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02/06/2022 às 15h41min - Atualizada em 02/06/2022 às 15h41min

Influenciador de Uberlândia preso em operação recebeu 16 parcelas do auxílio emergencial

Segundo o Portal de Transparência do Governo Federal, ao todo, o investigado recebeu R$ 5,7 mil do programa

REDAÇÃO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Lohan Ramires foi detido na última semana durante a operação Má Influência I Foto: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

O empresário e influenciador digital, Lohan Ramires, preso na última semana durante a Operação Má Influência em Uberlândia, recebeu 16 parcelas do auxílio emergencial. O benefício foi instituído pelo Governo Federal durante a pandemia da covid-19 para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Segundo o Portal de Transparência do Governo Federal, ao todo, o investigado recebeu do programa a quantia de R$ 5,7 mil. 

 

Conforme apurado pelo Diário de Uberlândia, Lohan começou a receber o auxílio emergencial em abril de 2020, quando o programa foi lançado. A última parcela paga ao influenciador foi em outubro de 2021. O blogueiro ostentava bens em sua rede social e residia em um condomínio de luxo, na zona sul da cidade.

 

De acordo com a Polícia Civil, análises de bancos bancários e outras provas demonstraram movimentação incompatível com a renda declarada pelo investigado. Atualmente, o alvo da operação tem uma empresa aberta em seu nome com capital social de R$ 20 mil. 

 

O investigado segue detido no Presídio Professor Jacy de Assis. A reportagem entrou em contato com o advogado dele, mas foi informado de que a defesa não irá se posicionar sobre o assunto.

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OPERAÇÃO
Lohan Ramires, identificado como o principal alvo da ação policial, está envolvido, segundo as investigações, em crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, falsidade ideológica e organização criminosa. Na última sexta-feira (27), foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e 13 de prisão preventiva durante a Operação Má Influência. 

 

Segundo as investigações, a associação criminosa ocultava e dissimulava a origem de propriedades e bens provenientes de infrações criminais utilizando pessoas físicas e jurídicas. O principal alvo da operação era o elemento de conexão entre os demais integrantes e exercia um suposto papel de influenciador digital nas redes sociais. Lohan Ramires possui mais de 500 mil seguidores no Instagram.

 

“O alvo principal é um influencer digital que goza de certo prestígio, de certa audiência em suas redes sociais e ele justifica os seu sucesso como uma graça de Deus, uma graça divina”, explicou o delegado da Polícia Civil, Marcos Tadeu.  

 

De acordo com a investigação, os suspeitos utilizavam diversas estratégias para lavar dinheiro, como aquisição de imóveis por meio de interpostas pessoas, usando de expedientes fraudulentos, compra e venda de veículos de luxo, mescla de valores provenientes de crimes com valores lícitos utilizados em empresas, recebimento de diversas quantias fracionadas em pequenos valores em contas correntes com consequente transferência para contas de pessoas jurídicas, entre outras condutas.

 

As investigações demonstraram ainda que um dos suspeitos adquiriu hormônio do crescimento humano, vulgarmente conhecido como “GH”, com a utilização de receitas falsas, preenchidas com dados fraudados de pessoas físicas. Foram identificadas provas de que o investigado comercializava tais hormônios do crescimento, além de outros anabolizantes que tem a venda controlada, conforme previsão da portaria SVS n° 344 da Anvisa.

 

“Essa pessoa está envolvida em lavagem de dinheiro, organizações criminosas, como também tráfico de anabolizantes e produtos controlados pela Anvisa, e falsidade ideológica, por comprar esses remédios, hormônios para crescimento, e utilizava indevidamente como esteroides”, disse o delegado.

Em razão disso, a Polícia Civil de Uberlândia, juntamente com a Polícia Militar e a Receita Estadual, desencadearam a Operação Popeye e notificaram 125 pessoas, entre elas 87 médicos de Minas Gerais, para averiguar a suspeita de revenda irregular de anabolizantes. 

Segundo os policiais, médicos, pessoas físicas, educadores físicos e donos de academias  receberam os anabolizantes em quantidade superior ao que seria indicado pela Anvisa. A suspeita é de que os medicamentos foram adquiridos no esquema de Lohan e revendidos de forma irregular.

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