08/10/2023 às 10h00min - Atualizada em 08/10/2023 às 10h00min
CAGED: Uberlândia apresenta recuo na geração de empregos formais em 2023
Apesar de saldo positivo, cidade teve queda de 5% na comparação com o ano passado
IGOR MARTINS | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Saldo de Uberlândia ficou atrás de Uberaba entre janeiro e agosto deste ano | Foto: PMU/Divulgação Uberlândia registrou, de janeiro a agosto deste ano, um saldo positivo de 2.620 vagas de emprego. Apesar do balanço favorável, o índice divulgado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra um declínio na economia uberlandense comparado ao mesmo período de 2022, quando a cidade teve um saldo de 2.776 postos de trabalho.
O desempenho obtido nos oito primeiros meses de 2023 representa uma queda de 5% em relação ao ano passado, com 156 vagas a menos na comparação. O dado do Caged é referente à diferença de contratações e desligamentos registrados durante o período para todos os setores da economia.
A desaceleração no mercado formal deixou Uberlândia na segunda posição entre as cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba com o maior saldo de geração de empregos. O município da região com o melhor desempenho no acumulado do ano é Uberaba, com balanço positivo de 4.350 vagas, aproximadamente 1.730 postos a mais que Uberlândia (2.620).
Na sequência, a cidade com mais postos de trabalho formais é Patos de Minas (1.706), seguida de Araguari (999) e Araxá (997). Segundo o economista do Centro de Pesquisas Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia, Marcos Henrique Godoi Gonzalez, não é possível relacionar a quantidade de geração de empregos em um município de acordo com seu tamanho populacional.
“Toda cidade tem uma composição diferente da economia em setores econômicos. Dependendo de qual setor cresce mais ou menos, temos uma dinâmica diferente para cada cidade, é preciso analisar de forma separada. Uma cidade de praia, por exemplo, tem ótimos números no início do ano porque é alta temporada. Então tudo depende do que é feito nessa temporada e nesse recorte”, disse.
Dentre as 10 cidades mais populosas de Minas Gerais, Uberlândia tem o sexto melhor desempenho entre janeiro e agosto, mesmo sendo o segundo maior município em população. A capital Belo Horizonte lidera o ranking de geração de empregos, com saldo positivo de 31.398. Depois, a região com a melhor performance foi Contagem (6.980), Uberaba (4.350), Juiz de Fora (2.753) e Betim (2.749). • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram SETORES DA ECONOMIA
De acordo com o saldo acumulado no ano de 2023, entre janeiro e agosto, o setor de serviços foi o que mais se destacou, gerando 1.916 oportunidades de emprego no total. Logo depois, a indústria aparece com balanço positivo de 936, bem como a construção, gerando 783 oportunidades. Pelo lado negativo, o comércio teve saldo negativo de 131 empregos formais, e a pior performance ficou por conta da agropecuária, com déficit de 884 vagas.
Na contabilização dos oito meses, o setor de serviços só teve déficit em janeiro e maio. Conforme dito por Marcos Henrique, a área da economia é impulsionada por subsetores econômicos específicos da cidade. No caso de Uberlândia, o aumento se deve, sobretudo, às áreas de educação e empresas terceirizadas, principalmente as de vigilância e segurança.
O setor de indústria foi o único com desempenho positivo durante todos os meses do ano, enquanto o de construção teve desempenho negativo apenas em julho e agosto. A agropecuária teve maus resultados em janeiro, maio, julho e agosto, mostrando uma desaceleração ainda maior quando comparado ao acumulado dos últimos 12 meses.
“Temos que tomar um pouco de cuidado com a agropecuária, porque ao contrário das outras atividades, ela tem um ciclo bem definido pelo clima. Estamos no cerrado, que tem uma época seca e uma época chuvosa bem demarcada. Quando olhamos no mês a mês, a agropecuária demite muita gente na seca, e quando chega outubro e novembro, contrata muita gente para a safra. É um setor sazonal, que fica concentrado no período chuvoso”, explicou o economista.
Além disso, Gonzalez relatou que o setor de agropecuária nunca realizou contratações em grande número no Triângulo Mineiro. “Antigamente era gado e não exigia muita mão de obra. Quando passou a ser agricultura, foi mecanizada. As contratações ficam concentradas entre os pequenos produtores, mas muitas vezes eles trabalham com suas famílias”, detalhou.
INCREMENTO NAS CONTRATAÇÕES
Para o economista do Cepes, o fim de ano pode impactar em um aumento no saldo de empregos em Uberlândia. Com a chegada das festividades e confraternizações e o período chuvoso, a expectativa é de que mais contratações sejam feitas de outubro a dezembro. Os setores de comércio e serviço devem ser os principais destaques durante o período.
Apesar de mais contratações no último trimestre, o número de desligamentos consequentemente costuma aumentar a partir de dezembro. Foi o que aconteceu em 2022, por exemplo, quando Uberlândia fechou o mês com saldo negativo de 1,6 mil empregos, segundo dados do próprio Caged.
“Em outubro e novembro devem começar as contratações temporárias nos comércios. A partir daí, infelizmente, chega os meses de dezembro e janeiro em que estes funcionários são demitidos, porque são temporários”, finalizou Gonzalez.
PANORAMA DO EMPREGO EM UBERLÂNDIA:
Serviços
Acumulado dos últimos 12 meses: 1.996 vagas
Acumulado de 2023: 1.916 vagas
Indústria
Acumulado dos últimos 12 meses: 1.424 vagas
Acumulado de 2023: 936 vagas
Construção
Acumulado dos últimos 12 meses: 512 vagas
Acumulado de 2023: 783 vagas
Comércio
Acumulado dos últimos 12 meses: 733 vagas
Acumulado de 2023: -131 vagas
Agropecuária
Acumulado dos últimos 12 meses: -30 vagas
Acumulado de 2023: -884 vagas
RANKING DA GERAÇÃO DE EMPREGOS:
1ª Belo Horizonte
Saldo de empregos de janeiro a agosto de 2023: 31.398 vagas
População: 2.315.560 habitantes
2ª Contagem
Saldo de empregos de janeiro a agosto de 2023: 6.980 vagas
População: 621.865 habitantes
3ª Uberaba
Saldo de empregos de janeiro a agosto de 2023: 4.350 vagas
População: 337.846 habitantes
4ª Juiz de Fora
Saldo de empregos de janeiro a agosto de 2023: 2.753 vagas
População: 540.756 habitantes
5ª Betim
Saldo de empregos de janeiro a agosto de 2023: 2.749 vagas
População: 411.859 habitantes
6ª Uberlândia
Saldo de empregos de janeiro a agosto de 2023: 2.620 vagas
População: 713.232 habitantes
7ª Divinópolis
Saldo de empregos de janeiro a agosto de 2023: 2.023 vagas
População: 231.091 habitantes
8ª Ribeirão das Neves
Saldo de empregos de janeiro a agosto de 2023: 1.358 vagas
População: 329.794 habitantes
9ª Governador Valadares
Saldo de empregos de janeiro a agosto de 2023: 1.126 vagas
População: 257.172 habitantes
10ª Montes Claros
Saldo de empregos de janeiro a agosto de 2023: 1.094 vagas
População: 414.240 habitantes VEJA TAMBÉM:
