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26/05/2024 às 11h00min - Atualizada em 26/05/2024 às 11h00min

Procura por atendimento antirrábico humano aumenta em Uberlândia

Em 2023, mais de 3,4 mil pessoas buscaram unidades de saúde após contato com animais supostamente infectados pela raiva

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Entre as ações de prevenção, está a profilaxia da raiva humana, por meio da vacinação | Foto: Agência Brasil

Em 2023, Uberlândia registrou 3.454 casos de atendimento antirrábico humano, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG). O número representa a quantidade de pessoas que procuraram unidades de saúde após terem tido contato com animais supostamente contaminados pela raiva. 

 

Ainda de acordo com o levantamento, mais de 90% dos pacientes (3.269) foram vítimas de mordidas. Além disso, a cidade também registrou atendimentos por causa de arranhaduras (244), lambeduras (19) e contato indireto (30). A maioria das ocorrências envolve contato com cachorros (2.787), seguido de gatos (599), morcegos (55) e outros animais (47). 

 

Em relação ao ano de 2022, houve aumento de 4,5% no número de atendimentos antirrábico humano. Durante o período, foram contabilizadas 3.305 ocorrências, sendo que a maioria dos incidentes também foram causados por mordidas (3.154) de animais suspeitos de contaminação. 

 

A SES-MG também informou que no ano passado apenas um caso de raiva humana foi confirmado no estado de Minas Gerais. A vítima era do município de Mantena e acabou falecendo em decorrência da doença. Já em 2022, foram confirmadas quatro notificações da enfermidade, no município de Bertópolis, que também evoluíram para óbito. Em 2024, até o momento, nenhum caso de raiva humana foi confirmado ou está sendo investigado no estado. 

 

Em entrevista ao Diário, o médico veterinário João Helder Naves explicou que a raiva é transmitida por meio da mordedura, arranhadura e/ou lambedura de animais infectados, principalmente cães, gatos e morcegos. “No caso de cães e gatos está bem controlado no ciclo urbano por conta das campanhas de vacinação gratuitas que o governo realiza frequentemente. No ano de 1999 tínhamos mais de mil casos, hoje em dia esse número caiu muito, para menos de 10 casos por ano”.

 

João Helder esclareceu ainda que, em animais, a raiva não tem cura, e em humanos, apenas cinco casos de recuperação foram registrados mundialmente, todos com sequelas. “Apesar de não ser muito incidente atualmente, a doença é fatal. O ser humano desenvolve sinais clínicos neurológicos que vão evoluindo até o óbito. Então, o protocolo pós-exposição serve para inibir a ação do vírus, a vacina e o soro estimulam o organismo a produzir anticorpos”.

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TRATAMENTO HUMANO

Em casos de contato com animais, a recomendação é procurar atendimento médico o mais rápido possível. Entre as ações de prevenção, está a profilaxia da raiva humana, por meio da vacinação e aplicação de soro ou imunoglobulina antirrábica humana, administradas por um profissional de saúde.

 

Em Uberlândia, o atendimento especializado é realizado na Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do bairro Martins. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, 4.365 pessoas receberam a vacina antirrábica pós-exposição em 2023. Em 2022, foram 4,8 mil pacientes imunizados. 

 

VACINAÇÃO ANIMAIS

Para combater a raiva, a SES-MG, através da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia, anunciou a Campanha de Vacinação Antirrábica Animal de 2024, programada para ocorrer de 1º de julho a 30 de setembro. A previsão é distribuir 215 mil doses da vacina entre os 18 municípios da região. A vacina de raiva é obrigatória em cães e gatos, e deve ser aplicada a partir dos três meses de idade, seguido de um reforço anual.

 

Em Uberlândia, o Programa de Controle da Raiva realiza ações contínuas, como orientações, trabalhos de bloqueio e monitoramento do vírus, além de manter um posto de vacinação no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Em 2023, a Campanha de Vacinação Antirrábica imunizou 90.886 animais na cidade, um aumento de 27,6% em relação a 2022. 

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