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21/05/2018 às 13h23min - Atualizada em 21/05/2018 às 13h23min

Motoristas participam de manifestação na BR-050

Manifestantes fizeram ato próximo à entrada de Araguari; outros atos ocorreram ao longo da segunda-feira (21)

​VINÍCIUS LEMOS | REPÓRTER
Manifestação em Araguari foi encabeçada por 15 trabalhadores e empresários | Foto: Divulgação
 
Motoristas autônomos e empresários do setor de transporte de cargas de Araguari, Uberlândia e Monte Alegre de Minas participam nesta segunda-feira (21) do protesto nacional contra a política de reajuste de valores do diesel implementada pela Petrobras. Em pelo menos 17 estados foram registradas manifestações, sendo que em Minas Gerais e na Bahia houve o maior número de paralisações.

Em Araguari, a ação foi encabeçada por 15 trabalhadores e empresários e começou às 8h, próximo à entrada da cidade, na BR-050. Foi a primeira manifestação da região. Veículos carregados que vinham de Goiás e cidades vizinhas foram desviados e obrigados a parar. Segundo o representante do grupo, José Roberto Cavalaro, a intenção era manter a manifestação por pelo menos 24 horas.

“Estamos acompanhando o que acontece em todo o Brasil. Paramos por nossa conta e nos organizamos via internet”, afirmou. Segundo ele, o valor pago pelo combustível inviabiliza o trabalho, principalmente na entressafra, quando os fretes têm seus valores reduzidos em até 42%.

Em Uberlândia, cerca de 40 pessoas se reuniram na BR-050 durante a tarde, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os protestos aconteceram no km 85, sentido Uberaba, e no km 37, sentido Araguari.

A PRF acompanhou os protestos e informou que a rodovia não foi fechada para carros de passeio, ônibus ou transportadores que levavam cargas vivas ou perecíveis. Os demais foram desviados para um posto ao lado da BR-050, na marginal da pista, onde permaneceram parados.

Em Monte Alegre de Minas houve protesto e bloqueio total das pistas da BR-365. Mas segundo informações da PRF, viaturas se deslocaram para o local no fim da tarde e uma das pistas foi liberada.

As paralisações foram convocadas pela Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam) e pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e anunciadas ainda na sexta-feira (18).

Em rodovias mineiras houve pelo menos 13 interdições. De acordo com a ABCam, a decisão foi tomada após não haver uma resposta do Governo Federal em relação às reinvindicações da categoria.

Entre os pedidos estão a redução a zero da carga tributária sobre operações com óleo diesel e a isenção da contribuição de intervenção no domínio econômico. Além disso, a Associação informou que o “aumento constante do preço nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel tornou a situação insustentável para o transportador autônomo. Além da correção quase diária dos preços dos combustíveis realizada pela Petrobrás, que dificulta a previsão dos custos por parte do transportador, os tributos PIS/Cofins, majorados em meados de 2017, com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios.”

BRASIL

Pelo menos 17 estados registram paralisação de caminhoneiros na segunda-feira (21) contra a política de reajuste do diesel. Além de Minas e Bahia, o protesto aconteceu em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Ceará e Paraíba.
Na cidade de São Paulo, pontos de manifestação afetaram o trânsito pela manhã. Os caminhoneiros bloquearam pistas da marginal Pinheiros, na zona sul, e da Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego, o trânsito ficou acima da média. O protesto ganhou força por volta das 7h40, quando quatro caminhões, um em cada faixa, passaram a andar lentamente pela marginal Pinheiros segurando o fluxo de veículos na pista expressa, no sentido Castelo Branco.
No interior de São Paulo, caminhoneiros fizeram protesto na rodovia Zeferino Vaz (SP-332), em frente à Replan, uma das principais refinarias do país, em Paulínia. Os motoristas ficaram no local das 7h30 às 9h30.

Já em Bauru, o ato ocorreu às margens da rodovia Marechal Rondon, com ao menos 30 caminhões estacionados ao lado de cartazes e faixas de protesto contra a alta do diesel.

No Sul do país, houve protestos nos três estados. No Paraná, uma das pistas da BR-116 foi interditada no km 67, na região metropolitana de Curitiba. Outro ponto de bloqueio foi em Paranaguá, no km 6 da BR-277.

No Rio Grande do Sul, os atos ocorreram a partir da madrugada em Gravataí, Taquara e Três Cachoeiras.

Em Santa Catarina, um grupo de motoristas ateou fogo em pneus sob um viaduto da BR-101 em Imbituba, no litoral sul. O trânsito não chegou a ficar paralisado.
No Nordeste, foram registrados protestos no Ceará, na Bahia e na Paraíba.
 
 
11º AUMENTO

Petrobras ignora movimento e faz novo reajuste

Os preços do diesel e da gasolina voltam a subir nas refinarias a partir de amanhã (22), mesmo após os protestos dos caminhoneiros realizados ontem. Segundo informações do site da Petrobras, a gasolina subirá 0,9% e o diesel 0,97%. Com a alta, o preço da gasolina passará a custar R$ 2,0867, enquanto o do óleo diesel sobe para R$ 2,3716.

Este é o 11º aumento do preço da gasolina nos últimos dezessete dias. A exceção ocorreu entre os dias 12 e 15 deste mês, quando a estatal interrompeu a sequência de altas ao manter o preço da gasolina em R$ 1,9330, e entre os dias 19 e 21 quando os preços passaram para R$ 2,0680. Ao longo do mês de maio, o preço da gasolina subiu 16,07%.

O produto iniciou o mês custando R$ 2,0877 na porta das refinarias, sem a incidência de impostos, e passará a valer a partir da meia-noite de hoje R$ 2,0867, contra os R$ 2,0680 que vigora desde o último aumento, no sábado passado (19).

Já o óleo diesel, que aumentará 0,97%, acumula alta de 12,3% desde o dia 1º de maio. Com o último aumento, o preço do produto passará de R$ 2,3488 -preço que passou a valer também no último sábado- para R$ 2,3716. É o sétimo aumento consecutivo do produto.

A Petrobras rebate as críticas às altas constantes dos derivados e atribui as elevações de preços às oscilações do preço do barril do petróleo no mercado externo.
"Os combustíveis derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente, para cima e para baixo", diz a estatal.

Ainda de acordo com a companhia, a variação dos preços nas refinarias e terminais é importante para que a empresa possa competir de forma eficiente no mercado brasileiro.
 
Leia também: 
Temer convoca reunião para discutir alta no preço dos combustíveis

*Atualizada às 21h de 21/05/18 para acréscimo de informações.
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