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09/06/2024 às 12h00min - Atualizada em 09/06/2024 às 12h00min

Cirurgias de laqueadura e vasectomia aumentam em Uberlândia

Procedimentos de esterilização feminina e masculina cresceram 82% e 17%, respectivamente

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Cirurgias são ofertadas na rede privada e pública de saúde | Foto: Agência Brasil

O número de procedimentos de esterilização feminina e masculina cresceu no último ano em Uberlândia. Os dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) apontam que a quantidade de laqueaduras e vasectomias aumentou 82% e 17%, respectivamente. 

 

Segundo o levantamento, no ano passado, foram realizadas 1.094 laqueaduras, enquanto em 2022, foram 600 procedimentos. Em relação à vasectomia, 639 homens se submeteram ao método em 2023. Já em 2022, a cidade totalizou 545 cirurgias de esterilização masculina. 

A ginecologista Mariana Lindorfer explicou que o fator principal para a ampliação das laqueaduras é uma mudança recente na legislação. Pela nova lei, a idade mínima passou a ser de 21 anos, desde que a paciente tenha pelo menos dois filhos vivos. Além disso, as mulheres não precisam mais da autorização do parceiro para realizar o procedimento. 

“O critério da idade acabou contemplando uma quantidade maior de pacientes. Além disso, a possibilidade de realizar o procedimento após ou durante o parto também contribui para o aumento dos números”, ressaltou. 

Quanto aos detalhes da cirurgia, a médica explicou que o objetivo é retirar a tuba uterina para não permitir que o óvulo se desloque até o útero, evitando assim a fecundação. O método é ofertado na rede privada e pública de saúde, e tem duração de 40 minutos a uma hora. 

“É um processo totalmente gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A mulher interessada deve procurar uma Unidade Básica de Saúde para fazer o planejamento familiar”, complementou. 

Após manifestar o desejo pela cirurgia, a paciente passa por uma série de etapas para compreender as particularidades de todo o processo. É necessário esperar no mínimo 60 dias entre o pedido e a realização da laqueadura. 

Conforme dito pela ginecologista, as mulheres passam por atendimentos com psicólogo, assistente social e uma equipe médica para confirmar realmente o desejo. “Nossa orientação é desencorajar uma esterilização sem planejamento ou ciência de que é um método definitivo e irreversível. Isto porque a técnica busca retirar a tuba, então uma cirurgia de retorno seria muito difícil, por isso consideramos definitivo”.

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VASECTOMIA
De acordo com informações do Ministério da Saúde, a vasectomia é um procedimento de esterilização masculina que interrompe o canal que transporta espermatozoides até o canal ejaculatório. A cirurgia é realizada na região do testículo e pode levar de 15 a 20 minutos, sem necessidade de internação. 

Embora possa ser reversível, a vasectomia é considerada uma forma de esterilização definitiva, e as regras para a realização são as mesmas que para a laqueadura. Após a cirurgia, é necessário utilizar outro método contraceptivo durante, pelo menos, 90 dias.

Wando Moreira, produtor de conteúdo de 34 anos, optou pela vasectomia após decidir que não queria ter filhos. “Eu nunca tive interesse em ter filhos, nunca tive essa mentalidade, nem equilíbrio financeiro para isso. Nunca fui preparado para cuidar de uma criança. Pensei que colocar mais uma pessoa no mundo, considerando todo o contexto que passamos, não seria interessante”.

O processo para a vasectomia incluiu consultas com clínico geral, psicólogo e assistente social. “Após conversar com a equipe responsável e ser aprovado, passaram 60 dias. Então fui mandado para o ambulatório da Unidade de Atendimento Integrado do bairro Martins”.

Wando relatou que sua mãe não gostou da ideia, mas isso não afetou sua decisão. “Meu cotidiano é normal, não afetou muito. Existe o tabu de que toda família precisa ter filhos e manter a descendência, não importa se tem condição ou não”, declarou. 

Para ele, é essencial considerar a capacidade emocional e financeira antes de decidir ter filhos. “Importante saber se tem condições por problemas emocionais e financeiros. Se não foi treinado para cuidar da criança, é mais seguro pensar nisso como uma alternativa porque uma gravidez indesejada não é uma coisa legal. Filho é uma responsabilidade”, concluiu.

FILAS
O Diário de Uberlândia entrou em contato com a Prefeitura de Uberlândia para saber a quantidade de pessoas que aguardam pelos procedimentos no município. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a dimensão das filas ainda está em depuração por meio do trabalho de atualização cadastral. 

“Rodadas de ligação para certificação e consolidação de toda a listagem, independentemente da resposta inicial, estão ocorrendo durante esse processo. A triagem está concentrada nos pacientes classificados em vermelho”, consta a nota. 


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