Lohan Ramires vai responder pelos crimes de tráfico, associação criminosa e falsidade ideológica I Foto: Reprodução/Redes SociaisA 1ª Vara Criminal de Uberlândia condenou, nesta semana, o influenciador Lohan Ramires a 18 anos de prisão, com cumprimento das penas em regime inicial fechado. Lohan foi preso em maio de 2022, durante a operação "Má Influência", deflagrada pela Polícia Civil com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Segundo as investigações, ele está envolvido em crimes de tráfico de drogas, associação criminosa e falsidade ideológica.
Além de Ramires, o médico Leonardo Pinder também foi condenado à prisão pelo Judiciário de Minas Gerais. No caso dele, a pena total chega a pouco mais de 11 anos de reclusão. Os dois investigados, no entanto, poderão recorrer em liberdade, uma vez que "as circunstâncias que fundamentaram a segregação cautelar, apesar do decreto condenatório, em razão da primariedade, perdem força, diante do direito dos acusados ao duplo grau de jurisdição, de forma a privilegiar a presunção constitucional da inocência".
De acordo com a condenação, Ramires e Pinder emitiram cerca de 63 declarações falsas em receitas médicas, com o objetivo de facilitar a compra do medicamento Genotropin (Somatropina), o hormônio do crescimento popularmente conhecido como "GH". Entre maio de 2019 e agosto de 2021, os acusados prescreveram, adquiriram, venderam e entregaram o medicamento em desacordo com a determinação legal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As investigações apontam ainda que o influenciador tinha dentro de casa 25 embalagens de GH, uma embalagem de Desposteron (testosterona), ambos considerados fármacos (drogas) em desacordo com a determinação regulamentar legal. Lohan Ramires teria ainda importado de forma clandestina da Espanha um frasco de um fármaco sem registro no órgão de vigilância sanitária. No dia da operação, os policiais encontraram todos os materiais na casa do condenado.
Durante o cumprimento da operação Má Influência, a Polícia Civil encontrou ainda diversas notas fiscais relativas a compras de medicamentos de vendas controladas, os anabolizantes. Algumas das notas estavam no nome de Lohan Ramires, sendo todos os documentos emitidos pela mesma empresa. Entre 2019 e 2021, cerca de 75 notas fiscais foram emitidas vinculadas ao nome do influenciador. O médico Leonardo Pinder atuou juntamente com Lohan Ramires, prescrevendo 63 das receitas utilizadas pelo influenciador para comprar os medicamentos junto à distribuidora.
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AUXÍLIO EMERGENCIAL
O influenciador digital recebeu 16 parcelas do auxílio emergencial. O benefício foi instituído pelo Governo Federal durante a pandemia de covid-19 para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Segundo o Portal de Transparência do Governo, ao todo, o condenado recebeu do programa a quantia de R$ 5,7 mil.
Conforme apurado pelo Diário, Lohan começou a receber o auxílio em abril de 2020, quando o programa foi lançado. A última parcela paga ao influenciador foi em outubro de 2021.
De acordo com a Polícia Civil, análises de dados bancários e outras provas demonstraram movimentação incompatível com a renda declarada pelo investigado. Atualmente, ele tem uma empresa aberta em seu nome com capital social de R$ 20 mil.
POSICIONAMENTO
O Diário entrou em contato com a defesa de Lohan Ramires, que não quis se manifestar. A produção também contatou os advogados de Leonardo Pinder, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
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