30/06/2023 às 10h50min - Atualizada em 30/06/2023 às 10h50min

Tarifa do transporte público de Uberlândia será mantida em R$ 4,50 para 2023

Decisão foi publicada no Diário Oficial do Município nesta sexta-feira (30)

REDAÇÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA

A Prefeitura de Uberlândia anunciou a manutenção da tarifa do transporte público para 2023, fixada no valor de R$ 4,50. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) desta sexta (30).

Para realizar o cálculo da taxa, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Settran) informou que realizou uma auditoria com uma empresa de mobilidade, avaliando os custos operacionais do sistema da cidade. Com base nos resultados obtidos, o valor encontrado para custear os gastos do sistema em janeiro de 2023 foi de R$ 7,63.

De acordo com a publicação, o valor a ser cobrado pelas concessionárias dos usuários permanecerá fixado em R$ 4,50. Ainda segundo o Município, o subsídio da diferença a ser pago pela Prefeitura será calculado mensalmente, com base no parâmetro referencial de cada período. A medida, conforme consta no DOM, visa manter o equilíbrio econômico do contrato de concessão.

No ano passado, um acordo firmado entre o Município e as concessionárias manteve o valor da passagem em R$ 4,50, através do subsídio da Prefeitura. As empresas chegaram a aumentar o valor do bilhete para R$ 6,30, mas a Prefeitura arcou com R$ 1,80 de cada passagem para que a população não fosse afetada.

O Diário entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Triângulo Mineiro (Sindett), que representa as empresas de transporte urbano de Uberlândia, para obter um posicionamento sobre a manutenção do valor da tarifa. O Sindett informou que não irá se manifestar sobre o tema.

IRREGULARIDADES NO SERVIÇO
O transporte coletivo de Uberlândia vem sendo alvo de diversas ações do Ministério Público Estadual. Em maio deste ano, 45 ônibus do foram autuados por irregularidades, sendo que, destes, doze foram interditados. Do total, 19 autuações e seis interdições foram referentes a veículos da Autotrans, e 26 autuações, uma apreensão e seis interdições relacionadas à empresa São Miguel.

Na época, dois ônibus recém-incorporados à frota da São Miguel eram de propriedade da empresa Vamos Loc de Cam Maq e Equipamentos S. A. Eles estão registrados no Detran de São Paulo e foram emplacados no município de Ribeirão Preto. “Essa é mais uma irregularidade, já que a legislação municipal determina que os veículos utilizados no transporte público devem ser emplacados em Uberlândia”, esclareceu o promotor de Justiça, Fernando Martins.

A São Miguel também foi acusada de crime ambiental. Foram realizadas análises periciais para verificar a qualidade do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), contido nos reservatórios de ônibus que estavam no pátio do Terminal Industrial. O composto é injetado no sistema de escapamento dos veículos a diesel com objetivo de reduzir a emissão de poluentes.

Cerca de quatro ônibus da empresa estavam utilizando o reagente impróprio, fora das especificações de qualidade. Um dos veículos sequer tinha tampa do reservatório. O gerente responsável pela concessionária foi conduzido à Delegacia de Plantão da Polícia Civil.

Em junho, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Cidadão, recomendou ao Município de Uberlândia a rescisão do contrato com a empresa São Miguel em razão dos diversos problemas encontrados nos ônibus da empresa durante a "Operação Ir e Vir”.

O promotor de Justiça Fernando Rodrigues Martins, autor da recomendação, frisou que a São Miguel tem um grande número de ilícitos administrativos que demonstram a ausência de compromisso com os usuários do transporte público. “Os veículos da empresa são os piores entre as concessionárias. Sinônimos de perigos, riscos e exclusão dos passageiros mais vulneráveis”, destacou.