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07/12/2023 às 17h16min - Atualizada em 07/12/2023 às 17h16min

Avaliada em R$ 30 milhões, obra para evitar enchentes na Rondon Pacheco segue sem prazo de conclusão

Previsão é de que represa na região do Camaru seja entregue em fevereiro de 2024; outras construções dependem de questões ambientais para serem liberadas

REDAÇÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Em dois anos, quase R$ 700 mil foram gastos para a recuperação asfáltica da avenida I Foto: Felipe Faria/Diário de Uberlândia

O projeto de construção de quatro represas para reduzir os impactos das chuvas e evitar enchentes e alagamentos da Av. Rondon Pacheco, anunciadas há quase dois anos pela Prefeitura de Uberlândia, seguem sem previsão de finalização. O pacote de serviços, avaliado em R$ 30 milhões, prevê investimentos em infraestrutura para melhorar a drenagem pluvial na cidadeNo entanto, ainda há entraves burocráticos e ambientais a serem resolvidos e, segundo o Município, ainda não há prazo de conclusão do projeto. 

Anunciada em fevereiro de 2022, a obra inclui a construção de quatro novas represas ao longo do Córrego Lagoinha e redes auxiliares. Com as intervenções, a expectativa é de que o volume de água que cai na avenida Rondon Pacheco, próximo ao Rio Uberabinha, reduza da média atual em chuvas extremas, de 180 mil litros por segundo para 46 mil litros por segundo. A ideia da é aproveitar o curso natural do Córrego Lagoinha e a mata ciliar existente para aumentar a absorção da água pluvial no perímetro urbano.

Na última terça-feira (5), a avenida Rondon Pacheco ficou danificada devido à tempestade que atingiu Uberlândia. O volume de água registrado foi tão grande que o escoamento extrapolou momentaneamente, causando alagamentos e enxurradas bruscas também em outras vias espalhadas pela cidade. Cerca de R$ 300 mil foram gastos para a recuperação asfáltica de ruas do município.

Especificamente na Rondon Pacheco, houve destacamento de placas asfálticas, invasão de água em comércios, danos em veículos e pessoas ilhadas. Somente o Corpo de Bombeiros registrou 16 ocorrências durante o temporal. Logo após a chuva, a Prefeitura iniciou os trabalhos de limpeza das vias e reparo das áreas afetadas pela chuva. No entanto, o problema é corriqueiro.

Em janeiro de 2022, quase R$ 400 mil foram empenhados para a recuperação da avenida, também por circunstâncias ocasionadas pela chuva. 
Os problemas ocasionados pelas enchentes são antigos em Uberlândia e datam de 1986, quando a Rondon Pacheco também teve parte do asfalto arrancado devido a uma enxurrada no local.

 

ENTENDA O PROJETO
Conforme a previsão do Município, as represas devem ser construídas em cascata em áreas naturais no curso do Córrego Lagoinha, aprovoveitando o relevo em declive de mais de 100 metros do bairro Santa Luzia até a avenida Rondon Pacheco. A primeira represa de contenção, próxima à rua Jaime Barros, vai aumentar a capacidade de retenção de água pluvial de 6 mil metros cúbicos para 21 mil.

Segundo o projeto, quando o nível da água subir na primeira represa, o volume de água seguirá, devido à gravidade, para a segunda represa, localizada na rua Vasco Mascia. Nesse ponto, a capacidade de retenção da água pluvial é de 33 mil metros cúbicos. A parada seguinte é na rua Saldanha Marinho, que será elevada em mais de 1,70 metros de altura, possibilitando a criação de uma barragem com quatro metros de profundidade e capacidade para 180 mil metros cúbicos.

A barragem será ligada, por baixo da pista, por duas galerias com a quarta represa do sistema, que será construída dentro do parque do Camaru, na rua João Mendes. A última terá capacidade para receber 53 mil metros cúbicos de água, sendo ligada por novas galerias subterrâneas até o deságue controlado no leito natural do Córrego Lagoinha. Depois disso, o fluxo seguirá o percurso natural, se unindo ao Córrego Mogi até chegar nas galerias da Rondon Pacheco.


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ANDAMENTO DAS OBRAS
Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (6), o secretário de Obras Norberto Nunes afirmou que a obra do Camaru está na parte final e que a captação de água na represa vai contribuir para a retenção da bacia hidrográfica local. A previsão é de que a obra seja finalizada em fevereiro do ano que vem. Por outro lado, as outras represas ainda seguem sem data de entrega definida.

 

"A represa do Camaru é uma obra que vai colaborar bastante para a retenção daquela bacia do Córrego Lagoinha. Ela vai conter a água e descer na Rondon Pacheco próximo à avenida Francisco Galassi. É uma obra que está sendo feita, está bem adiantada. [A represa do Camaru] vai segurar bastante água, evitando chegar a água na parte debaixo da Rondon. Que fique claro: a providência não ajuda na avenida Anselmo Alves dos Santos, por exemplo", disse.


Questionado sobre os problemas ocasionados pelo volume de água gerado na região do Parque do Sabiá, o secretário disse que está planejada uma outra obra na represa já existente para receber água das regiões do Custódio Pereira e Tibery. Dessa forma, é possível reter a água das áreas, permitindo que o escoamento aconteça de maneira controlada, evitando problemas na Rondon devido ao deságue da avenida Anselmo Alves dos Santos.

Com relação à represa da rua Saldanha Marinho, Norberto disse que ela ainda deve passar por obras de elevação para aumentar sua capacidade de retenção, não sendo possível estabelecer uma data de definição dos trabalhos. Além disso, questões ambientais estão surgindo nas outras duas localidades previstas para auxiliar com a drenagem da água na cidade.


"A avenida Jaime de Barros e a rua Vasco Mascia dificultam a definição da viabilidade dessas soluções, por enquanto não é certo que poderão ocorrer obras nessas localidades. Ainda há pendências ambientais a serem resolvidas", disse.



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