Até maio de 2024, Uberlândia registrou 33 óbitos em decorrência da diabetes, sendo uma média de seis mortes por mês. Os dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab) mostram um aumento no número de atendimentos de pessoas diagnosticadas com a síndrome aumentou nas unidades públicas de saúde no último ano.
Em 2022, foram registrados 24.136 atendimentos na cidade, número que subiu para 34.041 em 2023, o que representa um aumento de 41%. Já de janeiro a abril deste ano, o município realizou 5.099 atendimentos direcionados aos diabéticos.
Em relação às mortes em decorrência da doença, o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) revela que 122 pessoas perderam a vida no ano retrasado. Em 2023, a quantidade de vítimas fatais da diabetes caiu para 112.
A endocrinologista Juliana Cavalari Galdiano informou que, no início, os principais sintomas da diabetes são: urinar muito, sentir bastante sede, comer demais e perder peso. “Formigas na roupa íntima e no banheiro também são um sinal de alerta para procurar atendimento, pois a urina tende a ficar doce”.
A médica esclareceu que o diagnóstico é feito através de exames laboratoriais e que existem dois principais tipos da doença. “O tipo 1 é autoimune: o corpo começa a produzir anticorpos que destroem as células que produzem insulina, o paciente para de produzi-la. No tipo 2, o corpo produz insulina, mas não consegue interpretá-la corretamente, então não encaixa no seu receptor”.
Conforme dito pela especialista, o tipo 1 está ligado à genética, enquanto o outro, além de ter também o componente genético, está relacionado a hábitos, como alimentação desregrada e falta de atividade física.
“No tratamento, como no tipo 1 não se produz insulina, é sempre necessário o uso do hormônio para o resto da vida. No tipo 2, tende-se a ‘ensinar’ o corpo a interpretar essa insulina com alguns remédios que ajudam nessa parte, então nem sempre é necessário usar o hormônio”, explicou.
A diabetes pode causar complicações micro e macrovasculares, afetando desde vasos menores até os maiores, podendo levar à alteração nos olhos, cegueira, mudanças em vasos dos rins, disfunção renal, perda de sensibilidade de membros, entre outras.
“Caso alguém seja diagnosticado, é indicado procurar atendimento e não tentar ‘brigar com a doença’, mas aprender a lidar da melhor maneira. Entender que os bons hábitos são aliados e que, no caso do tipo 1, usar insulina é algo que possibilita viver”, finalizou.
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ESTADO
No estado, os dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab) mostraram que os atendimentos de diabéticos passaram de 684.973 em 2022 para 1.019.511 em 2023. Nos primeiros quatro meses de 2024, foram realizados 452.254 atendimentos.
Já o levantamento do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) mostra que, em Minas Gerais, os óbitos relacionados à diabetes foram 7.070 em 2022, 6.467 em 2023 e 1.700 até maio de 2024.
A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que mais de 13 milhões de brasileiros convivem com a diabetes, representando 6,9% da população. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) não possui dados específicos sobre a prevalência da doença no estado e na cidade de Uberlândia.
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