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27/06/2024 às 18h00min - Atualizada em 27/06/2024 às 18h00min

Uberlândia registra média de seis acidentes domésticos por dia

Cerca de 94% dos casos envolvem quedas; idosos são as principais vítimas

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Quase mil acidentes foram registrados nos primeiros cinco meses de 2024 | Foto: Pixabay

De janeiro a maio de 2024, Uberlândia registrou 986 acidentes domésticos, o que equivale a uma média de seis ocorrências por dia. Conforme apontam os dados do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), quase 94% dos casos envolvem quedas, sendo que os idosos são as principais vítimas. 

Ainda de acordo com o levantamento, a cidade registrou 733 quedas da própria altura e 192 quedas de altura durante o período. Do total, 43% dos acidentados eram pessoas pessoas com mais de 60 anos de idade.

Os dados revelam ainda casos de  intoxicação (30), obstrução das vias aéreas (20), queimaduras (9) e eletrocussão (2). Em 2023 ocorreram 1.416 quedas da própria altura, 468 quedas de altura, 56 intoxicações, 52 casos de obstrução das vias aéreas, 28 queimaduras e 8 electrocussões. 

Em entrevista ao Diário, o aspirante Matheus Pádua do Corpo de Bombeiros esclareceu que, em casos de acidentes domésticos, a recomendação é acionar o batalhão pelo 193 e fornecer os detalhes da ocorrência. “Nossa viatura se desloca para o local e inicia o atendimento o mais rápido possível”, explicou.

Para casos de quedas, Matheus recomendou evitar movimentar a vítima após o acidente devido ao risco de lesões ósseas. “O atendimento dos bombeiros segue um procedimento específico de imobilização para preservar a coluna e a região cervical nestes casos que são muito sensíveis”, destacou.

O militar reforçou ainda algumas medidas de segurança que podem ser feitas para prevenir acidentes. “Evite móveis que possam obstruir caminhos, mantenha atenção ao caminhar, cuide das escadas instalando corrimãos, evite tapetes e pisos escorregadios”, advertiu.

Outras orientações do oficial incluem evitar posicionar camas e outros móveis perto de janelas, já que crianças podem escalar. Colocar grades e redes de proteção nas janelas, e uso de corrimão e pisos antiderrapantes em locais adequados.

“Crianças e idosos são mais sensíveis a esses casos de acidentes domésticos. Então, recomendamos apoio constante. Para evitar queimaduras, monitore a cozinha e mantenha produtos inflamáveis fora do alcance. Em relação à intoxicação, evite o acesso a produtos de limpeza e medicamentos”, esclareceu.

No caso de engasgos, o bombeiro orientou que se pode tentar realizar manobras de desobstrução das vias aéreas e entrar em contato com o 193 para seguir o protocolo adequado antes da chegada dos bombeiros, caso for necessário.

LARES SEGUROS
A coordenadora no grupo de pesquisa MORA da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Simone Villa, comentou que o grupo estuda desde 2009 a qualidade dos espaços habitacionais. “O envelhecimento é um impacto importante no espaço da moradia que acomete as pessoas, invariavelmente, então estudamos como as casas podem ser facilitadoras para adaptações”, explicou.

Simone destacou a importância das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na construção civil para acessibilidade. Essas regras especificam espaçamentos necessários e inclinações de rampas adequadas para que pessoas com dificuldade de movimentação possam se deslocar tranquilamente. “Outro ponto é que muitos degraus podem dificultar a mobilidade na casa, principalmente para quem tem limitações”, acrescentou.

 

A coordenadora enfatizou a necessidade de entender as limitações físicas das pessoas para projetar casas adequadas a essas condições naturais. “As pessoas acabam perdendo a visão, por exemplo, por isso é importante ter interruptores de cores diferentes da parede para facilitar a visualização. Janelas e portas também devem ser acessíveis, permitindo abrir e fechar com facilidade”, observou.

 

A especialista deixa como sugestão contratar um profissional com conhecimento na área, como arquitetos e urbanistas, que possam oferecer assistência técnica. “Esses profissionais farão uma análise do espaço e das questões que impactam as pessoas, como limitações específicas. Em seguida, adaptarão a casa de acordo com normas e leis que devem ser seguidas”.
 

 

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