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04/07/2019 às 08h33min - Atualizada em 04/07/2019 às 08h33min

O mundo é meu país. Pra quem?

JOSÉ AMARAL NETO | JORNALISTA

O fim do primeiro semestre de 2019 traz o início de um novo tempo: de pessoas que sabem tudo, e pessoas que tudo sabem. Ninguém se importa mais em entender o outro ou o ambiente em que vive. Vai se perdendo a melhor qualidade que um ser humano pode ter – ser humano. É intrigante observar que a vida que já valia nada, agora não tem valor nenhum. Nem nas guerras é assim... Triste catarse.

E a política que deveria ser uma oportunidade para apaziguar a sandice que abunda, faz proliferar expectativas surreais. Desde uma reforma em um sistema que só legitima a fragilidade das leis que não são regulamentadas, até com governadores de estado querendo aumentar a alíquota de desconto previdenciário para diminuir o salário de seus servidores, deixando claro nada repassar à União. Por isso é tão difícil chegar a um acordo. Querer cobrar e já avisar que não vai pagar... A conta não fecha.

Pouco antes da tragédia de Brumadinho, o governador de Minas, noticiaram os jornais, passou 18 dias nos Estados Unidos (USA) – pouco depois da primeira sabatina sobre os possíveis “áudios vazados”, o juiz em questão esteve nos Estados Unidos. Sem o necessário apoio doméstico, o presidente do país se aquartela sempre que pode sob os braços do presidente norte-americano. A identidade de vira-lata de muitos brasileiros vez ou outra os fazem se sentir inferiores aos filhos do tio Sam, tornando o que esses têm de pior como referência verdadeira. Quem manda sabe o que quer... O resto que se lasque, não pode e não deve ser regra em momento algum.

Tudo isso mostra que se você não pertence a um ambiente saudável nas ideias, se não faz parte de um grupo com saúde intelectual de boa convivência e, se não tem o suporte de se ver referendado por instituições que reflitam sua segurança física, emocional, e espiritual, você é só mais uma persona. Sua voz é só a que ecoa nas redes sociais. Até que alguém consiga cobrir o seu preço. Valor que vai desde dinheiro em espécie até favores e jabás. Depois disso, a caravana passa... E de novo, você será só mais um número. Vida que segue com ou sem você.

A transformação não vem pelo desejo somente de ver quem está, sair. Não vem do somente ocupar o lugar de quem é o agora. Mudar, vai da força de mover pessoas em ideias que sejam viáveis num ambiente inerte, como concreto que para a novidade precisa ser marretado, demolido. Limpo o terreno mais do que saber o que vai no lugar aberto, é preciso ser parte da concepção da estrutura. Não basta ser o construtor, é preciso ser o executor, ou parceiro; ou ainda, o dinheiro. Se não isso, só bolha... As placas de cimento são os novos tijolos. Adapte-se ou invisível é.

Minas Gerais perdeu-se em si mesma. Bucólica, e “da roça”, não tem ainda um projeto de Estado. Nem se debate a construção de um. Sua bancada de deputados federais, que é maior que a dos nove estados do Norte e Nordeste, continua a não fazer frente a nenhuma negociação que valha – o Estado continua a ser sem ter. Um ambiente político precisa ser consolidado e de interesse dos votos que o forma através de seus representantes. Um plano para as plantas industriais precisa ser pensado para que seu parque não seja o plano B da economia desde antanho. O comércio de “lojinhas e armarinhos” precisa evoluir à condição continental da terra mineira. O pasto e o sítio precisam começar a ser encarados como negócios que geram postos de trabalho. #VamosConversando.

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 

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