Investigação identificou 58 integrantes de facção que exercem função de liderança dentro da facção em Uberlândia I Foto: Igor Martins/Diário de UberlândiaA Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) cumpriu, na manhã desta quinta-feira (18), 43 mandados de prisão preventiva e 38 de busca e apreensão em Uberlândia e em mais 12 cidades do Triângulo Mineiro.
A ação faz parte da "Operação Perversus", coordenada pela Polícia Federal (PF), com a participação da Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal de Minas Gerais. A atuação ocorre em repressão a uma facção criminosa voltada para o tráfico de drogas e crimes violentos na região. Outros 15 alvos que tiveram mandados de prisão expedidos ainda não foram localizados.
Participaram da operação cerca de 300 policiais federais, civis, militares e penais para darem cumprimento aos 96 mandados judiciais expedidos pela 4ª Vara Criminal de Uberlândia. Além dos mandados, também foram bloqueados bens e valores provenientes das atividades criminosas, bem como para a continuidade das investigações.
Após 10 meses de trabalhos investigativos foram identificados 58 indivíduos entre homens e mulheres, que exercem funções de liderança e/ou estratégicas dentro da organização criminosa com atuação em Uberlândia e região. Uma advogada envolvida com a facção também foi presa. Ela utilizava tornozeleira eletrônica e respondia por um crime de homicídio ocorrido em Montes Claros, no norte de Minas. Segundo a PF, foram cumpridos mandados em:
De acordo com o delegado-chefe da Polícia Civil de Uberlândia, Marcos Tadeu de Brito Brandão, a organização criminosa alvo da operação tem atuação a nível nacional e internacional. Segundo ele, o Triângulo Mineiro é rota constante do tráfico de drogas. Para isso, a integração das forças de segurança é fundamental para que a Ficco possa investigar e reprimir a facção, especialmente os integrantes que possuem um cargo de gerenciamento dentro do esquema. O objetivo principal, conforme relatado pelo policial, é tirar de circulação os envolvidos para desarticular os autores.
"Nós angariamos diversos subsídios para a continuidade das nossas investigações e novas operações policiais. Essa operação é mais uma demonstração da importância da coesão das forças de segurança com um objetivo comum. Se o crime é organizado, as forças de segurança também são. O combate às organizações criminosas fica mais produtiva com essa integração. Eles vão se reestruturar, mas o nosso combate é contínuo. O que conseguimos de prova vai propiciar novas e novas fases, subindo essa pirâmide até o comando da organização criminosa", disse.
A superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, Tatiana Alves Torres, explicou que a Ficco seguirá combatendo as organizações criminosas com atuação no estado. "Gostaria de enaltecer o trabalho dessas forças-tarefas que entregam resultados proveitosos. A gente verifica que a Ficco atua com cada instituição fazendo aquilo que tem em sua expertise. A gente tem uma efetividade grande aqui no estado de Minas Gerais", afirmou.
PRESÍDIOS
Dos 43 mandados de prisão cumpridos nesta manhã, 17 aconteceram dentro de presídios no Triângulo Mineiro. No Presídio Jacy de Assis, foram duas ordens. Conforme relatado pelo diretor regional da 9ª Região de Polícia Penal, Marcus Vinicius de Oliveira Silva, a atuação dos investigados dentro da organização criminosa ainda é alvo de apuração.
O delegado regional da Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais, Roger Lima de Moura, afirmou que foram apreendidos notebooks e aparelhos celulares durante a atuação do Ficco. O próximo passo é investigar os dispositivos e colher depoimentos de todos os presos durante a Operação Perversus. "A essência da Ficco é a troca de informações entre as instituições. Com os conhecimentos compartilhados você vai identificando os focos de criminalidade, você amplia o leque de conhecimento", afirmou.
A Polícia Militar também participou do cumprimento de mandados nesta manhã. Segundo o tenente coronel Rodrigo, a corporação teve viaturas com pelo menos três policiais militares em todos os pontos da operação. Em Uberlândia, os principais alvos estavam nos bairros Residencial Integração, Luizote de Freitas e Santa Rosa.
"Alguns já eram conhecidos pelos policiais militares e já tinham algumas passagens. Essa atuação vai contribuir com a prevenção criminal na cidade. A troca de informações é importante, tem alguns autores que a Polícia Militar não conhece, mas a Polícia Civil conhece. A Polícia Penal também traz informações importantes e o conhecimento macro que a Polícia Federal tem é importante. Se não fosse uma força-tarefa, esse trabalho em conjunto não teria surtido o efeito que a gente deseja pra região", relatou o militar.
*Matéria atualizada às 12h06 para acréscimo de informações
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