Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
30/06/2024 às 09h00min - Atualizada em 30/06/2024 às 09h00min

Mais de 30 pessoas morreram em decorrência da diabetes neste ano em Uberlândia

Número representa uma média de seis óbitos por mês; atendimentos aos pacientes aumentaram em 41%

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Número de atendimentos chegou a 5.099 nos primeiros quatro meses de 2024 | Foto: Agência Brasil

Até maio de 2024, Uberlândia registrou 33 óbitos em decorrência da diabetes, sendo uma média de seis mortes por mês. Os dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab) mostram um aumento no número de atendimentos de pessoas diagnosticadas com a síndrome aumentou nas unidades públicas de saúde no último ano.  

Em 2022, foram registrados 24.136 atendimentos na cidade, número que subiu para 34.041 em 2023, o que representa um aumento de 41%. Já de janeiro a abril deste ano, o município realizou 5.099 atendimentos direcionados aos diabéticos. 

Em relação às mortes em decorrência da doença, o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) revela que 122 pessoas perderam a vida no ano retrasado. Em 2023, a quantidade de vítimas fatais da diabetes caiu para 112. 

A endocrinologista Juliana Cavalari Galdiano informou que, no início, os principais sintomas da diabetes são: urinar muito, sentir bastante sede, comer demais e perder peso. “Formigas na roupa íntima e no banheiro também são um sinal de alerta para procurar atendimento, pois a urina tende a ficar doce”.

A médica esclareceu que o diagnóstico é feito através de exames laboratoriais e que existem dois principais tipos da doença. “O tipo 1 é autoimune: o corpo começa a produzir anticorpos que destroem as células que produzem insulina, o paciente para de produzi-la. No tipo 2, o corpo produz insulina, mas não consegue interpretá-la corretamente, então não encaixa no seu receptor”.

Conforme dito pela especialista, o tipo 1 está ligado à genética, enquanto o outro, além de ter também o componente genético, está relacionado a hábitos, como alimentação desregrada e falta de atividade física.

“No tratamento, como no tipo 1 não se produz insulina, é sempre necessário o uso do hormônio para o resto da vida. No tipo 2, tende-se a ‘ensinar’ o corpo a interpretar essa insulina com alguns remédios que ajudam nessa parte, então nem sempre é necessário usar o hormônio”, explicou. 

A diabetes pode causar complicações micro e macrovasculares, afetando desde vasos menores até os maiores, podendo levar à alteração nos olhos, cegueira, mudanças em vasos dos rins, disfunção renal, perda de sensibilidade de membros, entre outras.

“Caso alguém seja diagnosticado, é indicado procurar atendimento e não tentar ‘brigar com a doença’, mas aprender a lidar da melhor maneira. Entender que os bons hábitos são aliados e que, no caso do tipo 1, usar insulina é algo que possibilita viver”, finalizou. 

Compartilhe esta notícia no WhatsApp
Compartilhe esta notícia no Telegram

ESTADO
No estado, os dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab) mostraram que os atendimentos de diabéticos passaram de 684.973 em 2022 para 1.019.511 em 2023. Nos primeiros quatro meses de 2024, foram realizados 452.254 atendimentos. 

Já o levantamento do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) mostra que, em Minas Gerais, os óbitos relacionados à diabetes foram 7.070 em 2022, 6.467 em 2023 e 1.700 até maio de 2024. 

A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que mais de 13 milhões de brasileiros convivem com a diabetes, representando 6,9% da população. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) não possui dados específicos sobre a prevalência da doença no estado e na cidade de Uberlândia.


Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90