13/07/2023 às 17h00min - Atualizada em 13/07/2023 às 17h00min
A cada 24h, 58 pessoas são diagnosticadas com hipertensão em Uberlândia
Somente em 2023, mais de 10 mil pacientes descobriram a doença; cardiologista orienta sobre sintomas e tratamento
VINÍCIUS LEMOS | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Diagnósticos da enfermidade cresceram 42% entre 2021 e 2022 | Foto: Agência Brasil Os diagnósticos de hipertensão em Uberlândia registraram um salto de 42%, entre 2021 e 2022. O levantamento, feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), aponta ainda que, somente nos primeiros seis meses deste ano, 10,4 mil pessoas descobriram a doença, o que equivale a uma média de 58 diagnósticos a cada 24 horas.
Para se ter uma ideia, em todo o ano de 2021, foram 11.083 novos pacientes diagnosticados com a enfermidade. Já no ano passado, 15.842 hipertensos foram descobertos em Uberlândia. A média diária de casos em 2023 mostra que, se esta tendência se mantiver, os diagnósticos deste ano podem ser ainda mais numerosos.
Dados complementares, repassados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES-MG), apontam que, nos últimos três anos, 20 pessoas perderam a vida em decorrência da hipertensão, de acordo com levantamento junto ao Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Já no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, foram constatadas 98 mortes em decorrência da enfermidade ou por complicações ocasionadas pela pressão alta.
O aumento dos diagnósticos, segundo a Prefeitura, acontece porque o Município aderiu ao programa Previne Brasil, que prepara os funcionários da Saúde para aprimorar o rastreamento da hipertensão com foco no tratamento precoce. É na atenção primária, na rede municipal, em que os diagnósticos acontecem via de regra. O programa Previne Brasil foi instituído em 2019.
Ainda que os dados demonstrem a capilaridade do problema, segundo o médico cardiologista João Lucas O'Connel, o quadro ainda não foi pintado por completo. O aumento dos diagnósticos é apenas um dos passos. “Existe uma regra informal sobre hipertensão que nós médicos lembramos: um terço das pessoas que têm hipertensão sabe que têm a doença. Destas (que sabem), um terço usa medicação para tratar a hipertensão. E deste total (que trata), apenas um terço consegue controlar adequadamente a pressão. É preciso acompanhar”, disse. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram CONDIÇÕES E RISCOS
O médico lembra que a hipertensão tem ligação com a predisposição genética para a doença, mas ela está associada a fatores como a obesidade, sedentarismo, alimentação rica em sal, tabagismo e alcoolismo, por exemplo. Uma minoria dos hipertensos também chega à condição por conta de outras doenças, como hipo e hipertireoidismo, problemas renais e síndrome da apneia do sono.
Pessoas idosas têm maior propensão ao problema de saúde. “Existe ainda o fator da idade. Pessoas mais velhas tendem a ter o enrijecimento da parede das artérias, o que pode causar aumento da pressão”, explicou João Lucas O'Connel.
A hipertensão pode levar a casos de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e também quadros de insuficiência cardíaca.
SINTOMAS
Apesar de comum, a pressão alta crônica costuma provocar sintomas em fases muito avançadas ou quando a pressão arterial aumenta de forma abrupta e exagerada. O'Connel afirmou que um em cada três hipertensos sente algo de maneira precoce. Dores de cabeça no peito e na nuca, tonturas e falta de ar são sintomas que devem ser vistos com atenção.
TRATAMENTO
O objetivo do tratamento é não deixar a pressão ultrapassar os valores de 12 por 8. Em casos leves, com a mínima entre 9 e 10, o tratamento não envolve medicamentos e busca mudança de hábitos, como exercícios físicos, dieta saudável e corte de bebidas e cigarros. Já em quadros mais graves, a introdução de remédios pode ser indispensável e, muitas vezes, eles seguem sendo usados por anos.
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