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13/04/2023 às 08h00min - Atualizada em 13/04/2023 às 08h00min

Segurança física e seus recursos tecnológicos

UNIVERSOTEC, por Mário Peixoto

UNIVERSOTEC, por Mário Peixoto

Tudo sobre o universo tecnológico sob a ótica do mestre em TIC e especialista em segurança da informação, Mário Peixoto

MÁRIO PEIXOTO

Nos últimos noticiários recentes pela mídia, tivemos o triste episódio do ataque contra crianças dentro de uma escola que culminou em mortes. Ficamos assim, pensativos, tristes, revoltados, porém ainda reféns de um reativismo que na teoria a prática é outra; ou seja, sem medidas efetivas e sobretudo preventivas que possam reduzir os riscos ou ao menos inibir novos ataques.

Então questionamos, sobretudo os que trabalham com tecnologia, o que poderia ser oferecido para tentar proteger nossas crianças, nossas famílias? Providos num mundo de tanta inovação, novas soluções de última geração, será que realmente tudo é tão complexo, caro, inviável de ser implementado para um bem social e de segurança pública? 

A palavra segurança parece ter sido taxada e marcada na humanidade como algo que é importante, contudo ainda infelizmente sendo sempre reativa. Ou seja, espera-se acontecer a desgraça para que depois venham reagir, tomar providências, se manifestar. Só que quando entramos na esfera da saúde e sobretudo da vida humana, esse reativismo exacerbado é simplesmente intolerável. Ou assim deveria ser. Agora se isso já se banalizou, se tornando algo “normal”, pois vez ou outra ainda surgem os mesmos tipos de episódios, já é algo social, moral e sobretudo política que não resolvem na causa raiz, apenas continuam deixando a banda passar, fingindo que segurança pública e demais cuidados perante a vida é algo virtual e não real.

Reservar orçamento para prover segurança deveria ser natural. A segurança física deveria ser pauta de discussão em toda empresa de qualquer segmento. Criminosos que entram e saem dos locais para roubar, intimidar, cometer atos de violência e até matar continuam impunes, livres para voltarem a realizar novas ameaças. E não é falta de opções e recursos existentes que envolvem tecnologias para busca desta segurança física. Já é um mercado cada vez mais crescente em domicílios e empresas. A Omdia estima que estejam instaladas cerca de 1.2 mil milhões de câmaras de videovigilância a nível mundial, prevendo-se que atinja as 1.8 mil milhões de câmaras em 2026. China mantém-se como o país com maior número de câmaras de videovigilância, estimando-se um total de 676 milhões de equipamentos instalados.

Existem desafios? Sem dúvida que sim. Como por exemplo:

  • Falta mão de obra para prover novas e efetivas soluções de segurança.

    • Para conseguir unificação do videomonitoramento, controle de acesso, reconhecimento automático de placas de veículos, tecnologia de comunicação e outras funções.

  • Busca por inovar e modernizar os controles de acessos.

    • Incluir defesas cibernéticas integradas e ferramentas de monitoramento de integridade, além de níveis mais altos de automação.

  • Implementações de nuvem híbrida para dispositivos conectados à nuvem

    • Infraestruturas que não estão preparadas para a nuvem, além de outras com limitações de largura de banda ou a necessidade de manter algum processamento e armazenamento de dados in loco.

Além ainda de ter que substituir equipamentos legados, antigos, defasados; usar ferramentas e métricas adequadas e coerentes para o real monitoramento; contar com especialistas externos para adaptar o planejamento da arquitetura de segurança e sobretudo padronizar soluções e serviços que atendam as demandas com custo benefício justo.

É fato que segurança física é cada vez mais vista como um recurso capaz de mitigar riscos e de desempenhar um papel muito mais importante na transformação digital das organizações, sejam públicas ou privadas. Não é apenas um mero fator de negócio. É respeito pelo ser humano. Por seu direito de ir e vir. 

Verdade também que se pensa muito em segurança física com foco voltado para proteger informação, dados sigilosos, privacidade. Porém como dito no início deste artigo, está se banalizando cada vez mais aquilo que é mais importante que é a vida humana em troca de novas oportunidades de negócio e crescimento do faturamento. Assim, realmente, os valores estão sendo trocados, invertidos. As prioridades devem ser questionadas.

Existem níveis de segurança física que devem ser avaliadas e projetadas para cada caso específico. O que se espera e precisa ter em segurança física numa escola é diferente do que se precisa num setor bancário, que é diferente de uma padaria. Cada caso é um caso, mas não pode-se subestimar o mínimo da necessidade possível de implementar o nível desejado. 

Não é difícil encontrar recursos / equipamentos que poderão ajudar a montar seu arsenal de proteção, sobretudo no quesito preventivo, mas também no reativo, como por exemplo:

E por ai vai...

Será então que é tão dispendioso a implantação de recursos básicos de identificação, monitoramento, alarme, controles de acesso e demais perímetros de segurança física em prol ao bem estar e vida humana? Certamente não será a solução definitiva, mas diminuir estas tristes estatísticas isso é possível.
 

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

 
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