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01/02/2023 às 17h31min - Atualizada em 01/02/2023 às 17h31min

Ex-vereadora Pâmela Volp é condenada a mais de 10 anos de prisão por roubo e extorsão

Além da ex-parlamentar, Paula Volp e Thauana Araújo foram consideradas culpadas por participar de agressões contra uma mulher trans em 2018

REDAÇÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Pâmela Volp foi presa em 2021, durante a operação "Libertas" I Foto: ALINE REZENDE/CMU
O juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Uberlândia, Márcio José Tricotti, condenou a ex-vereadora Pâmela Volp, além das comparsas Paula Volp e Thauana Araújo (Victória) a 10 anos e 10 meses de prisão por roubo e extorsão. A decisão foi publicada na última segunda-feira (30).

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A denúncia foi feita pelo Ministério Público Estadual (MPMG). Segundo as investigações, as três acusadas, acompanhadas outras duas pessoas não identificadas, teriam agredido com uma barra de ferro, socos e pontapés, e furtado o aparelho celular de uma mulher trans que se prostituía em uma avenida do bairro Marta Helena, em março de 2018, fato confirmado por testemunhas.
 
Ainda de acordo com o MPMG, as agressões teriam sido motivadas pelo fato de a vítima não ter “autorização” para se prostituir no local. Durante os interrogatórios, as três acusadas negaram os fatos. Em depoimento, a vítima afirmou que durante as agressões conseguiu escapar, recebeu ajuda de uma moradora próxima ao local e, posteriormente foi socorrida pela Polícia Militar até a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) Roosevelt.
 
Uma das testemunhas de acusação disse que trabalhava para Pâmela Volp e afirmou que todas as garotas que se prostituíam em Uberlândia deveriam prestar contas à ex-vereadora. A testemunha disse que não estava na cidade no dia do crime, mas soube do fato e decidiu se manifestar por meio das redes sociais sobre os atos de exploração. Desde então, disse que vem sendo ameaçada.
 
Na decisão, o magistrado pediu o cumprimento das penas em regime fechado, porém Paula e Thauana responderão em liberdade graças a um habeas corpus. Pâmela também seria beneficiada, porém se encontra presa por outras acusações.
 
Procurado, o advogado de defesa de Pâmela Volp, Rogério Oliveira, criticou a decisão da justiça. “Eu vejo com tristeza tudo isso. O MP criou uma figura que não existe e, por razões incertas, condena-se uma pessoa por um crime que não existe. Isso é histórico em Uberlândia, basta recordar de João Relojoeiro, Irmãos Naves e outros mais. Para se roubar um telefone, como foi dito, primeiro deve ser provado que esse existia. A pretensão é destruir o nome e renome de Pâmela, porque ocupou espaços que não aceitam na sociedade para um travesti. Usam uma suposta confissão de alguém que sequer foi preso ou denunciado, e para garantir o sucesso do plano, impediram a defesa de acessar os computadores e celulares que continham provas de inocência. Sinto nojo de tudo isso”, disse o advogado.
 
OUTROS CRIMES
Pâmela Volp foi presa em 2021, durante a operação "Libertas". Além dela, foram detidas a filha da ex-vereadora, Paula Volp, e Lamar Bionda, também acusada de envolvimento em um esquema de exploração de travestis em Uberlândia e outras regiões do país. As três são suspeitas dos crimes de exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo.
 
Durante a operação, foram apreendidos R$106 mil em dinheiro na casa da ex-vereadora e um caderno com informações sobre o esquema de prostituição, caixa e dívidas de profissionais do sexo, agenciados por Volp. As investigações ainda apontaram que os pontos de prostituição eram setorizados, em Uberlândia. Os bairros Tibery e São Jorge, por exemplo, eram comandados por Lamar Bionda. Já os bairros Umuarama e proximidades eram agenciados por Volp.
 
Já dentro da penitenciária, a ex-vereadora foi denunciada por presos pela prática de extorsão, ameaça e lesão corporal, além de estupro e, mais recentemente, tentativa de homicídio. Em maio de 2020, Pâmela teve o mandato parlamentar cassado por quebra de decoro, após ser denunciada pelo Gaeco na Operação Má Impressão, por uso de notas fiscais ideologicamente falsas para recebimento de verba indenizatória na Câmara Municipal de Uberlândia.

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