14/01/2018 às 05h21min - Atualizada em 14/01/2018 às 05h21min
Doenças podem levar idosos a sofrer mais com a insônia
A partir dos 60 anos, são mais comuns problemas do coração e dos nervos que causam o distúrbio
JÉSSICA LIMA | FOLHAPRESS
A necessidade de dormir varia ao longo da vida e reduz conforme a idade avança. Apesar de a insônia ser um distúrbio causado por diversos fatores, quem passa dos 60 anos sofre mais.
Isso porque é na velhice que problemas neurológicos e cardiovasculares (que podem causar a insônia) tendem a aparecer, segundo explica o neurologista Fabio Porto.
"A insônia é uma insatisfação com a quantidade e a qualidade do sono associado à dificuldade em iniciar e/ou manter sua frequência", diz Luciane Mello, especialista do sono pela Sociedade Brasileira de Sono.
A causa pode surgir por duas frentes: a primária, quando o único problema é a insônia, ou a secundária, quando o distúrbio é sintoma de outro problema ou doença, como a depressão.
Ficar sem dormir diminui a concentração, causa sonolência durante o dia, aumenta o risco de quedas, acidentes e até fraturas.
"Atitudes comportamentais podem afetar o sono, como a irregularidade de horários, preocupação, ansiedade, consumo de bebidas com cafeína à noite e comer alimentos pesados antes de dormir", diz Porto.
Problemas pulmonares e apneia do sono também podem causar o problema. O distúrbio costuma atacar com mais intensidade mulheres, quem já teve insônia e quem tem histórico familiar.
"Sempre que o 'funcionamento da pessoa' estiver comprometido, seja em hábitos noturnos ou na produtividade e comportamento diurno, é hora de procurar um médico", afirma Mello.
O tratamento depende do diagnóstico e pode ser feito apenas com mudanças de hábitos. O paciente não deve se automedicar, pois há remédios que causam dependência e podem não resolver o problema.
INCIDÊNCIA A insônia afeta quatro em cada dez brasileiros, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Dados de uma pesquisa do Instituto do Sono, em São Paulo, mostram que 77% dos paulistanos sofrem de algum tipo de distúrbio do sono e 60% se queixam de insônia.
O médico Fabio Porto diz que o sono reparador pode variar para cada pessoa entre 5 e 9 horas. Para dormir bem é preciso ter horários regulares (veja arte).