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08/06/2020 às 18h05min - Atualizada em 08/06/2020 às 18h05min

Home office aumenta demanda por serviços de tecnologia em Uberlândia

Empresas têm aproveitado o bom momento para expandir os serviços na cidade

DHIEGO BORGES
Empresa de Raniery Germano teve aumento de 24% na demanda | Foto: Arquivo Pessoal
Deixar de lado a mesa do escritório e transformar um canto da casa em uma extensão da empresa. Essa foi e tem sido a realidade de muitos trabalhadores que precisaram, em pouco tempo, se adaptar ao sistema de home office. Diante da nova realidade, empresas de tecnologia em Uberlândia têm aproveitado o momento com a demanda crescente pela procura dos serviços de implantação do teletrabalho.

Na empresa de Raniery Germano, por exemplo, com sede na cidade e filial em Palmas (TO), a demanda cresceu em média 24% em todas as unidades desde que o fechamento do comércio foi anunciado pela Prefeitura, em março. “Praticamente todos os clientes buscaram pelo serviço de implantação do home office, mas já tínhamos um plano de contingência, então estávamos preparados”, disse.

O proprietário afirma que o número de chamados, que antes ficava em uma média de 800 por mês, saltou para 1.307 em março. A demanda cresceu tanto que Germano já está preparando a abertura de outra filial em Goiânia, o que deve acontecer após a pandemia. Para atender à procura das empresas, o empreendedor teve que contratar dois novos funcionários e já abriu outras três vagas que ainda devem ser preenchidas. 

Ainda segundo o empreendedor, muitas empresas já estão considerando a solução como definitiva. “Com esse novo foco, já estamos sentindo um movimento de empresas buscando pela manutenção do home office. No nosso caso, por exemplo, notamos uma melhora na qualidade do trabalho dos nossos funcionários nesse formato. As empresas de forma geral estão mais atentas a isso. Além da redução de custos, essa modalidade facilita até mesmo novas contratações”, destacou.

Quem também sentiu a procura pela adaptação ao home office aumentar foi o empresário Gilberto Guimarães de Faria, que é sócio proprietário de uma empresa do ramo em Uberlândia. “Começamos a atender a muitas solicitações relacionadas ao teletrabalho, mas, ao mesmo tempo, tivemos uma redução do número de chamados corporativos por novas soluções. A maioria das empresas não estava preparada e agora muitas delas estão buscando ferramentas para manter esse novo modelo que deu certo”, disse.

A empresa de Gilberto não precisou fazer novas contratações, já que a procura maior veio de clientes fixos. Mas, segundo o proprietário, já existe uma demanda por novas tecnologias e implementações. “Alguns clientes relataram um crescimento de 30% em ganho de produtividade nesse modelo de home office e já disseram que não devem retornar”.

UMA NOVA TENDÊNCIA
O que surgiu apenas como a única alternativa parece estar se tornando um novo formato de trabalho a ser seguido no mundo corporativo. De acordo com o consultor de TI e colunista do Diário, Paulo Sant’anna, a pandemia do coronavírus deve despertar uma nova tendência no mercado de trabalho no Brasil.

“A maioria das empresas não tinha um plano de continuidade de negócios, pois ninguém esperava. Após essa etapa, muitas delas não devem retornar, ou seja, há uma tendência para a adoção total do home office ou do trabalho parcial, exceto para tipos de negócios que necessitam de um atendimento presencial ou que são mais conservadores”, afirma o consultor.

Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado na última quarta-feira (3) revelou que o teletrabalho pode alcançar 22,7% das funções existentes no Brasil. Esse número corresponde a mais de 20 milhões de pessoas. Neste cenário, o Brasil ocupa a 45ª posição em ranking de 86 países com trabalho remoto, segundo um levantamento de pesquisadores da Universidade de Chicago e que teve metodologia replicada pelo Ipea. 

Para o especialista ouvido pelo Diário, o home office oferece mais vantagens para as empresas do que para os funcionários. 

“Tem a questão da economia, por exemplo, com materiais de escritório, aluguel e custos fixos, aspectos que se tornam mais vantajosos para os empresários. No entanto, do ponto de vista do colaborador, é bom, mas também ruim. Se por um lado, ele não precisará investir em roupas, por exemplo, para ir trabalhar, por outro, terá que ter um maior controle ou acabará trabalhando mais”.



















 

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