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19/05/2024 às 11h00min - Atualizada em 19/05/2024 às 11h00min

Casos de leptospirose têm salto de 75% em Uberlândia

Cidade registrou quase 30 notificações da doença no ano passado

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Especialista acredita que enchentes podem ter ocasionado um aumento nos números | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Uberlândia apresentou um aumento de 75% nos casos de leptospirose em 2023. Um levantamento feito pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) mostrou que as notificações da doença saltaram de 16 em 2022 para 28 no ano passado. Destes registros, 21 pessoas precisaram de hospitalização, sendo que uma pessoa morreu pela enfermidade em 2023. 

 

Ainda de acordo com os dados, a maioria dos casos registrados no ano passado (91%) ocorreu em áreas urbanas, sendo que 75% das contaminações foram contabilizadas no ambiente domiciliar e 25% em ambientes de trabalho. 

 

Segundo a SES-MG, em 2022, todos os casos foram curados, sem registro de óbitos. Os registros da doença foram identificados em áreas urbanas, sendo que metade das contaminações ocorreram no ambiente de trabalho e a outra metade no ambiente domiciliar.

 

Em entrevista concedida ao Diário, a infectologista Francielly Marques apontou a possibilidade de subnotificação dos casos de leptospirose em 2022. “Apenas dezesseis casos registrados em toda a cidade é pouco provável. Essa subnotificação pode ter acontecido pelo contexto da pandemia. Além disso, os sintomas iniciais, como mal-estar e febre, são facilmente confundidos com os da dengue. Então quando uma doença tão prevalente está em evidência, outras são menos consideradas”, explicou a médica.

 

Ela também destacou que as enchentes ocorridas no ano anterior podem ter influenciado no aumento de casos de leptospirose, que tem sua forma de contágio no contato com urina de ratos. O Diário noticiou os diversos pontos de alagamento registrados na cidade no final do ano passado.

 

“A principal via de contágio da leptospirose é o contato com a urina de ratos, principalmente durante enchentes, quando a água pode carregar resíduos da urina dos roedores. Para prevenir a doença, é importante adotar medidas estruturais, como prevenção de enchentes, e medidas individuais, como a limpeza adequada dos ambientes”, orientou a infectologista. 

 

Marques aconselha que caso alguém entre em contato com áreas suspeitas de contaminação, é recomendado utilizar botas, evitar contato direto com a água e utilizar luvas. 

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SINTOMAS E TRATAMENTO 

Francielly Marques explica que a leptospirose apresenta sintomas iniciais inespecíficos, como mal-estar, febre, dor no corpo e tosse seca. Porém, complementa que na segunda semana da doença, alguns pacientes podem desenvolver sintomas mais graves, como sangramento no pulmão, insuficiência renal, icterícia (pele e olhos amarelados), náuseas e vômitos. 

 

“Nem todos os pacientes chegam a essa fase crítica, e a gravidade dos sintomas depende da saúde geral do indivíduo, comorbidades prévias e velocidade de desenvolvimento dos sintomas”.

 

A profissional esclarece que o tratamento da leptospirose envolve o uso de antibióticos, administrados por via oral em casos leves e por via endovenosa em casos mais graves. 

 

“Se houver suspeita da doença e a pessoa for notificada, a vigilância epidemiológica fornece a medicação necessária, facilitando a adesão ao tratamento, independentemente da condição socioeconômica do paciente. Em situações graves, a pessoa pode necessitar de internação e terapia intensiva, dependendo de complicações adicionais”, complementa.


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