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05/04/2024 às 11h00min - Atualizada em 05/04/2024 às 11h00min

Novos casos de câncer de pele reduzem cerca de 32% em Uberlândia

Cidade registrou 166 diagnósticos no ano passado, segundo dados da SES-MG

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Especialistas indicam produtos para proteção contra raios solares | Foto: Agência Brasil

A Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) divulgou dados que indicam uma redução nos novos casos de câncer de pele em Uberlândia no último ano. Em 2023, a cidade contabilizou 166 ocorrências da doença, representando uma queda de cerca de 32% em comparação aos 244 diagnósticos registrados em 2022. 

 

No cenário estadual, o número de casos chegou a 8.803 no ano passado, de acordo com o levantamento da SES-MG. O quantitativo corresponde a um aumento de 6,9% em relação ao ano de 2022, quando foram registrados 8.231 diagnósticos. 

 

O médico oncologista Luciano Paladini esclareceu que existem dois tipos principais de tumores com evoluções distintas entre si, os melanomas e carcinomas. “O melanoma é mais agressivo, menos comum e normalmente surge como uma pinta que vai crescendo e mudando de cor com o tempo. Pode ser também uma lesão com cores diferentes e borda irregular”

 

O médico explicou que o melanoma apresenta maior risco de disseminação para outros órgãos do corpo. “Existe a chance do tumor da pele acabar jogando células para o fígado, pulmão, ossos, entre outros”. 

 

Luciano destacou ainda que o câncer de pele “não-melanoma” é o mais comum e pode ser subdividido em carcinomas basocelular e espinocelular. O espinocelular é descrito pelo especialista como uma lesão que apresenta características verrucosas e ásperas, que tendem a crescer lentamente ao longo do tempo. 

 

“Já o carcinoma basocelular se manifesta como um nódulo na pele com coloração amarronzada ou cinza e também apresenta uma evolução lenta. O principal problema relacionado a esses tipos de câncer de pele é a evolução local da doença. É bastante raro que se espalhem para outras partes do corpo, a menos que o paciente negligencie o tratamento e permita a progressão”, completou. 

 

De acordo com o médico, esses tipos de câncer estão diretamente associados à exposição à luz do sol ao longo de décadas. Por isso, é comum que os casos comecem a surgir geralmente após os 50 ou 60 anos de idade.

 

Em relação ao desenvolvimento da doença, o especialista explicou que o principal fator de risco para os cânceres de pele, além da exposição à luz do sol, é a cor da pele. “Indivíduos com pele branca têm um risco maior do que indivíduos com a pele preta ou parda, porque a melanina ajuda a filtrar os raios ultravioleta e protege a pele da luz do sol”. 

 

Além disso, Paladini afirmou que o tabagismo, a imunossupressão (ineficiência do sistema imunológico) e o bronzeamento artificial também podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença. 

 

TRATAMENTO

Conforme dados do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU), o número de internações para tratamento de câncer de pele mais do que dobrou em 2023 em comparação com o ano anterior, apresentando um aumento de 110%. Em 2022, a unidade realizou a internação de 141 pacientes, enquanto que no ano passado a quantidade saltou para 309. 

 

Em relação ao tratamento dos casos do câncer de pele “não-melanoma”, o oncologista Luciano Paladini explicou que a remoção cirúrgica completa do tumor geralmente é suficiente para a cura do paciente. “No caso do não melanoma, a simples retirada do tumor já é capaz de proporcionar a cura, uma vez que o risco de recorrência é muito baixo. No entanto, é necessário um acompanhamento dermatológico regular, para identificar lesões precursoras que podem evoluir para outro câncer de pele”.

 

No entanto, no que se diz respeito ao melanoma, o especialista afirmou que, além da cirurgia para remoção do tumor, uma parcela dos pacientes apresenta risco de recorrência da doença em outras partes do corpo, sendo assim, é necessário a utilização de medicamentos visando reduzir o risco do tumor reaparecer em outras áreas da pele.

 

O médico reforça, portanto, que é fundamental as pessoas ficarem atentas às alterações na pele, como pintas que mudam de aspecto, crescem, alteram de cor ou apresentam bordas irregulares. “Caso observe qualquer uma dessas mudanças, é importante procurar um dermatologista. Pessoas com idade entre 50 e 60 anos devem estar especialmente atentas a áreas da pele que apresentem lesões verrucosas, com crostas ou nódulos escurecidos”.

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PREVENÇÃO

Para a prevenção do câncer de pele, a médica dermatologista Lais Domingues indica que a principal estratégia é a proteção contra a exposição solar, através do uso diário de filtro solar e também de acessórios de barreira física contra o sol, como chapéus e óculos de sol. 

 

"É essencial aplicar o filtro solar diariamente, não apenas em momentos de exposição intensa ao sol, como na praia ou na piscina, mas também em dias nublados. O protetor solar escolhido deve ter um fator de proteção (FPS) superior a 30, pois valores inferiores não garantem a proteção adequada necessária. O produto pode ser utilizado a partir dos seis meses de vida".

 

Domingues destacou ainda a importância de utilizar acessórios como chapéus de abas largas, bonés, viseiras, camisetas de proteção solar e óculos de sol, formando uma barreira que impeça a penetração da radiação na pele. "Também é recomendado evitar a exposição ao sol no período entre as 10h e 16h, horário em que ocorre a maior incidência do índice de radiação ultravioleta", aconselhou.

 

A médica enfatizou também que o bronzeamento artificial é uma prática que aumenta significativamente a chance de desenvolver câncer de pele. “Nós contraindicamos totalmente o uso de câmaras de bronzeamento. Não existe forma segura de se bronzear sem aumentar o risco de câncer de pele".

 

Por fim, Lais Domingues ressaltou a importância de realizar uma consulta dermatológica anual. "Mesmo utilizando os mecanismos de proteção solar, quando fazemos a consulta anualmente, o médico avalia a pele como um todo e verifica se há alguma lesão que possa vir a se tornar um câncer de pele ou qualquer outra questão suspeita para um tratamento precoce", afirmou a médica.


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