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03/04/2019 às 16h00min - Atualizada em 03/04/2019 às 16h00min

Imóveis fechados viram empecilho no trabalho de combate à dengue em Uberlândia

Já são mais de nove mil casos suspeitos de dengue na cidade; a segunda morte pela doença foi confirmada pelo Município

DANIEL POMPEU
Agentes têm encontrado dificuldades em acessar imóveis fechados em Uberlândia | Foto: Prefeitura de Uberlândia/Divulgação
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) tem encontrado dificuldades em acessar imóveis fechados durante os trabalhos de fiscalização e combate a focos do mosquito Aedes aegypti. A maior dificuldade está nos prédios não habitados, disponíveis para aluguel ou venda, mas sob responsabilidade do proprietário, e não da imobiliária, ou até mesmo casos em que o morador se recusa a abrir a porta para agentes.
 
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Minas Gerais, já são 9.009 casos suspeitos de dengue registrados na cidade. Na manhã desta quarta-feira (3), a segunda morte pela doença foi confirmada pela Município.
 
“O imóvel fechado é um grande problema para quem controla o transmissor, porque muitas vezes você faz todo o trabalho no bairro e persiste o foco no imóvel que permaneceu fechado”, disse o coordenador do Programa de Controle do Aedes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), José Humberto Arruda.
 
De acordo com ele, há algumas modalidades de imóvel fechado identificados pelo programa. Há o caso em que proprietário e moradores trabalham ou estudam a semana toda e não podem atender os agentes, mas também há situação de imóveis que estão desocupados para venda ou aluguel sob responsabilidade do proprietário, e os disponíveis para aluguel ou venda, mas sob responsabilidade das imobiliárias. “Para cada uma dessas vertentes, a gente costuma tomar medidas diferenciadas”, explica Arruda.
 
Para o caso de imóveis ocupados, mas cujos moradores não estão disponíveis durante o dia, o coordenador diz que os agentes do CCZ visitam o domicílio no fim de semana. No caso de imóveis sob vendas particulares, que não têm envolvimento de imobiliária, Arruda explica que a situação é mais complicada. De acordo com ele, o CCZ procura a Prefeitura para saber o nome do proprietário e tenta localizá-lo para conseguir a chave ou pular o muro com autorização do dono, em situações mais raras. “Muitas vezes você faz uma verdadeira investigação [para encontrar o dono].”
 
“Aquele que está na imobiliária, vamos lá [no estabelecimento], pegamos a chave e entramos no local. Normalmente, se encontra foco em vaso sanitário, ralo, calha. Aí, fazemos todo tratamento e devolvemos a chave”, disse José Humberto Arruda. Após a primeira visita, esses imóveis entram em um ciclo de verificação. O produto utilizado pelo CCZ para eliminar e prevenir o foco do mosquito tem uma validade máxima de 60 dias, por isso se faz necessária consecutivas visitas.
 
O Programa de Controle do Aedes conta com uma lista cedida pelas imobiliárias para organizar suas ações. Segundo o Sindicato de Habitação do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Secovi), são cerca de 10 mil imóveis fechados em Uberlândia sob a tutela das imobiliárias.
 
RECUSA
Arruda cita ainda uma quarta situação para imóveis fechados, que descreve como a mais comum: a recusa do morador em abrir a casa para os agentes da CCZ.
 
“[É a] Situação do servidor passar, bater e o morador não disponibilizar seu recebimento. Isso é mais sério, mais grave, mais difícil para nós do que um imóvel que está para venda”, diz. Muitas vezes, declara ele, o morador que recusa a visita tem caixas d'água destampadas ou piscinas com foco, mas não quer ser questionado pelo poder público.
 
SEGUNDA MORTE
Depois de dois dias divulgado o boletim epidemiológico de monitoramento da dengue pelo Estado
indicando dois óbitos em Uberlândia, o Município confirmou que a segunda morte se trata de uma paciente de 88 anos de idade. A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (3) ao Diário de Uberlândia pela assessoria técnica da rede de urgência e emergência.

Segundo as primeiras informações, o óbito ocorreu em domicílio. A idosa era acompanhada por médico particular que a atendia na casa dela. Ele fez o exame particular e enviou a notificação para a regional do Estado e, por esse motivo, o Estado demorou a notificar a Prefeitura sobre o caso.


Município confirma primeira morte por dengue em Uberlândia

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