A vereadora Cláudia Guerra (PDT), de Uberlândia, recebeu nesta quinta (14) uma ameaça de estupro por e-mail. O documento é similar ao que foi enviado para a parlamentar Amanda Gondim (PDT) no dia 4 de setembro e possui o mesmo remetente. Conforme consta na mensagem, o autor sugere que o estupro "cura" mulheres lésbicas.
No conteúdo da mensagem, o autor cita a legalização do ato como questão de saúde pública e propõe que seja adotado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O responsável pela ameaça afirma ainda ter conhecimento de dados pessoais da vereadora, como o local onde ela mora. No fim do e-mail, o criminoso também fala sobre a vestimenta utilizada por Cláudia Guerra em uma das sessões da Câmara Municipal e diz: "peço que esteja vestida com ela quando eu a visitar".
A vereadora registrou um boletim de ocorrência e vai protocolar uma notícia-crime no Ministério Público Estadual (MPE). Confira abaixo a mensagem enviada na íntegra:
"Solicito enviar esta mensagem à vereadora Cláudia Guerra. Grato.
Prezada senhora vereadora Cláudia Guerra, parabenizo seu espírito público democrático de abrir espaço para o povo propor emendas impositivas. Visando contribuir com o debate, submeto à análise de V. Exa. uma proposta com foco na saúde pública: a legalização do Estupro Corretivo Terapêutico de lésbicas em Uberlândia e sua adoção pela Secretaria Municipal de Saúde.
Gostaria de agendar com sua equipe dia e hora para ir na sua casa (já tenho seu endereço) e fazer uma demonstração sem compromisso do Estupro Corretivo Terapêutico. O que acha? Agradeço pela sua atenção. Um forte abraço do [...]
Em tempo: a senhora ficou muito sexy com aquela regata cinza e preta que usou no discurso na Câmara no último dia 5. Com todo respeito, V. Exa. é muito gostosa e deu vontade de meter mais do que a colher, se é que me entende. Peço que esteja vestida com ela quando eu a visitar. Gratidão."
Em nota enviada ao Diário, a vereadora Amanda Gondim, que também foi alvo da ameaça no início do mês, repudiou o ato criminoso.
"Estas ameaças são absurdas e cruéis. Essa é uma tentativa de frear um dos mandatos mais atuantes da Câmara Municipal. No entanto, quero destacar que tenho um projeto para Uberlândia, um projeto inclusivo que abrange todas as pessoas à margem da sociedade, que se dedica à melhoria do transporte público, da saúde, da educação e da acessibilidade. A intolerância e o ódio não nos deterão, eles apenas fortalecem minha determinação em garantir uma cidade mais justa e igualitária", disse a parlamentar.
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