Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
09/03/2023 às 08h00min - Atualizada em 09/03/2023 às 08h00min

Naturalmente artificial

UNIVERSOTEC, por Mário Peixoto

UNIVERSOTEC, por Mário Peixoto

Tudo sobre o universo tecnológico sob a ótica do mestre em TIC e especialista em segurança da informação, Mário Peixoto

MÁRIO PEIXOTO
Como é interessante avaliarmos os dois lados: humano x robô, real x virtual, natural x artificial. Passamos a vida aprendendo novos conhecimentos para depois esquecermos gradativamente tudo. Enquanto o outro lado acumula conhecimentos para não mais esquecer. Sim, simplesmente envelhecemos e nos degradamos. Conseguimos criar recursos que ao contrário, não envelhecem, permanecem estáveis (na medida do possível, enquanto controlamos de fato).
 
“Controle” talvez seja a palavra chave neste universo de descobertas, inovações e quebras de paradigmas. E o desafio certamente é conseguir controlar. Entrar num contexto de controlar o incontrolável? Controlar o inevitável? Ou controlar o descontrole? Quem nunca recebeu esta pergunta ou se auto fez: “Você não tem autocontrole de sua vida?”
 
Certamente temos que saber respeitar limites. E muitas das vezes não sabemos ou subestimamos. Se o próprio “natural”, “real” e “humano” não possuem garantia de controle, quando tentamos fazer o metaverso, achará que teremos esse verdadeiro controle robótico, virtual e artificial perante todas as coisas? – Prova disso que grande parte das soluções cognitivas de autoaprendizagem utilizando Inteligência Artificial possuem preocupações como por exemplo: 1) permitir que os alunos trapaceiem; 2) ser utilizado ​​para fins antiéticos, como plágio e engenharia social; e 3) às vezes fornecer informações falsas.
 
“Coisas” talvez também seja outra palavra da moda atual. Basta imergir para a IoT (Internet of Things) que entenderá para onde já estamos caminhando. De acordo com a Fortune Business Insights, espera-se que o mercado de IoT cresça de US$ 381 bilhões em 2021 para mais de US$ 1,8 trilhão em 2028.
 
É verdade que ainda são tantas coisas que não entendemos. São tantas coisas reais e virtuais, naturais e artificiais. O ser humano parece ser tão carente de respostas, que de tanto procura-las no “humano”, parece ter se cansado e agora inventa literalmente o robô para tentar lhe dar as respostas que ele mesmo fabrica, produz e alimenta. Um verdadeiro paradoxo da artificialidade humana.
 
Ultimamente temos visto um exemplo prático de tudo isso com o uso do tão famigerado ChatGPT, que nada mais é que um chatbot de inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI e lançado em novembro de 2022. Construído sobre a formação de grandes modelos de linguagem de programação ele foi ajustado para uma abordagem de transferência de auto aprendizagem, usando técnicas de cognição para assimilação de conteúdo em tempo real. Onde assim, ele pode conversar com uma pessoa via texto e gerar uma ampla gama de conteúdo mediante solicitação. Se você quer saber mais sobre o ChatGPT, há um 
glossário disponível gratuitamente com os principais termos. Também é possível testar ChatGPT.
 
Fato é que esta simbiose entre AI
e IoT não é novidade, mas a inserção do ChatGPT da OpenAI surpreendeu o mundo com seu grau de "inteligência", ou seja, sua capacidade de entender a linguagem humana, processar informações e gerar conteúdo abrangente sob demanda.
 
Como curiosidade já existiam outros projetos com o mesmo intuito do ChatGPT, sabia? Pois é... Empresas de grande porte de tecnologia, como o Google, Meta (Facebook) dentre outras poderosas startups chegaram a desenvolver recursos generativos de Inteligência Artificial tão capazes quanto o ChatGPT. Houve situações em que, os concorrentes lançaram versões limitadas de sua IA; em outros, não liberaram sua tecnologia para uso público. Outra coisa: Sabia que a Microsoft é a maior investidora sobre este projeto da OpenAI? De fato o bom e velho Bill Gates nunca perdeu tempo. A Meta lançou um chatbot chamado Blenderbot antes mesmo do ChatGPT. Mas o bot foi tão cauteloso em como foi moderado que os usuários acharam chato de usar.
 
O ChatGPT possui limitações? Sim claro. Ele escreve respostas que parecem plausíveis, mas incorretas ou sem sentido. É sensível a ajustes na frase de entrada ou tentativas do mesmo prompt várias vezes, podendo alegar não saber a resposta. É excessivamente detalhado e usa certas frases, como reafirmar que é um modelo de linguagem treinado pelo OpenAI. Além de tentar adivinhar o que o usuário pretende.
 
No entanto ao meio de toda esta discussão, vem alguns questionamentos como: “Será que a inteligência artificial não poderia junto à IoT, ajudar a inteligência humana a não ser tanto degenerativa? – como a doença de Alzheimer que vai agravando o quadro do paciente ao passar do tempo, e são irreversíveis, uma vez que se integrados a uma rede de dispositivos conectados, os modelos de linguagem no estilo ChatGPT podem permitir que as máquinas realizem a automação em um circuito fechado com sensores que ajudam a coletar dados.
 
O debate acerca disso é longo, polêmico e complexo. Pois envolvem questões e preocupações que estão relacionadas à confidencialidade, consentimento, qualidade do atendimento, confiabilidade e desigualdade. É muito cedo para saber todas as implicações éticas da adoção do ChatGPT na saúde e na pesquisa. Quanto mais essa tecnologia for usada, mais claras possivelmente serão as implicações. Até porque tudo isso, pode ou não ser naturalmente artificial.
 
Apesar de tudo ainda tem algumas dicas legais daquilo que você pode fazer com o ChatGPT, como por exemplo lhe ajudar a calcular expressões matemáticas complexas, lhe organizar seu “ToDo” de agenda, consegue ainda lhe dar conselhos e sugestões sobre situações gerais, testar seu inglês ou qualquer outra língua e até mesmo em resolver problemas de código fonte para quem gosta de programar. E por ai vai....
 
Todavia , vale sempre o cuidado com informações daquilo que você irá postar dentro do ChatGPT. Conheça bem seu termo de uso e
Política de Privacidade. Cuidado também com os app’s oferecidos (Android e Apple) para uso do ChatGPT. Não há ainda oficialmente um app para baixar. Os oferecidos são apenas “oportunistas” do momento. Alguns são até razoáveis para a tentativa do propósito de uso, mas não credenciados ainda pela OpenAI.
 
Para os apaixonados por filmes nesta vertente, seguem algumas sugestões:

Ex-Machina: Instinto Artificial (2014)
Matrix (1999)
Ela (2013)
Eu, Robô (2004)
O Exterminador do Futuro (1984)
Transcendence: A Revolução (2014)
A.I.
 
 
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
Leia Também »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90