28/07/2023 às 11h40min - Atualizada em 28/07/2023 às 11h40min
Uberlândia registra queda de 10,5% em volume e receita de exportações no primeiro semestre
Município enviou 1,02 milhão de toneladas de produtos para fora do país de janeiro a junho
KAUÊ ALTRÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Soja lidera entre produtos exportados na região, com o valor de US$ 657,76 milhões I Foto: FREEPIK Uberlândia registrou uma queda 10,5% no volume de exportações no primeiro semestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com um levantamento, feito pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômicos-Sociais (Cepes) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o município contabilizou um volume de 1,02 milhão de toneladas de produtos vendidos para fora do país de janeiro a junho, valor equivalente a US$ 591,25 milhões em receita.
Já no ano anterior, no mesmo período, a cidade contabilizou um volume de 1,21 milhão de toneladas, aproximadamente US$ 754,062 milhões em negociações. A informação foi divulgada nesta terça (25) por meio do Boletim de Comércio Exterior da Região Intermediária de Uberlândia (RGInt), que inclui também a região de Ituiutaba e Monte Carmelo, englobando ao todo 24 municípios. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram
No total, foram exportadas 2,05 milhões de toneladas de produtos em toda a região, de janeiro a junho. O volume total de negociações foi de US$ 1,47 bilhão em dólares, ou R$ 5,51 bilhões em reais. Na comparação com o mesmo período no ano passado, o montante percebido em toda a região foi 4,97% inferior. Em 2022, o volume exportado foi de 1,86 milhão de toneladas e US$ 1,54 bilhão em receita.
A expectativa era de aumento em comparação ao mesmo período do ano passado, quando a região registrou os maiores índices desde 1997. Conforme os dados obtidos, na região, Uberlândia e Araguari tiveram os maiores valores de exportação, principalmente com a soja e a carne bovina congelada.
Segundo o economista Henrique Ferreira de Souza, alguns fatores podem explicar essa queda, tanto de receita quanto no volume. “Houve dois fatores: além da redução das vendas em volume em comparação ao ano passado, também tivemos a queda nos preços desses produtos que têm um preço maior. Juntando as duas coisas, foi o que levou à queda da receita”, explicou o especialista.
O economista também chama a atenção para a possibilidade de os produtores da região terem segurado a venda de seus produtos. “Não temos os dados para saber ao certo o que ocorreu, mas, possivelmente, ou os produtos e fazendas na região produziram menos do que em outros lugares ou os produtores não quiseram vender nesse semestre e estão segurando para os próximos. Podemos ter vários fatores. Porém, nosso único dado concreto é a redução”, complementou.
De acordo com ele, as observações não representam uma estagnação econômica, já que a análise verifica somente os dados referentes às exportações. Porém, observando esse cenário, concluiu-se que, possivelmente, também tenha ocorrido uma queda de empregos nos setores que envolvem os produtos exportados observados, como a soja e a carne bovina.
REGIÃO
Apesar do resultado negativo de uma maneira geral, alguns municípios apresentaram aumento nas exportações. Destaque para o município de Indianópolis, que obteve um aumento considerável com a venda da pasta química de madeira (celulose), somando US$ 205,33 milhões em vendas. Foi um dos produtos que impulsionaram o montante exportado durante o período analisado na região.
BRASIL
Analisando o cenário local de Uberlândia e região em comparação com o Brasil, o economista verifica uma singularidade. Enquanto o país apresentou um aumento nas exportações, principalmente de soja, a região não acompanhou a tendência.
"Se olharmos os principais produtos em todo o Brasil, houve uma expansão, um aumento principalmente das exportações de soja, enquanto na região, tivemos uma queda. A região teve uma dinâmica diferente do Brasil como um todo", concluiu.
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