Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
27/04/2023 às 08h00min - Atualizada em 27/04/2023 às 08h00min

Desafio ou apocalipse tecnológico?

UNIVERSOTEC, por Mário Peixoto

UNIVERSOTEC, por Mário Peixoto

Tudo sobre o universo tecnológico sob a ótica do mestre em TIC e especialista em segurança da informação, Mário Peixoto

MÁRIO PEIXOTO

Não é novidade para ninguém que a nossa exposição perante os raios solares pode ser danosa para nossa pele e, consequentemente, para nossa saúde.  Existem ainda outros tipos de exposições como a sonora que mediante altos níveis de decibéis afetam e podem prejudicar nossa audição. Sem contar toda uma poluição visual, com altos teores de luminosidade que agridem nosso campo de visão ocular. 

Poxa vida, você deve estar pensando.... “Mas que situações ruins que estamos expostos e as vezes nem nos damos conta, achando até mesmo natural”. Pois bem, não é para trazer aqui uma sensação negativista, mas infelizmente realista na qual questionamos também porque com tanta tecnologia existente não se consegue diminuir estas exposições que chegam até nós? Tais recursos e tecnologias até existem, ajudam de certa forma e alguns inclusive já utilizam, como por exemplo, tampões e fones de ouvido com poder de “fechar” os espaços em volta ao nosso ouvido, quase que vedando. Além de óculos especiais contra reflexos, luzes e forte iluminação visual. Sem contar claro com os tecidos e malhas de proteção para nosso corpo mediante os raios ultra violetas do sol e cremes protetores (indicados por seu dermatologista). A tecnologia está presente em tudo isso.

No entanto, para não dizer que já esgotamos tais exposições, vale lembrar das exposições que talvez sejam as mais presentes e constantes em nossas vidas, sobretudo por toda esta rotina de estarmos envolvidos com diversos tipos de aparelhos tecnológicos, que são as exposições de rádio frequência, eletromagnéticas, sinais e ondas diversas que circundam em nossa volta rotineiramente. São inúmeros estes espectros que nos envolvem o tempo inteiro, mesmo que não consigamos ver. São vários tipos de conexões sem fio, sinais de televisão, celular, rádio, Wi-Fi, Bluetooth, que de fato se torna complicado imaginar como é esse “universo” paralelo.

Você sabia, por exemplo, que até alguns alimentos emitem radiação? Verdade que nós interagimos com materiais radioativos todos os dias. Contudo, ocorre que essa radiação não tem uma intensidade suficiente para nos causar mal. O professor Robert Hayes, da Universidade do Estado da Carolina do Norte (EUA), que fez as medições em colaboração com seu colega Richard Milvenan, usou um medidor de radiação gama portátil para medir a radiação emitida dentro de uma casa habitada normalmente. A radiação foi medida em micrograys por hora (µGy/hr) - o gray representa a quantidade de energia de radiação ionizante absorvida por unidade de massa. Os abacates, por exemplo, emitem 0,16 µGy/hr de radiação gama - ligeiramente menos do que os 0,17 µGy/hr emitidos por uma banana. Tijolos liberam 0,15 µGy/hr, enquanto detectores de fumaça (com seus componentes feitos do elemento radioativo amerício devidamente protegidos) liberam 0,16 µGy/hr.

"Se você está surpreso que sua fruta está emitindo radiação gama, não entre em pânico," diz Hayes. "O nível de regulamentação para os trabalhadores - que é seguro - é a exposição a 50.000 µGy por ano." Considerando que vivemos o tempo todo junto a esses "elementos radioativos", quase todos emitindo uma média de 0,15 µGy/hr, e que o ano tem 8.760 horas, absorvemos pouco mais de 1.300 µGy/ano. Os resultados foram publicados na revista Health Physics.

Existe por exemplo o aplicativo, Radioactivity Counter, que foi projetado para medir a exposição de uma pessoa à radiação. Ele afirma detectar com precisão a dose na unidade de radiação microGray por hora (μGy/h) usando a câmera embutida do telefone. Um outro app muito bacana, chamado de Architecture of Radio (arquitetura do rádio, em inglês), oferece uma experiência de realidade aumentada para a observação das ondas eletromagnéticas ao nosso redor. Você pode girar o aparelho em até 360 graus e ter uma noção da infinidade de conexões sem fio que você nunca tinha notado.

Neste mesmo prisma, ultimamente tem sido publicado pela “mídia científica”, uma Anomalia Magnética no Sul e Sudeste do Brasil (AMAS), que vem intrigando os cientistas, ao qual trata-se de uma espécie de defasagem na proteção magnética da Terra localizada sobre o Atlântico Sul, mais especificamente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, faixa que se estende até o Continente Africano. No primeiro momento, as agências espaciais querem entender o fenômeno que pode avariar os satélites que passam pela órbita da Terra, até para entenderem melhor e ver se conseguem analisar algum padrão de fato e concluir como, quando e até onde isso pode nos afetar. 

Fato é que pelo menos nos incomodar tecnologicamente dizendo isso pode vir a ocorrer, já que como dito acima está interferindo de certa forma os satélites em volta à Terra, o que assim, consequentemente pode ocasionar dos satélites ficarem em “stand by”, já que a radiação, principalmente elétrons, nessa região é muito forte. Então às vezes imagine alguns recursos deixarem de funcionar, como sinais de GPS e até mesmo a internet. Assim, para alguns (cientistas) nada mais que um grande desafio tecnológico, porém para outros (cidadão comum) o “apocalipse tecnológico”.

 
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
Leia Também »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90