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10/06/2022 às 17h32min - Atualizada em 10/06/2022 às 18h14min

Justiça decreta prisão de Pâmela Volp por homicídio tentado contra detento na Penitenciária Pimenta da Veiga

Ex-vereadora de Uberlândia, que está presa desde novembro de 2021, foi acusada de encomendar morte do detento

REDAÇÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Volp ordenou que presos espancassem um dos detentos da ala LGBTQIAP+ I Foto: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

O juízo da 5ª Vara Criminal de Uberlândia, acatando representação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), decretou, nesta sexta (10), a prisão preventiva da ex-vereadora Pâmela Volp por homicídio qualificado tentado. O crime ocorreu em fevereiro deste ano na Penitenciária Professor João Pimenta Da Veiga, em Uberlândia, quando Volp mandou espancar outro detento da unidade prisional. 

 

Segundo informações do Gaeco, Pâmela foi acusada de ordenar a outros cinco presos que espancassem um dos detentos da ala destinada a pessoas da comunidade LGBTQIAP+. De acordo com a investigação, a vítima havia pego alguns cigarros de Volp, que revidou com a ordem para matar o preso.


A vítima foi fortemente espancada com chutes e socos. Em determinado momento, um dos agressores chegou a subir em um beliche e pular duas vezes contra o peito da vítima, que já estava no chão desmaiada. O laudo pericial revelou que o detento fraturou costelas e dentes, teve lesões torácica e na mandíbula, chegando a perfurar o pulmão e apresentar risco de morte. 

 

A pena para o crime varia de 12 a 30 anos de reclusão. Pâmela segue detida na Penitenciária após ser presa durante a Operação Libertas, em novembro de 2021, quando foi denunciada por exploração sexual de travestis. O Diário de Uberlândia tentou entrar em contato com o advogado dela, mas as ligações não foram atendidas.

 

A reportagem também procurou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e solicitou informações sobre quais medidas foram tomadas contra os envolvidos no homicídio tentado. Por meio de nota, a Sejusp informou que na época do ocorrido todos os autores foram identificados e conduzidos à autoridade policial para medidas cabíveis. Além disso, Pâmela Volp foi transferida para o Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia. Os agressores seguem detidos na Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga. 

 

ESQUEMA DE EXTORSÃO

Em maio deste ano, detentos da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga denunciaram Pâmela Volp por práticas de extorsão, lesão corporal e ameaça dentro da unidade prisional. 

 

Segundo informações da Polícia Militar (PM), os relatos deram conta de que a ex-vereadora teria estabelecido no interior da ala destinada a pessoas LGBTQIA+ um sistema de extorsão, cuja prática se iniciou em fevereiro deste ano. 

 

As denúncias apontam um esquema elaborado para a comercialização interna de cigarros, materiais de limpeza, alimentos e outros produtos. De acordo com testemunhas, o sistema funciona através de trocas, ou seja, para adquirir um dos produtos, os detentos teriam que pagar com outro material. Caso não fosse pago dentro do prazo e condições estipuladas, os presos sofriam agressões físicas e privações dos direitos básicos, como ficar sem alimentação. 

 

OPERAÇÃO LIBERTAS
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) prendeu em novembro de 2021 a ex-vereadora Pâmela Volp, a filha dela, Paula Volp e Lamar Bionda, acusadas de envolvimento em um esquema de exploração de travestis em Uberlândia e outras regiões do país. As três são investigadas por crimes de exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo.


*Matéria atualizada às 18h14 para acréscimo de informações.


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