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25/03/2020 às 08h17min - Atualizada em 25/03/2020 às 09h28min

Home office vira alternativa para quem não pode parar

Profissionais de Uberlândia falam como adaptaram a rotina profissional durante a pandemia do coronavírus

SÍLVIO AZEVEDO
Delegada Gabriela Damasceno teve que adequar o trabalho com o papel de mãe de quatro filhos | Foto: Arquivo Pessoal
Com as recomendações de órgãos públicos para evitar a aglomeração de pessoas em um mesmo espaço, diminuindo assim o risco de contágio do novo coronavírus, empresas, profissionais e estudantes encontraram no home office a maneira de manter a rotina de trabalho e de estudos.

Um dos principais fatores que ajudam no trabalho home office é o planejamento. Saber que, apesar de estar em casa, o compromisso com o trabalho permanece o mesmo. Além disso, adequar um canto para realizar as obrigações profissionais é essencial para o bom desempenho da atividade.

Foi o que fez a psicóloga Isabella Contino, que readequou sua casa para poder fazer atendimentos online de pacientes que precisam de consulta. Segundo ela, essa modalidade de atendimento já é realizada no consultório onde atende, dentro das normas do Conselho Federal de Psicologia, que exige um cadastro do psicólogo.

“Adequei um cômodo em minha casa para realizar as sessões online de modo a oferecer privacidade e segurança aos pacientes que estão sendo atendidos. Por estranhamento, e até mesmo falta de privacidade em casa, não são todos os pacientes que aderiram a possibilidade dos atendimentos online, optando por aguardar a liberação das restrições do coronavírus para realização dos atendimentos presenciais.”.

O confinamento social adotado em Uberlândia não atinge apenas quem trabalha. As crianças também estão sem poder frequentar escolas e creches. Com isso, além da atenção ao trabalho, pais têm que acompanhar o dia a dia dos filhos.

A delegada Gabriela Damasceno teve que adequar o trabalho frente à Delegacia de Furtos e Roubos com o papel de mãe de quatro filhos. Apesar do prazer de estar mais próximo das crianças, é preciso ajustar as necessidades da profissão com a atenção a elas.

“É um fato bom, sem dúvida. Desde que a gente consiga ter equilíbrio emocional necessário para o momento. Temos que aproveitar o uso de tecnologia para fazer o trabalho. Em outros momentos, esquecer um pouquinho e ajudar as crianças a gastar energia, senão fica difícil. Nosso papel como pais é tentar manter essa sanidade, tanto nossa quanto das crianças. Esse equilíbrio entre as atividades que gastam energia e as que exigem uma concentração maior é o que permite a gente trabalhar com rendimento melhor”.

EDUCAÇÃO
Professor Túlio Sérvio adequou escritório em casa para ministrar aulas virtuais | Foto: Arquivo Pessoal

 
A educação também foi afetada pelo distanciamento social, com muitas aulas sendo ministradas virtualmente. O professor de Gestão do Centro Universitário UNA, Túlio Sérvio Francisco de Almeida acredita que o ensino não é prejudicado pela facilidade de manuseio das plataformas digitais que o mercado oferece.

“Elas nos permitem o uso de texto, planilhas e pesquisas simultâneas na internet. Portanto, tudo que utilizamos no dia a dia, em especial na área contábil, é utilizado nessas plataformas. Tanto que alguns sistemas permitem a interação dos alunos, planilhas de Excel para cálculos e pesquisa em legislação”.

Para poder ministrar as aulas, Túlio adequou um escritório em sua casa com acústica adequada. Entre as diferenças no trabalho, está a forma de planejar as aulas virtuais. “A presencial precisa da tecnologia e preparo. Entretanto, o contato físico nos permite ler a expressão dos alunos, por exemplo, a facial e comportamental, e a comunicação direta. Já nas virtuais, o professor deve aguçar ainda mais a dinâmica da aula, levando o conceito de que o aluno deve ser o protagonista da aprendizagem, tendo uma aula mais dinâmica, cheia de atividades práticas e interatividade entre aluno e professor”.

Os alunos também tiveram que se adequar para continuar o curso e não perder o semestre por conta da paralisação nas atividades acadêmicas. Discente de direito, Isabella Oliveira manteve a rotina de aulas, até por preparo da faculdade. 

“Pegou a gente de surpresa, mas para nossa sorte a faculdade já estava preparada. Eu preparei um cantinho no meu quarto, onde eu sempre estudo, para poder assistir as aulas e estudar”.

A estudante acredita que essa mudança para aulas virtuais foi benéfica para ela, que já estava acostumada a estudar em casa. “Eu acredito que pode ter até melhorado o grau de aprendizado pelo fato de a gente estudar em casa, no nosso conforto. Eu já tenho a minha rotina de estudos em casa, sei me organizar. Parece que por eu ter controle, consigo ter uma dedicação maior”.











 

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