Vacinação é recomendada para todas as crianças menores de cinco de idade | Foto: Secom/PMUA cobertura vacinal contra a poliomielite em Uberlândia atingiu apenas 41,23% do público alvo em 2024. Até o momento, a cidade aplicou 13.977 doses em crianças menores de cinco anos de idade. Buscando atingir a meta de 95% de cobertura, o Município utilizou um mapa de calor para busca ativa de não vacinados na cidade.
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença viral aguda que pode causar paralisia nos membros inferiores e, em casos graves, levar à morte. A transmissão ocorre por contato direto com fezes ou secreções de pessoas infectadas.
Em entrevista ao Diário, a infectologista e pediatra Sílvia Fonseca explicou que, embora a poliomielite seja causada por três diferentes vírus e a maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas, a doença pode trazer consequências irreversíveis.
“Infelizmente, uma porcentagem pequena, uma em cada 200 infectadas, pode desenvolver uma paralisia irreversível, que pode ser nas pernas, mas também nos músculos respiratórios, impedindo a pessoa de respirar”, afirmou Fonseca.
A doença pode resultar em sequelas graves, como problemas nas articulações, atrofia muscular, dificuldade de falar, e paralisia dos músculos respiratórios. O diagnóstico é feito através de exames de liquor e detecção do vírus nas fezes.
Sílvia Fonseca ressaltou ainda que não há tratamento específico que elimine o vírus. Em razão disso, a vacinação continua sendo a única forma eficaz de prevenção. As crianças menores de cinco anos devem seguir o esquema de imunização recomendado, que inclui três doses da vacina injetável e duas doses de reforço com a vacina oral.
“Nossa esperança é ter saneamento básico, não só para poliomielite, mas para uma série de doenças como hepatite A, mas a principal chave ainda é a vacinação”, completou.
Por fim, a médica alerta para a necessidade de manter a percepção de perigo sobre a doença, especialmente entre as novas gerações de pais que nunca viram casos de poliomielite.
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BUSCA ATIVA
A Prefeitura de Uberlândia desenvolveu, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, um mapa de calor para auxiliar na estratégia de busca ativa de crianças menores de um ano ainda não vacinadas contra a poliomielite. O levantamento apresenta os locais da cidade com concentração desse público sem a dose da vacina.
Nesta segunda-feira (8), as equipes do Programa Municipal de Imunização já iniciaram os contatos com os responsáveis para agendar a visita domiciliar e atualização do cartão de vacina. Inicialmente, a ação será realizada nos bairros que aparecem com maior concentração de crianças não vacinadas, como Santa Mônica, Saraiva, Patrimônio, Aclimação, Roosevelt, Shopping Park, Mansour, Luizote, Morumbi e Tocantins.
Ainda de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a vacina contra a poliomielite segue disponível nas unidades básicas de saúde e no Terminal Central. Os horários de funcionamento são: UBSFs das 7h30 às 16h30, UBS das 8h às 18h, e UAIs das 8h às 21h.
Desde 1989, o Brasil não registra casos de poliomielite, mas o país foi classificado em 2023 como de alto risco para a reintrodução do poliovírus pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas. Para evitar o risco de reintrodução do poliovírus, é essencial manter a alta cobertura vacinal e continuar incentivando a vacinação entre as crianças.
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