Entre os dias 21 e 23 de setembro, o Museu do Índio, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), realizará o Festival de Arte e Cultura Indígena. O objetivo é promover as artes indígenas nas mais distintas linguagens e suportes.
As atividades vão acontecer no Centro Municipal de Cultura, instalado onde funcionava o Fórum, na praça Jacy de Assis, no Centro de Uberlândia. Nos três dias, o público terá acesso gratuito desde a cultura material tradicional, até a arte contemporânea. Estão programadas exposições, lançamento de livro, sessões de cinema e debates.
O evento vai reunir a III Mostra de Arte Indígena Contemporânea, a Mostra de artefatos tradicionais, a Mostra de Cinema e uma mesa-redonda sobre literatura indígena.
A III Mostra de Arte Indígena Contemporânea traz uma coletiva de obras de artistas indígenas que têm participado de debates no meio acadêmico. A curadoria é de Kássia Borges, docente do Instituto de Artes da UFU.
Os artistas convidados são Denilson Baniwa, Naine Terena, Gustavo Caboco, Irineu Terena, Ziel Karopotó, Miguela Maino'y e MAKHU, além de integrantes do Coletivo Kokir. A escolha também levou em conta a presença de obras desses artistas em espaços como a Bienal de São Paulo e a Bienal de Veneza, por exemplo.
A Mostra de Artefatos Tradicionais reunirá peças de 15 artesãos indígenas, considerados os mais representativos de sete etnias. A diversidade de suas matrizes linguísticas e culturais, como as do Tupi, Macro-Jê e Karib, foi levada em conta para a seleção. A maioria destes artesãos vivem em seus territórios tradicionais.
Com o lançamento do livro “Tomoromu: a árvore do mundo”, de Cristino Wapichana, e uma mesa-redonda sobre literatura indígena, o festival vai aproximar estudantes e professores da educação básica e autores. A participação no evento é uma oportunidade para acesso à expressão política, estética e cognitiva das culturas dos povos originários do país.
O premiado Cristino Wapichana é músico, compositor, escritor e contador de histórias. Ele é considerado um dos mais ativos escritores indígenas brasileiros. Entre suas obras, se destacam “A Boca da Noite” e “O Cão e o Curumim”.
A mostra de cinema tem curadoria de Gilmar Terena, da Etnia Terena e de Mato Grosso do Sul. A intenção é mostrar a diversidade e complexidade dos povos indígenas. Entre as exibições, haverá o lançamento do vídeo da série “Invisíveis na Cidade”, produzido pelo Museu do Índio.
“Trata-se de uma oportunidade muito rica de troca de experiências humanas distintas. O festival pretende ser isso, um lugar para se conhecer um pouco da diversidade indígena”, afirmou a antropóloga Lídia Meirelles, coordenadora do Museu do Índio/UFU.
“É um espaço onde a gente pretende expressar as diversas linguagens da cultura indígena, diversos suportes de linguagem que eles estão se apropriando para mostrar sua cultura, suas crenças, a sua forma de enxergar o mundo e sua forma de se relacionar com o outro. É um espaço democrático, aberto a todos e todas, um espaço de entrada franca, completamente livre”, reforçou Meirelles.
PROGRAMAÇÃO
Quarta, 21/09:
9h - Abertura
10h - Mesa-redonda: “Literatura Indígena - um desafio político social”. CristinoWapichana e Vanessa Sagica. Mediação: Heliene Rosa.
9 às 17h - Mostra de Artefatos Tradicionais e rodas de conversa.
19h - Abertura da III Mostra de Arte Indígena Contemporânea – “YUXI - YUXIBU”
Quinta - 22/09:
9 às 17h - Mostra de Artefatos Tradicionais e rodas de conversa
Sexta - 23/09:
9 às 17h - Mostra de Artefatos Tradicionais e rodas de conversa.
9h30 – Lançamento do vídeo da série “Invisíveis na Cidade”, com Romana Ávalo,indígena Guarani Kaiowá.
10h30h -1ª Sessão de Cinema Indígena. Curadoria: Gilmar Terena.
14h - 2ª Sessão de Cinema Indígena.
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