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20/10/2024 às 11h00min - Atualizada em 20/10/2024 às 11h00min

Diagnósticos de insuficiência renal aumentam quase 30% em Uberlândia

Especialista aponta sedentarismo, hipertensão, diabetes e sobrepeso como fatores que influenciam o aumento de casos

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Hemodiálise é uma das opções de tratamento para pacientes com insuficiência renal avançada | Foto: Pillar Pedreira/Agência Senado

Os diagnósticos de insuficiência renal em Uberlândia aumentaram em 2024, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG). De janeiro até agosto deste ano, foram registrados 194 casos, enquanto no mesmo período do ano passado, 150 pacientes foram diagnosticados com a doença. 

 

O crescimento de quase 30% chama a atenção de especialistas para os fatores que podem estar impulsionando o aumento, como envelhecimento populacional, diabetes e hipertensão arterial. Quanto aos óbitos por insuficiência renal, os dados se mantiveram estáveis em 2024, com sete registros até agosto, o mesmo número observado no período de 2023.

 

Em entrevista ao Diário, o médico nefrologista, especialidade que trata da saúde dos rins, Daniel Zandoná, coordenador médico do programa de transplante renal da Hapvida Notredame Intermédica, esclareceu que o aumento no número de casos de doença renal crônica tem relação com a população estar envelhecendo mais. 

 

Porém, o profissional observou que outros fatores também devem ser considerados. Isto porque, somado ao fator da longevidade, as comorbidades como hipertensão e diabetes também afetam o funcionamento dos rins, e são as principais causas de lesão, independente da idade. 

 

Segundo Zandoná, mudanças nos hábitos alimentares e no estilo de vida desempenham um papel importante para prevenir condições maléficas para os rins, e entre elas estão a suspensão do tabagismo, evitar o consumo de alimentos industrializados, o sedentarismo e o uso indiscriminado de medicamentos. “Estes são fatores que têm contribuído para o aumento da incidência da doença em diferentes faixas etárias”. 

 

Ainda quanto à prevenção, o médico recomenda a adoção de hábitos saudáveis como a ingestão adequada de água, a prática de atividades físicas e o controle de condições pré-existentes. 

 

“A prevenção é essencial, principalmente em grupos de risco. Manter níveis de glicose e pressão arterial sob controle pode evitar a progressão da doença renal. É importante realizar exames de rotina e ficar atento a possíveis sinais e sintomas, como inchaços, alteração na coloração ou características da urina, desregulação dos níveis de pressão arterial, cansaço em excesso, entre outros”, destacou.

 

TRATAMENTO

Quando a insuficiência renal avançada é detectada, não há cura, então o foco passa a ser a estabilização da doença, e assim retardar sua progressão. Quando os pacientes atingem a insuficiência renal em seu último estágio, os médicos substituem a função do rim mediante terapias renais substitutivas, sendo: hemodiálise, a diálise peritoneal e o transplante renal. 

 

“A escolha do tratamento depende da condição clínica do paciente e de suas preferências, devendo sempre ser discutido a melhor opção com o médico e a equipe”, esclareceu o especialista.

 

Daniel explicou que na hemodiálise, o sangue do paciente passa por uma espécie de filtro, retirando as toxinas e resíduos do corpo, bem como o excesso de água. “Nessa modalidade, os pacientes devem realizar seu tratamento em clínicas especializadas, duas a quatro vezes por semana, sendo cada sessão de três a quatro horas, lembrando que todo tratamento é individualizado”. 

 

Além dessa técnica, existe a diálise peritoneal, que utiliza a membrana peritoneal como filtro natural, mediante um cateter no abdômen, sendo realizada no lar, geralmente no período noturno. “Por último, o transplante renal é considerado a melhor opção na maioria dos casos, já que não só melhora a qualidade de vida do paciente, mas também a saúde cardiovascular”, disse Zandoná.

 

Outro ponto que o especialista menciona é o avanço no diagnóstico precoce. “Hoje, os pacientes e os profissionais da saúde estão mais conscientes da necessidade de exames regulares, e isso tem permitido a detecção da insuficiência renal em estágios iniciais. Com isso, mais pacientes estão sendo diagnosticados antes que a doença atinja estágios avançados, quando o tratamento se torna mais complexo e invasivo”.


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