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23/05/2018 às 21h45min - Atualizada em 23/05/2018 às 21h45min

Para tentar dar fim à greve, preço do diesel cai e fica congelado

Combustível terá queda de 10% e preço ficará estável por 15 dias

MARIELY DALMÔNICA | REPÓRTER com AGÊNCIAS
Motoristas enfrentaram fila, ontem à noite, por medo de falta de combustível na cidade | Foto: Mariely Dalmônica
  
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou hoje à noite que vai reduzir preço do diesel em 10% nas refinarias, por 15 dias. A decisão é uma resposta à greve dos caminhoneiros que dura três dias e já causa desabastecimento. Segundo a estatal, o preço médio do diesel da Petrobras nas refinarias e terminais sem tributos será de R$ 2,1016 por litro a partir desta quinta-feira (24). Esse preço será mantido inalterado por período de 15 dias e, após esse prazo, a companhia retomará gradualmente sua política de preços. A redução anunciada representa menos R$ 0,2335 no litro do diesel nas refinarias. A Abcam (Associação dos Caminhoneiros) pede uma queda entre R$ 0,40 e R$ 0,60.

A Petrobras avalia que com essa redução haverá uma queda média de R$ 0,25 nas bombas dos postos de combustível. A medida vale apenas para o diesel. A expectativa é de que a paralisação seja suspensa e, nos 15 dias em que vigorar a nova tarifa, governo e caminhoneiros encontrem uma solução definitiva. Parente afirmou que "é uma medida de caráter excepcional. Não representa uma mudança de política de preço da empresa", afirmou.

Antes do anúncio, representantes dos caminhoneiros deixaram uma reunião hoje à tarde, com ministros da Casa Civil, Transportes e Secretaria de Governo, afirmando que o governo não apresentou propostas que levem ao fim da paralisação da categoria, que chega ao quarto dia. De acordo com o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, um novo encontro ficou agendado para esta quinta.

Em Uberlândia, alguns produtos já estão em falta. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), que representa cerca de 4 mil postos de combustíveis do Estado, cidades em diversas regiões de Minas Gerais já registraram a falta de combustível em seus estabelecimentos.

Por meio de nota, a Minasperto informou que “os bloqueios nas rodovias impedem a chegada dos produtos que compõem os combustíveis revendidos aos consumidores. Caso o cenário de greve persista nas próximas horas e dias, há sim o risco de desabastecimento geral dos estoques, uma vez que os postos que ainda possuem o produto para a venda ao consumidor poderão não ter a efetiva renovação dos combustíveis armazenados.” O Diário de Uberlândia entrou em contato com diversos postos de combustíveis da cidade e a maioria informou estar sem combustível ou com estoques baixos.

Na região de Uberlândia, segundo informações a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o km 36 da BR-050, em Araguari continuava ocupado por motoristas. A manifestação também segue no km 85 da BR-050, em Uberlândia. Os kms 14 e 24 da AMG-2595, em Uberaba, o km 690 em Monte Alegre de Minas e o km 756 em Ituiutaba, na BR-365, também estão ocupados por manifestantes. Na cidade de Prata, os caminhoneiros se reuniram na BR-153.

Hoje, o presidente Michel Temer disse que pediu uma “trégua” de até três dias na paralisação. “Pedi que na reunião se solicitasse uma espécie de trégua para que em dois, três dias no máximo, pudéssemos encontrar uma solução satisfatória para os caminhoneiros e para o povo brasileiro”, disse.

“A expectativa é que o governo apresente respostas às reivindicações dos caminhoneiros. Não houve nenhuma proposta efetiva que possamos levar para a categoria. A proposta deles foi pedir um prazo para nós para que eles se posicionem amanhã às 14h”, disse o presidente da CNTA, Diumar Bueno. Segundo ele, a categoria não vai desmobilizar a paralisação antes de ter um compromisso real de soluções para as demandas apresentadas.

Em outra ação, o juiz Marcelo Rebello, da 16ª Vara Federal do Distrito Federal, determinou hoje a liberação de algumas rodovias federais e autorizou o uso de força policial. Leia mais.

NO AR

Não é só o transporte terrestre que está com problemas. Voar também está complicado. Há uma previsão de que os voos no aeroporto de Uberlândia possam ser afetados a partir de sexta-feira (25). Leia mais.

CONSUMIDOR

O abastecimento de alimentos, medicamentos e outros insumos também está comprometido. Milson Borges é vice-presidente regional da Associação Mineira de Supermercados (AMIS) e disse que algumas mercadorias já estão em falta. Leia mais.
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