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10/06/2020 às 13h12min - Atualizada em 10/06/2020 às 13h12min

Empresas de Uberlândia adotam home office como modelo definitivo de trabalho

Tendência do trabalho remoto em razão da pandemia continua sendo aplicada no setor corporativo

DHIEGO BORGES
Responsável por RH da Sankhya diz que home office deve ser mantido para 15% dos colaboradores | Foto: Divulgação

Trabalho remoto, home office, teletrabalho, anywhere office. Seja qual for a expressão, é pouco provável que você ainda não tenha ouvido falar de nenhuma delas. Mas, se ainda não foi apresentado, é bom se acostumar. A pandemia do coronavírus trouxe à tona esse novo modelo de trabalho, que deve se tornar uma tendência, com ou sem isolamento social, e já vem sendo adotado definitivamente por algumas empresas de Uberlândia. 

O Diário ouviu empresas da cidade que já sinalizam um direcionamento total para o chamado trabalho remoto. Se antes da crise da Covid-19 essa modalidade ainda era pouco explorada, com a pandemia ela tem sido muito mais do que uma alternativa para manter a economia funcionando, sendo cogitada como um modelo a ser seguido a partir de então.

Essa é a visão do empresário Fabrício Panice, proprietário da Panice Tecnologia, empresa do ramo com sede na cidade. Para o empreendedor, o home office é uma tendência que deve ser cada vez mais adotada pelo mercado. “Antes do coronavírus, acredito que demoraria bastante para esse modelo ser mais utilizado, mas a pandemia acelerou bastante o processo. Hoje, estamos nos reestruturando para atender a demandas neste sentido, pois já notamos o interesse de 20% a 30% dos clientes que tendem a não retornar e manter a empresa funcionando 100% home office”.

Maior qualidade de vida para os colaboradores, redução de custos fixos para a empresa. De acordo com Fabrício Panice, que atualmente possui 30% do quadro de funcionários atuando por meio do teletrabalho, esses são os principais benefícios da modalidade. Foi com esse foco que o empreendedor abriu em dezembro do ano passado uma nova unidade em Ribeirão Preto (SP), com colaboradores totalmente dedicados em home office. No planejamento da empresa, está prevista também a inauguração de outra unidade em Goiânia, com dois funcionários trabalhando remotamente.

O desafio, segundo o empresário, é manter a saúde mental e a motivação da equipe. “Mais do que nunca, temos que acompanhar nossos colaboradores no sentido de apoiá-los, já que a rotina passou a ser outra. Então, nossa equipe já está atuando com ações específicas, como comemoração de aniversário virtual e até happy hour virtual”.

Outra empresa que adotou o home office desde o início da pandemia foi a Sankhya, também da área de tecnologia. Segundo a analista de RH Senior, Ariadney Vivian Ferreira, antes da crise da Covid-19 a modalidade era utilizada apenas pontualmente por alguns colaboradores.

De acordo com a responsável, o objetivo da empresa é manter 15% dos funcionários trabalhando remotamente após a pandemia. “Temos a intenção em permanecer com o home office como uma prática na empresa, mesmo após o final do isolamento social. Ainda não temos definido como será e quais áreas, mas esta será uma prática bem mais comum no futuro”.
 
GRANDES PLAYERS
Um caminho sem volta também para os grandes players do mercado. Em Uberlândia, a Algar Tech, por exemplo, com atuação no Brasil e no exterior, anunciou nesta semana o home office como definitivo para algumas áreas. De acordo com a empresa, na primeira etapa, o formato inclui os setores administrativo, jurídico, recursos humanos, comunicação, marketing e comercial. A estimativa é de que mais de 600 colaboradores não retornem ao trabalho presencial, mesmo com o fim da pandemia.

A empresa, que conta com 11 mil funcionários, tem atualmente 80% do quadro trabalhando em casa. De acordo com o gerente de soluções e novos negócios da Algar Tech, Aléssio Rodrigues Silva, a decisão considerou aspectos como a redução da necessidade por infraestrutura e também um desejo dos próprios colaboradores.

“Fizemos algumas pesquisas internas para entender a reação e o comportamento desses colaboradores e tivemos um feedback bastante favorável. Cerca de 75% apontaram que gostariam de manter o formato de trabalho após a crise”, afirmou.
 
ADAPTAÇÕES
Produtividade por entrega e não apenas por jornada de trabalho. Essa é a estratégia que a Algar Tech aponta como carro-chefe na transição para o home office. A mudança, de acordo com o gerente de soluções, teve início com a capacitação dos gestores para atuarem com um novo conceito na cobrança por resultados.

“Desenvolvemos um programa de capacitação para trabalhar o lado comportamental dessas equipes, com rotinas de gestão, formas de gerenciar o time e introdução de um quadro de organização de rotinas, pois o foco deve ser a produtividade do colaborador e não mais a carga horária”, destacou.

No caso das operações de teleatendimento, segundo o gerente, há uma intenção de se manter o modelo home office, mas isso depende de negociações com cada um dos clientes. “Hoje temos empresas que eram mais tradicionais, mas já estão nos procurando para entender essa proposição e como seria”.

Além dos treinamentos, a empresa também disponibilizou 600 cadeiras ergonômicas aos colaboradores que serão mantidos 100% em home office, além de um kit para ajudar no planejamento. Áreas comuns da empresa serão disponibilizadas em forma de rodízio para que, após a pandemia, sejam utilizadas para manter a rotina de encontros presenciais.

A Sankhya também promoveu adaptações para os colaboradores em home office. A empresa disponibilizou equipamentos e alguns móveis para oferecer maior conforto em casa. Segundo a responsável pelo RH, outras ações de saúde e engajamento também foram adotadas. “Para fomentar a conexão dos colaboradores, criamos iniciativas como happy hours virtuais, reuniões de equipe de check in e check out, trazendo toda a equipe para o mesmo propósito. Também trouxemos uma psicóloga para apoiá-los neste momento. Foram ações novas que até então não havíamos experimentado, mas que trouxeram resultados importantes”, afirmou.

Outra mudança realizada na empresa foram as avaliações de performance, que passaram a ser feitas virtualmente.


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