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13/11/2019 às 15h45min - Atualizada em 13/11/2019 às 15h45min

Suplente Walquir Amaral toma posse, mas fica sem gabinete

Presidente da Câmara disse que parlamentar teria de assumir toda equipe do titular Juliano Modesto, que está preso

NILSON BRAZ
Walquir e equipe tiveram de ocupar espaço no corredor que liga plenário aos gabinetes | Foto: Nilson Braz
Em sessão especial na Câmara de Vereadores, que aconteceu nesta quarta-feira (13), Walquir Cleuton do Amaral tomou posse como suplente do vereador Juliano Modesto (suspenso do Solidariedade), que está afastado de suas atividades como parlamentar desde o dia 10 de outubro após ser preso pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Mesmo com a posse, Walquir Amaral não pôde assumir um gabinete, nem empossar os próprios assessores, o que gerou polêmica na Casa.

Modesto foi preso no dia 15 do mesmo mês após ter se entregado. Além de ser acusado pelo crime de obstrução de Justiça, ele é apontado como integrante de uma organização criminosa em uma investigação pelo Gaeco e que resultou nas operações Torre de Babel e O Poderoso Chefão. 

Walquir Amaral tem 37 anos e é natural de Tiros, no Triângulo Mineiro. Ele é representante de vendas, é filiado ao partido Solidariedade desde 2015, e foi eleito suplente no pleito de 2016 com 1.526 votos, depois da sua segunda candidatura. Sobre o motivo pelo qual precisou ser convocado, Amaral disse lamentar a prisão, mas que, agora empossado, tem esperanças de trazer melhoras para o cenário político da cidade.

 
“A minha posição diante dessas circunstâncias [prisão de vereador] é que a justiça cuide daquilo que é inerente a ela, porque é uma situação lamentável que aconteceu. Hoje, assumindo como vereador, eu venho para esta casa com o coração cheio de alegria, mas ao mesmo tempo cheio de desafios e de lamentações ao contemplar o cenário político local. Porque eu quero continuar levando, acima de tudo, os meus princípios e valores, para que aqui dentro a gente consiga fazer a diferença”, comentou.

Amaral assumiu trazendo 15 assessores, que trabalham com ele desde a campanha, em 2016. O suplente, porém, recebeu a informação, durante o intervalo da sessão, de que não poderia efetivar seus próprios assessores, e que deveria trabalhar com os funcionários do vereador Juliano Modesto.

“Diante do fato de estar assumindo [como vereador] por suspensão, não significa que ele está 100% [liberado] para servir a população. Ele [Walquir] está assumindo uma suspensão automática, por força maior, então isso significa que ele está assumindo interinamente todo o gabinete”, afirmou o presidente da Câmara, Hélio Ferraz-Baiano (PSDB). Segundo ele, a Câmara espera uma consulta ao Ministério Público para dar resposta à situação.

 

A afirmação de Baiano gerou indignação por parte de Walquir Amaral e de seus assessores, que sem local para começarem os trabalhos, montaram um gabinete improvisado no corredor que liga o prédio dos gabinetes ao plenário. “Na condição de vereador que eu me encontro, eu tenho total autonomia de escolher aqueles que eu quero ao meu lado. Então, de momento, eu não concordo com aquilo que foi dito pelo presidente, porque são pessoas que estão caminhando comigo há 11 anos e que eu faço questão que estejam comigo também neste processo”, afirmou o vereador.

Walquir Amaral disse que irá preparar um memorando para pedir que a Casa reveja a imposição. Diante do impasse, o gabinete improvisado gerou desconforto ao vereador Baiano, que deu a ordem para que as mesas e cadeiras fossem retiradas do corredor. Não concordando com a decisão do presidente da Câmara, os vereadores Felipe Felps (PSB), Thiago Fernandes (PSL) e Adriano Zago (MDB) se reuniram com Baiano na tentativa de apaziguar a discussão.

Após uma longa conversa, foi decidido que Amaral ficaria temporariamente na sala de reunião João Pedro Gustin, até que um parecer da procuradoria jurídica da Câmara fosse entregue com as recomendações sobre a posse de assessores.
“Vou receber o memorando. Tomaremos todas as providências cabíveis diante a legalidade. Assim que receber o documento, estaremos tomando posição [sobre a possibilidade de Walquir ter seu próprios assessores]”, disse Baiano.








 

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