O Centro de Pesquisas Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), vinculado ao Instituto de Economia e Relações Internacionais (Ieri), divulgou os dados de julho deste ano relacionados ao boletim do Índice de Preços ao Consumidor de Uberlândia (IPC) e do boletim da Cesta Básica de Alimentos de Uberlândia.
O IPC apresentou, no último mês, variação de 0,63%, ficando 0,16 ponto percentual acima da taxa de 0,47% registrada em junho. Três dos nove grupos analisados pelo Cepes apresentaram aumento no preço, sendo eles “alimentos e bebidas”, “transportes” e “habitação”. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os valores coletados no período de 1º a 31 de julho em relação aos obtidos entre 1º e 30 de junho.
Devido à pandemia da Covid-19, a coleta presencial de preços nos locais de compra foi suspensa e tem sido realizada por telefone e sites, entre outros meios. O economista responsável pela divulgação dos boletins, Pedro Henrique Martins Prado, explica que a partir dos dados coletados os pesquisadores trabalham com diferentes indicadores para gerar um acompanhamento melhor dos dados de Uberlândia e poder traçar um bom panorama da economia da cidade.
Em julho, apesar da aceleração de preço do grupo de alimentação e bebidas, foi possível observar uma deflação significativa, ou seja, uma redução de preço em itens como “tubérculos, raízes e legumes”, com 10,91% de queda, e “frutas”, com 6,98%. Prado destacou que a diminuição nos preços se deve mais à dinâmica de produção, relacionada ao clima, plantio e colheita, do que a demanda local, sendo um comportamento sazonal dos itens.
Quando comparado com os índices nacionais de inflação, Uberlândia apresenta maior taxa pelo terceiro mês consecutivo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação do custo das famílias com renda mensal de um a cinco salários mínimos, foi de 0,44% em julho.
Já na comparação com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que avalia os gastos das famílias com renda mensal de um a 40 salários mínimos, a taxa também é mais alta. No mesmo período mensal, o índice atingiu 0,36%.
De acordo com Prado, ao analisar esses dados, nota-se que Uberlândia apresenta uma variação de preços mais rápida do que o restante do país e isso pode estar relacionado à velocidade que medidas de isolamento social são tomadas em diferentes municípios brasileiros.
CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS
O gasto mensal da cesta básica de alimentos de Uberlândia em julho foi de R$ 432,46, com queda de R$ 14,10 em relação ao mês anterior. O boletim calculou também que o tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta básica na cidade em julho, recebendo o salário mínimo, foi de 91 horas e 3 minutos.
A estimativa de salário mínimo necessário para uma família de dois adultos e duas crianças ou três adultos, na cidade de Uberlândia, ficou em R$ 3.633,09. O salário mínimo oficial (R$ 1.045,00) equivale a 28,76% do necessário, segundo a pesquisa, que avaliou o poder de compra no maior município do Triângulo Mineiro, durante o mês passado.
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