Cerca de R$ 300 mil são gastos para reparos na Rondon Pacheco e outros locais danificados pela chuva

Em menos de dois anos, essa é a segunda vez que avenida precisou ser repavimentada; especialista aponta soluções para amenizar estragos

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Recuperação do asfalto foi realizada nesta terça (5) e quarta (6) | Foto: PMU/Divulgação

Cerca de R$ 300 mil foram gastos para a recuperação do asfalto na avenida Rondon Pacheco e outros pontos de Uberlândia danificados pela forte chuva nesta terça-feira (5). Em menos de dois anos, essa é a segunda vez que a via precisou ser repavimentada devido aos estragos causados pelas correntezas. Em janeiro de 2022, o município já havia desembolsado quase R$ 400 mil para reparos na avenida.

 

Os problemas ocasionados pelas fortes chuvas são antigos em Uberlândia. No ano de 1986, a Rondon Pacheco também teve parte do asfalto arrancado devido a uma enchente no local. De acordo com o engenheiro civil e especialista em pavimentação, Rodrigo Pires, por estar em uma região baixa, a avenida acaba recebendo um volume de água acumulado de várias áreas da cidade.

 

“A via está localizada em uma região de menor altitude, cercado por áreas adjacentes mais elevadas. A ineficiência do sistema de drenagem resulta no acúmulo de água, direcionando-a para o ponto mais baixo, que é a Rondon”, explica.

 

De acordo com informações das estações meteorológicas espalhadas pela cidade e coletadas pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC), entre 17h e 19h30 desta terça foram registrados volumes de até 90,5 mm em algumas regiões. Os ventos chegaram a quase 50 km/h.

 

O profissional destaca que o problema não é qualidade do asfalto, mas o sistema de drenagem que não é suficiente para parar a água antes que ela chegue na Rondon. O volume e a força da água acabam gerando transtornos na avenida, arrastando carro e pessoas, invadindo imóveis e arrancando o asfalto. 

 

“Outra área a destacar é o bairro Santa Mônica, que mesmo após a chuva cessar, alguns pontos permanecem intransitáveis a pé, por conta da água que desce das partes mais altas. Não há sistemas de drenagem adequados”, complementou.

 

Rodrigo afirma ainda que é provável que os problemas continuem nos próximos anos. "Em 2024, é quase certo que enfrentaremos novamente as mesmas situações no local. Nas últimas décadas temos enfrentado episódios similares. Isso persiste devido à falta de abordagem direta na raiz do problema. Provavelmente, a questão financeira e a complexidade na implementação de soluções nesses locais são obstáculos que impedem a solução efetiva dessas questões”, finalizou.

 

RECUPERAÇÃO

Durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (6), o secretário de Obras Norberto Nunes informou que foram investidos aproximadamente R$ 300 mil para os reparos na avenida Rondon Pacheco e outros locais da cidade, danificados pelas enxurradas desta terça (5). 

 

“Foram feitas remoção de árvores e realização de obras de recapeamento, que se estenderam até esta quarta-feira (6)”, disse.

 

Em menos de dois anos, essa é a segunda vez que a Rondon Pacheco precisou ser recapeada após ter o asfalto arrancado pela forte correnteza. Em janeiro de 2022, a Prefeitura investiu quase R$ 400 mil para reformar a avenida e ruas adjacentes. 

• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram

 

OBRAS

Em fevereiro de 2022, a Prefeitura de Uberlândia anunciou um investimento de R$ 30 milhões para evitar enchentes na Rondon Pacheco e outras vias do município. Entre as obras está a construção de represas na avenida Jaime de Barros, rua Vasco Mascia, rua Saldanha Marinho e dentro do Parque de Exposições Camaru. 

 

Na coletiva desta quarta, Norberto Nunes atualizou a situação atual das intervenções. “A obra no Camaru já está na parte final e a captação de água na represa contribuirá para a retenção da bacia hidrográfica local. Esta estrutura deve conter o fluxo proveniente apenas da região próxima à avenida Francisco Galassi”.

 

De acordo com o secretário, a previsão é que a obra esteja concluída até fevereiro de 2024. Norberto disse ainda que já foram realizadas as etapas de retirada da água para formar o novo lago, assim como a construção de uma galeria. 

 

“Essa medida deve reter a chuva especificamente naquela área, promovendo controle e prevenção de enchentes apenas na região próxima ao Camaru. Que fique claro: a providência não ajuda na avenida Anselmo Alves dos Santos, por exemplo".

 

Em relação à rua Saldanha Marinho, Norberto disse que ela deve passar por obras de elevação para aumentar sua capacidade de retenção. No entanto, questões ambientais estão surgindo nas outras duas localidades previstas para auxiliar com a drenagem da água na cidade.

 

“A avenida Jaime de Barros e a rua Vasco Mascia dificultam a definição da viabilidade dessas soluções, por enquanto não é certo que poderão ocorrer obras nessas localidades. Ainda há pendências ambientais a serem resolvidas”.

