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17/11/2019 às 11h00min - Atualizada em 17/11/2019 às 11h00min

Cena independente de Revistas sobre Computação e Games Retrô

PAULO SANT'ANNA

De alguns anos para cá o mercado editorial em todo o mundo vem sofrendo inúmeras transformações. A massificação da Internet, em que as pessoas passam 24 horas por dia conectadas através dos mais diversos dispositivos, e o consumo de mídias que não existiam anos atrás, contribuíram para que houvesse uma mudança no hábito de leitura e de busca da informação.

Vocês já pararam para pensar que a notícia publicada no jornal impresso de hoje já está antiga ou defasada? Atualmente o consumo é normalmente realizado através das redes, em doses homeopáticas e pequenas, seja através de uma foto, um vídeo ou um tweet. Este movimento do mercado fez com que o modelo de negócio das editoras deixasse de ser rentável, pois ao invés de comprar uma revista de notícias, basta acessar um site para buscar a informação que minutos depois já pode inclusive estar atualizada. As editoras de revistas aos poucos foram desaparecendo e as revistas especializadas em computação como as incríveis Info, PC Master, PC&Cia, PCs, PCs Redes, entre outras, foram se acabando. Uma tristeza, pois, tive a oportunidade de colaborar e trabalhar publicando textos para alguma dessas.

Atualmente aqui no Brasil, temos apenas uma revista especializada em TI, a Revista PnP (http://www.revistapnp.com.br/), que é mantida bravamente e quase que artesanalmente pelo grande Ibere M. Campos, uma referência para técnicos e analistas de TI e que foi o cara que me deu a primeira oportunidade de publicar um artigo técnico em uma revista técnica, mais precisamente na finada Revista PCs Redes em 2002. Eu tive a oportunidade de publicar também dois artigos na PnP, nas primeiras edições ainda em 2007.

Com relação aos Games ocorreu o mesmo movimento, tínhamos revistas fantásticas, como Videogame, Ação Games, Gamers, Supergame, GamePower que depois se fundiram e virou a SupergamePower. Todas traziam notícias, novidades, entrevistas, artigos técnicos, dicas, reviews de produtos e os famosos detonados. Era uma época muito boa onde os apaixonados por Computadores e Games viviam nas bancas de jornal em busca das novas edições. Com a internet, os vídeos no youtube e os sites de games, as revistas perderam o sentido e a dica que era publicada em várias páginas agora pode ser vista em um vídeo rápido.

Mas as revistas de games acabaram? Ainda bem que não! Existe uma cena independente aqui no Brasil que atua especificamente com foco no segmento retrô, tanto de games quanto de computação. As tiragens não são as mesmas, as revistas não estão mais nas bancas de jornal e as redações não são mais físicas, mas a paixão pelo tema faz com que alguns projetos fantásticos sejam mantidos pelos apaixonados por videogames e computadores antigos que colaboram comprando as revistas, participando de eventos, grupos privados e através de campanhas realizadas em sites de financiamento coletivo (Crowdfunding).

Então, atualmente podemos citar as seguintes revistas de games produzidas de forma independente e colaborativa, que são a Warpzone (http://warpzone.me/), criada pelo meu amigo e antigo companheiro de TI, Cleber Marques, a revista Jogo Véio (https://jogoveio.com.br/), a Revista Nverse (https://nverse.me) e a Revista Old Bits.

Para os amantes de retro computação temos a revista Jogos 80 (http://www.jogos80.com.br/) e também a Clube MSX (https://www.clubemsx.com.br/) que também fazem um trabalho fantástico de resgate aos anos 80/90 onde a micro informática e os Computadores nos mais diversos padrões começaram a chegar no Brasil.

Eu sou suspeito, pois apoio e procuro prestigiar a todas e acredito nos projetos e na importância histórica dos mesmos. Aproveito também para agradecer a todos os heróis que integram de uma forma ou de outra cada publicação citada e que mantêm a nossa paixão viva.

Então eu convido os amigos leitores a conhecerem os projetos e os apoiarem se assim puderem. Até o próximo domingo!

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.








 

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