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15/06/2019 às 08h00min - Atualizada em 15/06/2019 às 08h00min

Banda britânica Supertramp ganha tributo de uberlandenses

Show acontece no London Pub a partir das 23h neste sábado (15)

ADREANA OLIVEIRA
O Supertrampo começou como uma brincadeira e no segundo show já esgota ingressos de camarote | Foto: Divulgação
O ano era 2015. Rolava uma jam, esses encontros descompromissados em que os músicos começam a tocar instintivamente. No piano, Fernando Dagata, ex-integrante da Patrulha Cogumelo e baterista da banda que faz a festa Back to 80´s do London Pub, nos vocais, o chargista, jornalista e músico Maurício Ricardo. “Começamos a brincar de tocar Supertramp. Ele ia puxando no piano e eu cantando de improviso. Achamos que seria um bom show para espaços pequenos, já que o próprio Roger Hodgson, o cara que compôs os maiores hits da banda, fazia shows assim. Só que na hora do vamos ver fomos incluindo músicos”, recorda Maurício Ricardo.

E assim veio o sax, a bateria e quando perceberam estavam sete músicos no palco do London Café, antes da reforma mais recente, que custo a ter espaço para todos os músicos. Foram duas performances em 2015 com uma ótima receptividade. “O empresário David Moreira, dono do London, acreditou e nos arriscamos a levar o show para o palco grande, meses depois. Ele entendeu que é um som pra se curtir, como concerto mesmo, e disponibilizou mais mesas pro público apreciar o espetáculo sentado. Funcionou muito. E o que aconteceu a partir daí é que o projeto virou banda de verdade”, contou Maurício.

Os músicos envolvidos têm afinidade no campo musical e pessoal, por isso, cada ensaio é um happening, regado a bom humor, muito suor e cerveja (porque ninguém é de ferro). A edição de 2018 do show espelhou esse carinho, segundo Maurício. “Cuidamos da estética de palco, com um vídeo no telão para cada música. Tentamos explorar cada detalhe dos arranjos. Resultou em um dos projetos mais complexos e bem acabados entre todos os que já participei. Nessa edição, como na outra, todas as mesas foram vendidas na primeira semana. Talvez ainda haja ingressos para pista”.

Mais que uma banda cover, o Supertrampo é uma banda tributo. “Seríamos uma banda cover se apenas tocássemos as canções, mas se a gente considerar tributo como homenagem, o rótulo se aplica. A nossa abordagem é respeitosa, detalhada. Não tentamos reproduzir o visual, mesmo porque o Supertramp é conhecida como uma banda ‘faceless’, ou seja, sem uma figura de frente marcante como um Freddie Mercury ou Mick Jagger: a música fala por eles”, disse Maurício.

Porém, os detalhes no palco são levados a sério, como o tradicional guarda-sol que eles levavam pro palco, o piano de cauda (no nosso caso um Yamaha eletrônico do Fernando) e vídeos no telão que reproduzem muitos dos vídeos originais que eles já usaram em turnês. “Nosso último show foi captado em vídeo e áudio profissionais. Colocamos alguns trechos em grupos de rede social e fãs do Supertramp no mundo todo reconheceram nosso trabalho e pediram nossa presença em suas cidades. Por causa dos custos não vamos poder atender ao fã da Espanha, mas dá pra levar o Supertrampo pra boas casas de shows e teatros nas principais cidades brasileiras, o que planejamos fazer”, adiantou o músico.

Em tempo, falando em redes sociais e fãs gringos, o nome da banda é uma referência à dificuldade e dedicação que é preciso ter pra tocar Supertramp. “É um super trampo. Me divirto muito explicando pra eles que esse simples “o” no final faz o nome Supertramp ganhar significado contrário: de ‘super vagabundos’, a tradução literal, vira “a lot of work””.

MOTIVAÇÃO

E por que o Supertramp? “Porque nós adoramos a música, que é muito rica e passeia por vários estilos com um bom gosto ímpar. E achamos que o Supertramp é uma banda subestimada. Ela sem dúvida deveria estar no panteão dos ícones do rock, especialmente o progressivo, junto com Pink Floyd ou Genesis, que também dividiam músicas mais complexas com hits de rádio”, conta Maurício, que da praticamente uma aula sobre os britânicos.

Ele conta que assim como as duas mentes criadoras do Supetramp se separaram no auge da carreira, em 1983, os dois lados saíram enfraquecidos. Rick Davies, também cantor e compositor, teve problemas de saúde. Ele ficou com a marca Supertramp e a banda não excursiona e nem lança discos desde 2012. Roger Hodgson continua enchendo teatros pelo mundo. “São dele músicas que tocaram bastante, como ‘The logical song’ e ‘It’s raining again’. Mas nos discos os espaços sempre foram divididos: metade das músicas cantadas e compostas por um, metade por outro. Como são compositores bem distintos, a metade do Rick Davies não vem sendo executada em público há muito tempo. Apostamos que haveria público se tentássemos reunir esse repertório de novo, mostrar a beleza do contraste entre os estilos e a beleza dos arranjos”, explicou o vocalista.

Ele cita também hits, que também ganharam as rádios, compostos por Davies: “My kind of lady” e “Goodbye Stranger”. Segundo Maurício, para quem ama a banda é um privilégio poder ouvir todas essas músicas numa só noite. E esse ano ainda tem uma data bastante especial, celebram-se os 40 anos de lançamento de “Breakfast in America”, o álbum mais vendido do Supertramp, primeiro lugar nos Estados Unidos, Inglaterra e que rendeu o álbum duplo ao vivo “Paris”, referência pro repertório do Supertrampo.

PREPARAÇÃO

Os ensaios para os shows são constantes, bem antes mesmo de terem datas marcadas, assim, não trabalham sob pressão porque o desafio de tocar Supertramp ao vivo é grande. “É uma música muito mais complexa do que pode parecer, com detalhes importantes e uma execução difícil. Ao contrário da maioria das bandas de rock, o grande condutor não é a guitarra: é o piano, que o Fernando Dagata faz muito bem”, disse Maurício.

Completam a banda o baterista Ricardo Passos, o baixista e backing vocal Marco Langoni, o saxofonista Ricardo Nocera e o guitarrista Marcelo Carvalho. “Pra completar, contamos com a versatilidade do Giancarlo Cardarelli, que é multi-instrumentista e no show toca de gaita a tuba, passando pela flauta e teclados. Pra mim o desafio é enorme: o Roger Hodgson tem um registro de voz bem alto e o Rick Davies um timbre mais grave. Tenho que me manter afinado e passar emoção variando o tempo todo entre os dois estilos. Isso cantando músicas que o público que está ali ama e conhece cada detalhe! Foi meu maior desafio no palco. E a essa altura da vida, com mais de 30 anos de rock, me surpreendo com o fato de ainda conseguir isso. Ou pelo menos ter energia pra continuar tentando”, brincou Maurício.

SERVIÇO

O QUE: Tributo ao Supertramp
QUEM: Banda Supertrampo
QUANDO: hoje, a partir das 23h
LOCAL: London Pub (Av. Floriano Peixoto, 39, Centro)
CLASSIFICAÇÃO: 18 anos
INGRESSOS: R$ 30 (pista) – mesas esgotadas

INFORMAÇÕES: www.londonpub.com.br
016999771200

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