 

Existe, ainda, outro projeto que tem relação com o Córrego Jataí, na região do Parque do Sabiá. "No Parque do Sabiá, está planejada uma nova obra na represa para receber água das regiões do Custódio Pereira e Tibery”, complementa Norberto. 

 

O objetivo das medidas é reter a água das áreas, permitindo que, após as chuvas, o escoamento aconteça de maneira controlada, evitando problemas na Rondon.

 

O profissional reforça que as intervenções prometem auxiliar na região afetada pelos danos, embora não seja possível afirmar que resolverá completamente a situação. “O projeto já foi concluído e a previsão é que seja licitado ainda este mês, assim como o projeto relacionado à avenida Saldanha Marinho”, finaliza.

 

ALERTAS

Ao longo da Rondon Pacheco estão distribuídas 10 colunas com avisos semafóricos: cinco estão no sentido Teatro Municipal/Praia Clube e cinco no sentido oposto. Cada coluna possui uma placa orientativa e dois sinais luminosos de LED, um laranja e outro vermelho:

 

O laranja se acenderá quando a situação for de alerta amarelo, recomendando atenção a motoristas e pedestres, visto que haverá risco moderado de alagamento.

 

O sinal vermelho informa que a avenida estará sob alerta vermelho e, portanto, a saída da pista e dos acostamentos deverá ocorrer de forma imediata devido ao alto risco de alagamento.

 

De acordo com o secretário municipal de Segurança Integrada, sargento Ednaldo, existe um empenho em aprimorar a comunicação com a população e prevenir eventos semelhantes ao ocorrido na última terça (5). “Estudamos a implementação de avisos sonoros e a instalação de um radar meteorológico para o próximo ano, visando evitar incidentes como os que aconteceram”.

 

O especialista em pavimentação Rodrigo Pires, por sua vez, acredita que a medida visa apenas remediar o problema, mas não solucioná-lo. “Para resolver esta situação, é preciso pensar em ações a longo prazo, não basta implementar alertas. Porém, realizar obras em áreas já habitadas implica em desafios consideráveis, como possíveis desapropriações e complexidades logísticas. É importante destacar que há soluções de engenharia viáveis, mas também é necessário um engajamento político por parte do governo. Já que essas soluções de longo prazo demandam grandes investimentos financeiros”, concluiu.

 

ORIENTAÇÕES DA DEFESA CIVIL

 

Antes das chuvas

 

– Fazer manutenção nos telhados, desobstruir os canos das lajes, limpar as calhas, conferir se as telhas estão pregadas;

 

– Não jogar lixo ou entulho em bueiros, quintais e ruas. Sempre colocar os sacos de lixo nas lixeiras, evitar deixá-los diretos na calçada.

 

– Reforçar muros e paredes que tenham perigo de cair;

 

– Fazer revisões nas instalações elétricas;

 

– Desligar os aparelhos elétricos, quando perceber chuvas fortes acompanhadas de raios;

 

– Colocar móveis e outros pertences em lugares altos, caso sua moradia esteja localizada em locais sujeitos a alagamento;

 

– Acompanhar os boletins de avisos e alertas dos Institutos de Meteorologia pela internet ou pelos órgãos da imprensa.

 

Durante as chuvas

 

– Manter-se atento aos níveis das águas;

 

– Manter portas e janelas da casa fechadas para evitar entrada de ventos fortes e animais;

 

– Não se proteger embaixo de árvores, porque elas atraem raios e, se houver granizo, é aconselhável abrigar-se em lugares seguros, com boas coberturas;

 

– Não manusear nenhum equipamento elétrico ou telefone devido aos raios e relâmpagos;

 

– Não se arriscar em atravessar a pé ou com veículos em ruas e pontes alagadas ou com enxurradas;

 

– Se a casa estiver em risco de alagamento ou desabamento, chamar imediatamente a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros;

 

– Em caso de alagamento é recomendado evitar contato com as águas, pois além da contaminação que pode causar graves doenças, há também o risco de choque elétrico.

 

Depois das chuvas

 

– Verificar as instalações elétricas antes de ligá-las;

 

– Fazer revisões de possíveis danos em moradias (paredes, telhados, etc);

 

– Ter cuidado com animais (aranhas, cobras e ratos em casa);

 

– Verificar se houve obstrução de ralos, bueiros e calhas.

 

Orientações aos motoristas

 

– Evitar trafegar em vias alagadas, procure sempre rotas alternativas ou aguarde a chuva passar em lugar seguro;

 

– Em dias nublados, evitar deixar os veículos estacionados próximos a árvores, principalmente as mais antigas;

 

– Não estacionar veículos em regiões íngremes e próximas a postes durante as chuvas;

 

– Durante a incidência de raios, a melhor proteção é permanecer no interior do veículo;

 

– Checar o bom estado dos limpadores, das borrachas das palhetas e do motor dos limpadores;

 

– Certificar-se que o desembaçador está funcionando corretamente;

 

– Ligar as luzes durante uma chuva intensa (mesmo que esteja um dia claro) para que outros motoristas vejam o veículo.

 
VEJA TAMBÉM:

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90