Uberlândia é a cidade com mais feminicídios consumados em Minas Gerais, segundo o Monitor de Feminicídios no Brasil (MFB). De janeiro a junho de 2024, o município registrou sete casos do crime, ficando na frente da capital Belo Horizonte. Confira os dados completos no fim da matéria.
Ainda de acordo com o levantamento, no primeiro semestre do ano, Uberlândia totalizou três feminicídios tentados, quando o crime não resulta na morte da vítima. Conforme dito pela Polícia Civil, todas as ocorrências terminaram com os suspeitos presos, exceto um que tirou a própria vida após o crime.
O delegado Carlos Antônio Fernandes, da Delegacia Adjunta de Crimes Contra a Pessoa de Uberlândia, apontou os desafios enfrentados pela polícia na prevenção e combate ao feminicídio. Conforme dito por ele, para romper o ciclo de violência, é essencial que as vítimas denunciem qualquer ameaça ou agressão.
“O primeiro passo é que a vítima procure as instituições, como a delegacia da mulher, para que sejam tomadas as medidas necessárias. Também familiares ou vizinhos que tenham conhecimento devem denunciar para que os órgãos possam checar e adotar as medidas necessárias”
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Fernandes ressaltou a importância das medidas para prevenir o aumento de casos. “Ação de prevenção são importantes, como palestras e informações disseminadas pela Delegacia da Mulher, que visam dar conhecimento ao público e tentar prevenir os crimes. Por fim, o trabalho de excelência na apuração dos casos consumados também é fundamental”, completou.
A população pode denunciar através da Polícia Militar de Minas Gerais pelo número 190, a Delegacia Virtual do Estado, a Delegacia Especializada de Atendimento às Mulheres (DEAM) pelo telefone (34) 3210-8304 e a Central de Atendimento à Mulher pelo 180. Há também o aplicativo Salve Maria que permite contato direto com a Polícia Militar, entre outras funcionalidades.
AGOSTO LILÁS
Em entrevista ao Diário de Uberlândia, a professora Laryssa Pereira, do curso de Direito da Unitri, destacou a importância da campanha Agosto Lilás, voltada para o combate à violência doméstica contra as mulheres.
“A Lei Maria da Penha surge para o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher. A campanha vem justamente para intensificar a divulgação sobre a lei, sensibilizar e conscientizar a sociedade como um todo sobre essas questões da violência, que pode ocorrer de diversas formas: financeira, psicológica, sexual e física também”.
A profissional também ressaltou os desafios enfrentados pelas mulheres para romper com o ciclo de violência, já que muitas vezes, elas têm filhos pequenos, dependem financeiramente do agressor, e não conseguem fazer denúncia por esses motivos. “A campanha visa incentivar denúncias e buscar apoio do Judiciário e do sistema público de saúde para apoio psicológico. Com isso, elas conseguem procurar ajuda, denunciar o crime e romper com esse ciclo de violência”.
CASOS DE FEMINICÍDIO DO ESTADO
Uberlândia
Consumado: 7
Tentado: 3
Total: 10
Belo Horizonte
Consumado: 5
Tentado: 7
Total: 12
Governador Valadares
Consumado: 4
Tentado: 3
Total: 7
Betim
Consumado: 4
Tentado: 1
Total: 5
Juiz de Fora
Consumado: 3
Tentado: 2
Total: 5