Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
10/03/2018 às 05h35min - Atualizada em 10/03/2018 às 05h35min

Acumular coisas pode ser sinal de doença

ÉMERSON VICENTE | FOLHAPRESS

É cada vez mais comum encontrar quem não consegue se desfazer das coisas. Garrafas de plástico, papelão, jornais, revistas, livros, ferramentas, objetos colecionáveis, entre outros, acabam sendo acumulados dentro de casa e, sem que a pessoa tenha noção, esses materiais já tomam conta dos espaços de circulação. Existem até casos em que o acúmulo é de animais, como cães e gatos, que acabam não recebendo o carinho e o tratamento adequados.

Na medicina, isso é encarado como disposofobia, ou o acúmulo compulsivo. É uma doença que pode desencadear outras mais graves, como a depressão.

"Em geral, são dois motivos que fazem a pessoa não se desfazer daquilo que acumula. Ou ela acha que um dia vai precisar daquilo, ou tem medo de se desfazer e ocorrer algo, algum dano", explica Yuri Busin, doutor em neurociência do comportamento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Esse acúmulo pode deixar a pessoa exposta, pois, quanto maior a quantidade de objetos no ambiente, maior o risco de queda, ou acúmulo de sujeira e insetos.

"O acúmulo, quando é grande, vai inviabilizando a vida da pessoa, modifica o espaço", diz a psicóloga Ana Gabriela Andriani, mestre e doutora pela Unicamp. No tratamento, o primeiro passo é procurar saber quais são os motivos que levaram a pessoa a se tornar um acumulador.

O mal pode ser sinal de algo maior e desencadear outras doenças. "Se a gente parte do princípio que esse acúmulo deixa a pessoa vulnerável, esses sentimentos são precursores de outras questões emocionais, como síndrome do pânico, depressão. Esse acúmulo pode ser o primeiro sinal", diz Ana Gabriela.

Pessoas próximas àqueles que têm mania de acumular coisas, como familiares, companheiros e amigos, também acabam sendo atingidos pelo comportamento. E eles têm um papel fundamental no tratamento da doença, além do tratamento psicológico do paciente. "Não adianta bater de frente com a pessoa. A ideia é conversar com ela e entender o porquê do acúmulo. Se pegar e jogar as coisas fora de uma vez pode desencadear um problema maior", diz o psicólogo Yuri Busin.
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90