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14/11/2019 às 18h29min - Atualizada em 14/11/2019 às 21h39min

​Vereadores pedem que Odelmo Leão afaste vice-prefeito e secretário das funções

Documentos foram protocolados no fim desta tarde (14) na Prefeitura de Uberlândia; oposição aponta que empresas ligadas aos servidores são alvos em esquema de corrupção

CAROLINE ALEIXO
Vice-prefeito compareceu à Câmara para prestar esclarecimentos sobre a denúncia nesta semana | Foto: CMU/Divulgação
Dois ofícios protocolados na Prefeitura de Uberlândia, no final da tarde desta quinta-feira (14), pedem que o prefeito Odelmo Leão afaste das funções o vice-prefeito e diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Paulo Sérgio Ferreira, e o secretário municipal de Planejamento, Rubens Yoshimoto. Os documentos foram assinados por oito vereadores e levam em consideração denúncia de esquema de corrupção envolvendo servidores e construtoras da cidade.

A assinatura ocorreu durante a sessão ordinária na Câmara de Uberlândia pelos vereadores Adriano Zago (MDB), Felipe Felps (PSB), Dra. Jussara Matsuda (PSB), Silésio Miranda (PT), Helvico José-Vico, Michele Bretas (Avante), Thiago Fernandes (PRP) e Walquir (SD), que assumiu a cadeira de Juliano Modesto nesta semana. 

De acordo com o vereador Thiago Fernandes, o objetivo do pedido é resguardar as investigações do Ministério Público Estadual (MPE) coibindo eventual tentativa de obstrução ou quaisquer dificuldades que possam comprometer a instrução processual.

 
“Nós entendemos que eles, na pessoa física, não foram citados em nada. Porém, empresas ligadas ao vice-prefeito, como a Elglobal, no qual ele detém 95% do capital social, e ao senhor Rubens são alvos de investigação e supostamente teriam concorrido para a prática de ilícitos. Nisso que estamos tomando por base esse pedido de afastamento administrativo”, justificou.

O parlamentar ainda salientou que caso o prefeito não acate o pedido, o ofício será protocolado e apresentado para votação no plenário da Câmara no início das sessões de dezembro determinando, caso aprovado, o afastamento dos agentes públicos. 

O Município de Uberlândia confirmou que o Núcleo de Procotolo recebeu o ofício, contudo ainda não foi repassado ao governo para análise do mesmo. 


 Documentos foram assinados por oito vereadores | Foto: Thiago Fernandes

ESQUEMA

O suposto esquema foi divulgado pelo Fantástico no último domingo e trata de investigações de três promotorias de Justiça de Uberlândia em processos distintos. A apuração mostrou que dois servidores da Secretaria Municipal de Planejamento Urbando (Seplan), a engenheira Regilda Siqueira e o arquiteto Guilherme Mota, ofereciam serviços de consultoria e facilitação de aprovação de processo a grandes companhias do ramo da construção civil através da empresa RCS Empreendimentos e Consultoria LTDA, usando outros profissionais como laranjas para assinarem os projetos. Outros servidores também já foram identificados, até o momento, e poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica.

Os esquemas tiveram início em 2015, durante a gestão de Gilmar Machado (PT), e encerram em 2018, já sob a gestão de Odelmo Leão (PP). Há ainda informações sobre pagamento de propina aos servidores para agilizar procedimentos internos no Município para construção e funcionamento de empreendimentos imobiliários da cidade.

A reportagem do Fantástico citou o quantitativo de pelo menos 74 empresas envolvidas na denúncia. Contudo, os promotores à frente da apuração não informaram à imprensa local quais seriam as empresas que de fato fizeram pagamento de propina ou foram beneficiadas no esquema fraudulento. 


A Elglobal declarou que todas as informações sobre o caso foram repassadas para o Ministério Público visando colaborar com as investigações. Já o vice-prefeito se manifestou por meio de vídeo publicado nas redes sociais. Assista abaixo.
 
Em outra ação citada pelo MPE são apontadas irregularidades em um empreendimento da AZM Construtora, que já foi tema de matéria veiculada pelo Diário de Uberlândia, em fevereiro. Na época, uma decisão liminar determinou o afastamento de três servidores. O atual secretário de Planejamento Urbano, Rubens Kazuchi Yoshimoto, também foi réu na ação pois, de acordo com o promotor Fernando Martins, faltou fiscalização sobre as ações que aconteciam dentro da secretaria. 


* ERRATA: O Diário errou ao informar que os vereadores Ismar Prado e Paulo César-PC assinaram os memorandos. O texto foi corrigido às 21h39 desta quinta-feira (14). 


 


 
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